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Histórias do Leão
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Com a chegada do ano de 1963, o Sporting precisava de tomar uma nova rota e, para tal, o sexto Conselho Geral do Clube, tentou reunir diferentes figuras do seio Leonino para novos cargos. O Conselho presidido por Salazar Leite conseguiu juntar nomes importantes para algumas das posições mais importantes, como Carlos Góis Mota para a presidência da Assembleia Geral e Francisco Cazal Ribeiro para presidir o Conselho Fiscal.
Assim, apenas faltaram nomes para a Direção do Sporting, mas essa escolha foi mais difícil. A primeira opção para a presidência, Pacheco Nobre, não aceitou o convite e, no meio de várias possibilidades, foi escolhido Horácio Viana Rebelo, militar e 58.º Governador-geral de Angola, eleito no dia 30 de abril de 1963.
Viana Rebelo iniciou as funções de Presidente do Clube no dia 10 de maio do mesmo ano e o seu mandato não começou de forma fácil. Uma das suas primeiras ações enquanto dirigente máximo do Sporting foi uma comunicação escrita ao Ministério da Educação Nacional, instituição que regulava o desporto, acerca de uma série de arbitragens que prejudicaram os leões, em que o ponto de ebulição foi um dérbi frente ao Benfica, do qual os verdes e brancos saíram derrotados, por 3-1. Ainda no início de mandato, a sua direção despediu o treinador Juca, que tinha acabado de vencer uma Taça de Portugal, por Gentil Cardozo.
Em termos desportivos, os resultados iniciais não foram brilhantes. O Sporting perdeu o seu domínio das provas de corta-mato, mas pela positiva, o ciclista Leonino João Roque conquistou a 26.ª Volta a Portugal em Bicicleta. Nas modalidades de pavilhão, o andebol saiu vitorioso em algumas competições regionais, mas, no ténis de mesa, a época foi marcada por aliciamentos de alguns atletas por parte do Benfica, ações que saíram impunes pela federação da modalidade.
A direção de Viana Rebelo foi também marcada pela construção de algumas obras que visavam modernizar e melhorar as condições do Clube. Em 1963, foi inaugurado um campo de tiro a chumbo e, no ano seguinte, uma carreira de tiro a 20 metros. Também em 1964, o Sporting construiu um centro de estágios localizado em Alvalade, com um grande salão de entrada, dois quartos para técnicos, 10 quartos para jogadores, instalações sanitárias, cozinha e copa. Para além deste centro destinado ao futebol, foi construído outro para a secção de ciclismo.
A chegada de Gentil Cardozo como técnico do Sporting foi uma aposta sem sucesso e o treinador brasileiro rapidamente viu a porta de saída. Para gerir o plantel dos leões, Viana Rebelo chamou a dupla composta por Anselmo Fernandez e Francisco Reboredo, que alcançaram a maior caminhada europeia da história do Clube. Na Taça das Taças de 1963/64, os verdes e brancos eliminaram as formações da Atalanta (6-4), Apoel Nicosia (18-1), Manchester United (6-4) e o Lyon (2-1).
Na final, encontraram os húngaros do MTK, num jogo marcado pelo célebre “Cantinho do Morais” e valeu assim o primeiro título europeu na história do Futebol do Sporting. A conquista da Taça dos Vencedores das Taças valeu o prolongamento do mandato de Horácio Viana Rebelo, que se manteve como Presidente até maio de 1964, quando estava marcado que fosse até abril do mesmo ano.
Defesa francês deixou uma forte marca no coração dos apoiantes do Clube verde e branco e a despedida é, ainda hoje, recordada com emoção
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O futebol, tantas vezes guiado por planos e sonhos, também fica marcado despedidas que não seguem o roteiro idealizado. Foi isso mesmo que aconteceu com Jérémy Mathieu, que aos 36 anos se viu forçado a encerrar a carreira de forma abrupta, na sequência de uma lesão grave no joelho esquerdo, sofrida durante um treino ao serviço do Sporting.
O central francês, que terminava contrato no final da temporada, decidiu a 24 de junho de 2020 não regressar mais aos relvados, fechando assim um capítulo de quase duas décadas dedicadas ao futebol profissional, com parte delas a vestir a Listada verde e branca.
Jérémy Mathieu: "Queria tanto terminar a carreira dentro do relvado"
A confirmação, na altura, foi feita através do próprio Clube leonino, tendo sido reforçada pelas palavras emocionadas do jogador, tanto em contexto interno, como através de uma mensagem partilhada numa conta pessoal de Facebook. "Pensava terminar a minha carreira de outra forma, mas faz parte do futebol. Lesionei-me esta manhã num duelo. Queria tanto terminar dentro do relvado, mas o destino decidiu de outra maneira”, fez notar o defesa, deixando transparecer o peso de uma saída inesperada.
Na mensagem, Mathieu ainda agradeceu pelos anos dedicados ao futebol e olhou para o futuro com serenidade: "Diverti-me muito a fazer o que amo e sempre amarei. Uma nova vida vai começar para os quatro daqui a um mês. Mal posso esperar por estar lá e poder aproveitar um pouco mais da vida sem restrições. Mil obrigados, até breve e viva a reforma".
Já no balneário, perante os companheiros de equipa, o tom manteve-se sincero e emocionado. "É difícil despedir-me assim. Queria jogar em casa um último jogo. Mas, bom, a vida continua. Foi um prazer vestir esta camisola, um prazer jogar com vocês e desfrutar cada momento", confessou, segundo partilhou o Sporting no seu site oficial.
Mathieu, recorde-se, chegou a Alvalade em 2017, vindo do Barcelona, e rapidamente conquistou o respeito dos adeptos, dos colegas e da estrutura do Clube. Em Portugal, vestiu a camisola leonina 106 vezes, apontou nove golos e conquistou uma Taça de Portugal e duas Taças da Liga, tornando-se numa das figuras de referência do balneário e numa voz experiente num plantel em constante renovação.
A sua carreira, no entanto, já vinha marcada por conquistas de relevo antes de chegar a Lisboa. No Barcelona, onde jogou entre 2014 e 2017, fez parte de uma geração vencedora, conquistando duas Ligas espanholas, três Taças do Rei, uma Supertaça de Espanha, bem como a Liga dos Campeões, a Supertaça Europeia e o Mundial de Clubes, todos em 2015. Antes disso, passou cinco épocas no Valência, quatro no Toulouse e iniciou o seu percurso no Sochaux, clube onde venceu a Taça da Liga francesa.
Vale notar, ainda, que Jérémy Mathieu quis, no entanto, colocar um ponto final em definitivo dentro de campo e, nesse sentido, decidiu voltar a jogar nos regionais de França, no modesto Luynes Sports, terminando assim, pela segunda vez, a carreira de jogador, em 2023. Atualmente, o antigo jogador desempenha funções num novo emprego bem inesperado.
Líder leonino trouxe o conjunto verde e branco de volta às grandes conquistas na modalidade na temporada 2024/25, depois de se sagrar Campeão Nacional
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João Coelho – que numa entrevista recentemente abordou as suas recentes conquistas - nasceu no dia 24 de junho de 1981, em Vila Nova de Gaia, e tem sido uma das figuras das modalidades do Sporting nos últimos anos. O português já leva três épocas ao comando técnico da equipa de Voleibol dos leões e conquistou um Campeonato Nacional, uma Taça de Portugal, uma Supertaça e uma Taça da Federação.
Como jogador, João Coelho não conseguiu grande destaque, mas ainda somou passagens por diversos clubes do Voleibol em Portugal, como o CD Fiães, Castêlo da Maia, Vitória de Guimarães, Esmoriz, Fonte do Bastardo e Benfica.
Já enquanto treinador, João Coelho conseguiu elevar o nível. Começou ao serviço do Castêlo da Maia, clube onde também esteve como jogador, mas rapidamente assumiu o comando técnico do Fonte do Bastardo.
Depois de quatro temporadas a liderar o Fonte do Bastardo com sucesso, João Coelho provou que tinha qualidade para assumir o Sporting. Em 2022/23, o técnico português foi anunciado como treinador oficial da equipa de Voleibol do Sporting e venceu, desde logo, a Taça da Federação.
No seu segundo ano a ocupar o comando técnico da equipa de Voleibol leonina, João Coelho conseguiu grandes resultados, ao conquistar a Taça de Portugal. Desta forma, o treinador do Sporting foi mostrando provas do seu trabalho de forma gradual, até que 2024/25, deixando claro que foi a escolha certa.
João Coelho na sua terceira temporada ao serviço do comando técnico dos leões, conseguiu cumprir com as exigências e trouxe o Campeonato Nacional 2024/25 para Alvalade. Um ano mágico para o Voleibol leonino, no qual também ergueu a Supertaça.
O timoneiro português tem contrato até junho de 2028 e já conquistou um Campeonato Nacional, uma Taça de Portugal, uma Supertaça e uma Taça da Federação. O Sporting quer continuar contar com o treinador que, por outro ladoo, também parece querer dar seguimento ao seu projeto vitorioso.
Craque reconhecidíssimo a nível mundial, que tem carreira super estrelada no futebol, chega ao Clube verde e branco para continuar a fazer história
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No dia 20 de junho de 1999, Peter Schmeichel - primeiro dinamarquês dos verdes e brancos - foi apresentado pelo Sporting, sendo este na altura um dos guarda-redes com maior estatuto em termos mundiais. Este dia foi inesquecível para os adeptos e Sócios do Clube de Alvalade, que receberam um dos maiores guardiões da história do desporto.
O Mallorca, de Espanha, chegou a fazer-lhe uma proposta tentadora, não só a nível económico, como também desportivo. Em França, Paris Saint-Germain e Rennes também tentaram assegurar o passe do dinamarquês, mas sem sucesso. Em Itália também houve interessados.
Os dirigentes do Sporting já sabiam que Schmeichel tinha interesse em, pelo menos, ouvir o que tinham para oferecer. Com a época dada como terminada depois dos festejos da conquista da Liga dos Campeões, o dinamarquês estava finalmente disponível para ser negociado, apesar de num só ano ter erguido três troféus.
Carlos Janela, que na altura era o diretor desportivo do Sporting, já tinha recebido algumas críticas depois de falhar a contratação de Brian Laudrup, que era pretendido por 15 equipas, segundo o que se dizia na época. Desta forma, os adeptos olharam para as negociações com o guardião de uma forma mais cautelosa.
No dia 19 de junho de 1999, ainda era sábado e Schmeichel já estava na capital portuguesa. A verdade é que o guardião dinamarquês queria ir para o hotel descansar, mas os dirigentes estavam focados em conseguir um único objetivo: o guardião só podia sair para o hotel quando o contrato com os leões estivesse assinado.
Nas palavras de Schmeichel: "Passou o tempo: meia-noite, uma da manhã, e eu muito cansado e só queira ir para o hotel descansar". Há uma da manhã, o guardião foi apresentado aos jornalistas, numa das transferências que mais chocou todos os adeptos do futebol português.
“O Peter é, a partir deste momento, jogador do Sporting e o Sporting vai ser campeão, porque para onde o Peter vai é campeão”, disse Carlos Janela, diretor desportivo dos verdes e brancos, no momento em que foi anunciada a contratação do craque à saída do hotel.