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Jogadores
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Manuel Soeiro nasceu em 1910 e foi um dos grandes avançados do futebol português na primeira metade do século XX. Jogador talentoso e goleador nato, destacou-se ao serviço do Sporting, principalmente pela capacidade de finalização e inteligência dentro de campo, características que resultaram em mais de duas centenas de golos marcados.
Soeiro chegou ao Sporting em 1933, proveniente do Luso FC, e vestiu a Listada verde e branca durante mais de uma década, tornando-se mesmo um dos melhores marcadores da história do Clube de Alvalade. Numa só época, em 1936/37, precisamente a mesma que ficou marcada pela chegada de Joseph Szabo, Soeiro apontou 42 (!) em 27 jogos e contribuiu - e muito - para a conquista do Campeonato de Lisboa.
Ao longo da sua carreira, o avançado também representou a seleção nacional, com a estreia a acontecer no dia 3 de Maio de 1932. Nesse jogo, decorrido em Lisboa, Portugal levou de vencida a Jugoslávia, por 3-2, e Soeiro apontou um dos golos da equipa das quinas. Acabou por representar este conjunto mais 11 vezes, com cinco golos marcados no total.
Manuel Soeiro foi ainda responsável, em parte, pelo sucesso de mais uma grande figura do Sporting. Foi ele que, em 1946, 'enviou' o sobrinho Manuel Vasques para o Clube verde e branco, sendo que o médio tornar-se-ia um dos míticos Cinco Violinos, com um percurso recheado de sucessos por este emblema.
Fazendo as contas, Manuel Soeiro despediu-se do Sporting ao fim de 12 épocas, após as conquistas de um Campeonato Nacional, três Campeonatos de Portugal, uma Taça de Portugal, nove Campeonatos de Lisboa e dois de Reservas, tendo sido integrado na linha da frente que marcou o Sporting antes dos Cinco Violinos, ao lado de Adolfo Mourão, Pireza, Fernando Peyroteo e João Cruz.
Manuel Soeiro morreu em 1977, mas antes disso, e depois de ter 'pendurado as chuteiras' com 205 golos em 219 jogos de leão ao peito, teve uma experiência como treinador, primeiro pelo Luso do Barreiro e, mais tarde, nos juniores do Sporting. Conseguiu, também, ajudar o Torres Novas a ser promovido, pela primeira vez, à 2ª divisão nacional, na época 1949/50.
Antigo guarda-redes viveu conformado com o facto de ser uma segunda escolha e nem por isso deixou de ser determinante no balneário
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Tiago Ferreira teve uma carreira algo discreta, mas simultaneamente marcante no Sporting. O antigo guarda-redes notabilizou-se pelo profissionalismo que sempre demonstrou ter e, apesar de nunca ter sido titular indiscutível, mostrou-se estar pronto para responder quando foi chamado. Foi, assim, que chegou aos 128 jogos de leão ao peito ao longo de 15 épocas em Alvalade.
Nascido em Torres Vedras, a 16 de abril de 1975, Tiago iniciou o seu percurso no futebol no A dos Cunhados, antes de assinar pelo Lourinhanense, em 1991. Depois de passar pelas camadas jovens deste clube, estreou-se pela equipa principal, em 1994, e numa só época provou que merecia dar o salto das distritais para o principal escalão. Aos 20 anos, e referenciado por Ferenc Meszaros, chegou ao Sporting.
Conformado com a condição de suplente, passou duas épocas com um único jogo realizado, até ter recebido mais oportunidades em 1997. Na época seguinte jogou, finalmente, como titular, em 31 partidas, mas a contratação do renomado Peter Schmeichel forçou o empréstimo de Tiago ao Estrela da Amadora, onde atuou por duas temporadas.
Em 2001, Tiago regressou ao Sporting e se nos dois primeiros anos de novo com a Listada verde e branca ainda fez mais de 20 jogos, a verdade é que, a partir daí, não voltou a somar este número de partidas numa só época. Passou a ser conhecido por estar sempre disponível e por ter uma ética de trabalho exemplar.
Com a falta de espaço no plantel, o ex-guarda-redes afirmou-se, por outro lado, como um elemento de união no balneário e um apoio para os titulares que se seguiram: Ricardo e Rui Patrício. Acabou, também, por fazer parte das conquistas do campeonato e da Taça de Portugal, em 2001/02, de uma Supertaça, em 2002/03, e de mais uma Taça de Portugal, em 2006/07.
Depois de terminar a carreira de jogador, em 2012, Tiago manteve-se ligado ao Sporting, como não podia deixar de ser, e passou a integrar a equipa técnica, primeiro como treinador-adjunto dos juniores, em 2012/13, e mais tarde desempenhou a mesma função na equipa B dos leões.
Em 2017, foi convidado para ser treinador de guarda-redes. A sua experiência e conhecimento da casa foram vistos como trunfos importantes na transição de jovens talentos. O antigo guardião, agora com 50 anos, ainda se mantém neste cargo, a par de Hugo Tecelão, fazendo assim parte da equipa técnica de Rui Borges.
Guarda-redes húngaro tinha já muita experiência quando foi contratado pelo Clube de Alvalade e conseguiu tornar-se campeão nacional
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No início da década de 1980, o Sporting encontrava-se à procura de um guardião que trouxesse estabilidade à baliza, após a saída de Vítor Damas, e a resposta viria do Leste europeu, com a contratação de Ferenc Mészáros, um dos guarda-redes mais respeitados da Europa na altura. Pelo Sporting, chegou aos 80 jogos em duas épocas.
Antes de pisar os relvados portugueses, o guarda-redes natural de Szekszárd já somava um vasto percurso no futebol húngaro, país que também 'enviou' para Portugal o histórico. Após uma breve passagem pelo MTK, foi no Vasas SC que cimentou o seu estatuto de lenda doméstica.
Ao serviço do clube de Budapeste, conquistou um campeonato, duas Taças da Hungria e uma Mitropa Cup, distinções que lhe valeram a titularidade na seleção. Com 29 internacionalizações, representou a Hungria nos Mundiais de 1978 e 1982, sendo este último já como jogador do Sporting.
A estreia em Alvalade foi fulgurante. Na época 1981/82, Mészáros tornou-se uma das figuras de destaque do plantel comandado por Malcolm Allison, tendo um papel essencial na campanha que culminou com a conquista do campeonato nacional e da Taça de Portugal. A solidez, segurança e experiência que transmitia à defesa leonina granjearam-lhe rapidamente a confiança dos Adeptos e o reconhecimento da crítica. Era o equilíbrio perfeito entre classe e frieza.
Na temporada seguinte, voltou a ser protagonista ao ajudar o Sporting a conquistar a Supertaça Cândido de Oliveira, encerrando assim um ciclo de títulos consecutivos. Surpreendentemente, no final dessa época, deixou o Clube de Alvalade, após 80 jogos com a Listada verde e branca, rumando ao Farense, onde jogou durante uma época. Apesar da curta estadia no Algarve, manteve o prestígio intacto.
O regresso à Hungria aconteceu em 1984, quando assinou pelo Győri ETO FC, clube no qual permaneceu duas temporadas. Mas Portugal já o tinha conquistado. Regressou ao país que o acolhera de braços abertos para integrar o Vitória de Setúbal, onde jogou por três épocas. Curiosamente, voltou a encontrar nomes familiares no Bonfim, como Jordão, Manuel Fernandes, Eurico, Zezinho e Ademar, sendo que Manuel Fernandes viria mesmo a ser seu treinador.
Quando pendurou as luvas, já com 39 anos, Mészáros não abandonou o futebol. Deu início à carreira de treinador, tendo uma breve experiência no Vasas, antes de regressar a Portugal para integrar os quadros técnicos do Sporting, como treinador de guarda-redes. Trabalhou ainda no Lourinhanense, na altura clube satélite dos leões, mantendo-se ligado à formação de novos talentos e à identidade Sportinguista. Ferenc Mészáros morreu a 9 de janeiro de 2023, aos 72 anos, mas o seu legado permanece vivo na memória dos Adeptos que o viram jogar.
Antigo defesa-central dos leões jogou pelo emblema de Alvalade por 175 ocasiões, num total de 14.561 minutos dentro de campo com a Listada verde e branca
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Tonel cedo mostrou qualidades de liderança e segurança defensiva, atuando preferencialmente como defesa-central. Apesar de não se ter conseguido afirmar na equipa principal dos dragões, o início da sua carreira sénior passou por um empréstimo de longa duração à Académica e, findado o vínculo com os dragões, mudou-se para o Marítimo.
Depois de uma época na Madeira, que serviu como o ponto de viragem, assinou finalmente pelo Sporting e apesar de ter iniciado trabalhos com José Peseiro, passou a estar, mais tarde, às ordens de Paulo Bento, o técnico escolhido para dar a volta aos maus resultados do emblema de Alvalade. O 'abanão' produziu resultados e os leões acabaram a época na segunda posição do campeonato, algo impensável ao cabo das primeiras jornadas.
A sua chegada ao Sporting foi marcada por uma rápida integração no plantel leonino. Ao lado de Anderson Polga, Tonel formou uma das duplas centrais mais sólidas da Primeira Liga nos anos seguintes e chegou, até, a envergar a braçadeira de capitão. Em cinco temporadas em Alvalade, Tonel marcou ainda 17 golos e fez cinco assistências, números impressionantes para um defesa-central.
Durante a sua passagem por Alvalade, Tonel conquistou duas Taças de Portugal (2006/07 e 2007/08) e duas Supertaças Cândido de Oliveira (2007 e 2008). Foi também vice-campeão nacional por três vezes, tendo ficado, ainda assim, a faltar a conquista do título mais desejado para qualquer emblema.
Em 2010, Tonel terminou a sua ligação com o Sporting e assinou pelos croatas do Dínamo Zagreb. Apesar de uma boa receção e de ter contribuído para a conquista de um campeonato croata e de uma taça, o seu tempo em Zagreb foi relativamente curto. Regressaria a Portugal em 2012, duas temporadas e meia depois, para representar o Beira-Mar e, mais tarde o Feirense, antes de pendurar as chuteiras, em 2016.
No plano internacional, Tonel representou Portugal nas camadas jovens por 47 ocasiões, incluindo a seleção olímpica nos Jogos de Atenas 2004, embora na equipa principal das quinas nunca tenha consigo ter grandes oportunidades, dado que não foi além de duas partidas, fruto da forte concorrência no centro da defesa nacional, que na altura contava com nomes como Ricardo Carvalho, Jorge Andrade e Fernando Meira. Atualmente, trabalha como comentador e analisa, recorrentemente, o Sporting.