Ao quarto jogo do playoff, sendo a terceira partida no Dragão Caixa, o Sporting logrou a sua segunda vitoria consecutiva na cidade invicta, somando o título de campeão nacional ao de campeão europeu, em hóquei em patins (1). Num espetacular jogo, com resultado final de 5-6, Ferran Font e Toni Pérez bisaram, tendo sido coadjuvados por Romero e Telmo Pinto. Mas, jogo que é disputado no Dragão Caixa tem sempre particularidades, tal como o assinalar de um penalty a 8 segundos do fim, que ninguém viu e que podia levar os azuis e brancos ao empate. Felizmente o Sporting conta nas suas fileiras com Ângelo Girão, um “monstro” das balizas, segurando a vantagem, até ao fim. Tal como referi, ainda na semana passada (2), a dinâmica de vitória é o bem mais precioso do desporto. Esta equipa de hóquei, com treinador e jogadores, que é praticamente a mesma, desde a época 17/18, reforçam o referido “axioma”.

Numa perspetiva global, nas modalidades de pavilhão, o Sporting conquista o título nacional em três das cinco mais relevantes: Futsal, Basquetebol e Hóquei em Patins. Numa análise mais refinada, note-se que o Porto é o rival que mais nos incomoda. O Porto só compete em três modalidades (Andebol, Basquetebol e Hóquei em Patins) e estiveram sempre nas decisões, connosco, nessas modalidades, tendo inclusive arrecadado o título de Andebol. O Benfica só consegue rivalizar com o Sporting nas modalidades onde não existe Porto, tendo perdido no Futsal e vencido no Voleibol. Perante isto, seria interessante que os Sportinguistas usassem de maior racionalidade para definir, a todo o momento, qual o rival mais perigoso para a continua afirmação do Sporting como a maior potencia desportiva nacional…

O Euro 2020, até agora, foi uma montanha russa. Do êxtase, na passada terça-feira, perante uma vitória dilatada, em Budapeste, frente aos magiares, por 3-0, ao drama por perder, na Alemanha, por 2-4, contra os germânicos. Num grupo em que se encontra a atual campeã Mundial, temos ainda a seleção com maior palmarés, a Alemanha, tricampeã europeia bem como, três vezes também vice-campeã europeia (3). Bem sei que Portugal é o atual campeão europeu, mas, no futebol, a história também conta…e muito!

Mourinho, numa famosa conferencia de imprensa, há uns tempos, explicava isso mesmo de forma eloquente, sobre a forma de “football heritage” (4). Um corolário da “dinâmica de vitória”. Daí a frustração de muitos portugueses que temem que, depois de ter começado essa dinâmica com o Campeonato Europeu e a Liga das Nações, Portugal possa, por imobilismo ou falta de arrojo, não dar continuidade á dinâmica de vitória que se gerou. Acredito que, com maior ou menor sofrimento, com mais ou menos calculadora, Portugal chegará aos oitavos de final. Nessa altura, aí sim, teremos o momento da verdade para o atual selecionador que, goste-se ou não, tem-se superado em fases a eliminar, sendo que nestes torneios, o resultado é tudo, face à ‘nota artística’ do futebol jogado. A Federação Portuguesa de Futebol e seus dirigentes terão de ter respeito pelo passado mas, também, zelo pelo futuro.

1. https://leonino.pt/o-campeao-voltou-hoquei-conquista-titulo-veja-aqui-os-golos/
2. https://leonino.pt/opiniao/vitorias-vida-e-uma-venia/
3. https://pt.wikipedia.org/wiki/Campeonato_Europeu_de_Futebol#Por_seleções
4. https://www.youtube.com/watch?v=yKRGzdWlXWM

Diretor Leonino