summary_large_image
UM HOMEM NA MARATONA
Por que não candidatar o Sporting CP à Taça Olímpica, instituída pelo Comité Olímpico Internacional, para que também muitos dos seus atletas ou treinadores possam ganhar a Ordem Olímpica.
Imagem de destaque25 Fev 2020, 08:00

Domingo foi dia de maratona. Chegar ao fim da mesma, quando passava pouco das quatro horas de corrida, no quentinho de Sevilha é uma sensação incrível para quem, como eu, só se meteu nestas coisas nos últimos dois anos. Tenho de reconhecer que em todas as pessoas que se deixam contagiar pelas corridas de longo curso, há um pouco de loucura e de um vício que se cria e que nos faz sentir, cada dia que passa, agradecidos por continuarmos a correr, evitando lesões e criando um espírito de salutar crescimento pessoal.

Ter conhecido pessoalmente Carlos Lopes, o nosso (de Portugal) homem da Maratona, em 2013, deixou também em mim uma marca pessoal. Claro que tendo ele (e todos nós) celebrado a sua vitória em 1984, com a melhor marca de sempre em Jogos Olímpicos à altura, de 2h09m21s (fenomenal!) me deixa aterrado sobre o que se teria de progredir e trabalhar para poder chegar a metade da distância entre o que fiz no passado domingo e o que o que Carlos Lopes fez nesse ano.

Quanto ao facto de o ter conhecido, na altura quando se estava em campanha para uma vitória eleitoral no Sporting, e de, depois ter trabalhado com ele, de me aperceber do seu estilo de liderança e de amizade criada com os seus atletas, reconheço que tudo o que nos rodeia é importante para o nosso sucesso. Família (e o Carlos tem-la, linda), amigos (sérios e a sério), colegas e parceiros são fundamentais para o que fazemos e para o que projetamos fazer no futuro.

Quando no passado domingo regressava a Lisboa com o meu companheiro das corridas, ia acompanhando as vitórias no futebol das nossas mulheres contra o Benfica e dos nossos homens contra o Boavista. Soube muito bem. Como sabe bem saber que tudo o que se faz de bem requer trabalho, paciência, estudo e inteligência. Assim como na preparação de uma maratona. Claro que muitas vezes a sorte também sorri, mas como o grande Professor Moniz Pereira dizia, “a sorte dá muito trabalho”. E a este propósito recordo com carinho a exposição organizada em março de 2018 no Museu Sporting, exatamente com aquele título, onde tivemos a oportunidade de ver celebrada esta capacidade de trabalho, planeamento e motivação que o Professor transmitia aos seus pupilos¹.

Finalizo sugerindo que todo este trabalho desenvolvido pelos atletas e treinadores do Sporting Clube de Portugal possa ser mais dignificado e que para os continuarmos a produzir no futuro, lhes sejam dadas condições de trabalho melhores e mais compensadoras. Pois foi assim que o Sporting, sempre na linha da frente, conseguiu ter sucesso em diversas modalidades. E dentro deste espírito porque não candidatar o Sporting Clube de Portugal à Taça Olímpica, instituída pelo Comité Olímpico Internacional, para que também muitos dos seus atletas ou treinadores possam ganhar a Ordem Olímpica ou a Medalha Pierre de Coubertin, seguindo os exemplos dos Professores Mário Moniz Pereira e Henrique Reis Pinto?

1 – https://www.sporting.pt/pt/noticias/clube/noticias/2018-03-26/a-sorte-da-muito-trabalho

  Comentários