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SILAS É UM SENHOR E UM GRANDE SPORTINGUISTA
Ao contrário de Varandas que não passa de um lagarto
04 Mar 2020, 17:00

O dia de ontem foi um dos mais difíceis que vivi enquanto Sócio e Adepto do Sporting Clube de Portugal. Não que quase todos os outros desta época ou das anteriores tenham sido fáceis, mas o de ontem foi um daqueles dias que passou das marcas no que respeita a razoabilidade.

Até a esta hora, a Sporting SAD ainda não se deu ao trabalho, numa manifestação de respeito pelos acionistas, Sócios, Adeptos e mercado em geral, de comunicar a entrada de Ruben Amorim como treinador do Sporting Clube de Portugal. Aquilo que sabemos saiu, surpreendentemente ou talvez não, da boca de Jorge Silas que, até ontem, foi o timoneiro da equipa principal de futebol profissional.

Como é sabido, nunca fui um entusiasta das opções tomadas por Silas nestes cinco meses. A culpa não é, seguramente, apenas dele. É óbvio e evidente que, por melhor que seja um treinador, se não tiver ovos não consegue fazer omeletes. Mas a verdade é que ontem, aliás desde quinta-feira, naquela que foi mais uma gestão miserável, no plano da comunicação, de um dossiê complexo, Silas comportou-se com uma dignidade e uma elevação absolutamente exemplares.

Como foi público e notório, o dr. Varandas e os seus rapazolas, borrifaram-se, uma vez mais, para o facto de ser dia de jogo, e que jogo, e permitiram que na comunicação social continuasse o “circo” e a “chacota” – dizia o dr. Varandas que tinham acabado, não era? – em torno do treinador e do Clube. Como é óbvio, o grupo de trabalho, que já não é brilhante, não ficou imune às notícias e, naturalmente, ressentiu-se da incompetência igualando o recorde negativo de derrotas do Clube, frente, imagine-se, a um rival direto… o colosso Famalicão.

Mas o pior da humilhação imposta ao Silas pelo dr. Varandas estava ainda para vir. É, seguramente, o primeiro treinador da história do futebol mundial a comunicar a sua saída e a anunciar o nome do seu sucessor, sozinho e sem uma única palavra de reconhecimento ou gratidão por parte da estrutura, partindo do pressuposto de que ela existe.

Pelo meio, Jorge Silas foi digno, elevado, educado, e, no que à nação Sportinguista diz respeito, foi patriota. Muito mais do que o dr. Varandas. Silas percebeu, por mais mágoa que lhe possa causar, que hoje era muito mais parte do problema do que da solução; interpretou que a época está perdida e que, por isso, é preferível sair já dando lugar a quem possa preparar a próxima época com tempo; assumiu as suas responsabilidades no atual contexto que vivemos, não deixando de apelar a que outros façam o mesmo; agradeceu o privilégio que é treinar este Clube, tão grande como os maiores da Europa. Ao ouvir tudo isto e sabendo o que Silas passou nos últimos dias, resta-me dizer-lhe Obrigado, Mister! pelo seu Sportinguismo, e garantir-lhe que o verei sempre como um de nós.

Já sobre o dr. Varandas, o Hugo Viana, o Beto e o resto da tropa fandanga que gravita em torno desta direção e administração, lamento apenas que não tenham 1/5 do Sportinguismo do Silas, que não percebam que estão a mais, que cumpriram finalmente o objetivo de unir o Sporting mas contra eles, e que tomem a única decisão decente que poderiam tomar: desaparecerem de vez do Sporting Clube de Portugal. Mas não, ao contrário do Sportinguista Silas, não passam de lagartos!

Sobre a contratação do novo treinador, Rúben Amorim, não vou entrar no discurso básico e na crítica fácil e populista de que “ah e tal, é um fanático lampião!”. Estou-me a borrifar para afiliação clubística dos treinadores. Interessa-me, apenas, que sejam competentes, exigentes e profissionais. Características que, como sabemos, não existem nos atuais órgãos sociais do Sporting Clube de Portugal.

Ora, com todo o respeito, Rúben Amorim não tem currículo – 13 jogos como treinador é manifestamente curto para avaliar méritos e qualidades –, herdou uma equipa feita por outros e nunca planeou uma época – é aí que se avalia a fibra e a qualidade de um líder –, e nunca provou coisa nenhuma, exceto a sua simpatia e boa educação, nesta indústria que é o futebol. Como é que perante este vazio todo se pode pagar 10 milhões de euro por alguém que, até agora, nada fez? Como é que se pode cometer, mais uma vez, o erro de comprometer a filosofia basilar do Sporting Clube de Portugal, a Formação, contratando um treinador que não tem sequer as habilitações mínimas para se sentar no banco de suplentes? Como é que se paga um salário – ainda não é oficial, mas não foi desmentido – um salário de três milhões/ano, equivalente a meio Jesus na primeira época, a um estagiário como Rúben Amorim?

Como está à vista de todos, o único vencedor neste negócio que, antecipo, de ruinoso é António Salvador que, mais uma vez, “dá baile” ao Sporting Clube de Portugal. Valorizou em 10 milhões um treinador em apenas mês e meio. É caso para dizer, engolindo os sapos todos, tragam o Salvador para presidente do Sporting.

A seu tempo, saberemos. Mas, manifestamente, atrás disto só pode estar uma qualquer negociata com Jorge Mendes, de quem, manifestamente, estamos absolutamente reféns. Não há outra explicação. Esta contratação obscena só de ser um ajuste de contas passadas ou um acerto de contas futuras. A verdade, tal como o azeite, virá sempre ao de cima. E o dr. Varandas, por mais cola que ponha na sua cadeira de Presidente, acabará por cair. A bem do Sporting Clube de Portugal!

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