LUMOR E SALIN FALARAM EM TRIBUNAL
Dois jogadores foram chamados a falar no caso de Alcochete
Redação Leonino
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23 de Janeiro 2020, 14:33
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Aconteceu ontem, dia 22 de janeiro, mais uma sessão do Julgamento de Alcochete. Os jogadores Lumor e Romain Salin foram ouvidos via Skype, visto nenhum representar o Sporting CP de momento. O primeiro está emprestado ao RCD Mallorca, enquanto o segundo joga, agora, nos franceses do S Rennes FC. Lumor foi o primeiro a falar.

“Eram umas 15 ou 20 pessoas. Os adeptos entraram no balneário e começaram a bater nos jogadores todos. Tentámos pedir desculpa e implorar para pararem, mas eles não quiseram saber, não adiantou. A mim, nenhum me bateu. Lembro-me do William Carvalho, é o único de que me recordo, ele disse ‘Por favor, desculpa’. Eu estava sentado atrás do Misic. Um deles tirou o cinto e começou a bater-lhe em várias partes do corpo. O balneário estava cheio de fumo e foi difícil ver mas apercebi-me que o Bas Dost tinha um ferimento na cabeça e estava coberto de sangue. Já nem consigo ver um filme com violência até ao fim. Depois do que aconteceu tinha medo de sair à rua e não conseguia dormir bem. Tive receio que pudesse acontecer algo mais. O relacionamento com o presidente era normal. Depois dos incidentes nunca mais falámos”, disse o defesa esquerdo, que apenas fez nove jogos pelos leões.

Já Romain Salin, o segundo a falar, relatou os momentos aos quais assistiu, falando, também ele, de William Carvalho.

“Estava num canto do balneário. Vi pessoas com a cara tapada, não estavam de todo contentes. Viraram-se sobretudo ao Rui Patrício e ao William Carvalho. Tentei meter-me no meio, consegui segurar um e acalmei-o, mas estavam mais dois ou três ao lado mas já não consegui fazer nada porque foi tudo muito rápido. Estava muito fumo no balneário mas recordo-me de ver um garrafão de água também a voar pelo ar. Nessa altura não senti um verdadeiro medo, mas depois a situação mudou porque a pressão é maior nos guarda-redes. Antes dos jogos sentia receio. A bola é pequena, pode estar húmida, pode deslizar das mãos… Se assisti às agressões? Na verdade não vi nenhuma porque quando fui ter com esse indivíduo tudo o resto passou-se nas minhas costas. Vi depois o Bas Dost com um ferimento e o treinador a sangrar. Tive uma branca depois, também fiz por me esquecer do que se passou porque a vida continua”, disse o guardião, que esteve dois anos de leão a peito, fazendo 22 jogos no total.

Fotografia do Sporting CP.

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