Equipamento do Sporting para a próxima época? Já há imagens a circular

O que se previa ser uma celebração inesquecível para os adeptos do Sporting acabou por ganhar contornos dramáticos, pelo menos na vida de Bernardo Topa, jovem de 28 anos que, em pleno Saldanha, viu a sua vida mudar de forma irreversível ao ser atingido por uma bala de borracha disparada por agentes da PSP, numa ação de controlo de multidão que o levou a ficar cego de um olho. A vítima, entretanto, já reagiu ao sucedido.

"Eu estava com amigos. À nossa volta, estava tudo a abrir fogo de artifício e engenhos pirotécnicos. Como já tinha a experiência do ano anterior, e sabia que a Polícia podia intervir com cassetetes, procurei afastar-me tanto quanto pude", começou por relatar o Adepto, que prosseguiu.

"De repente vi agentes armados com shotgun a disparar sobre a multidão e o que aconteceu foi que uma bala perdida acertou-me no olho esquerdo e fiquei cego", completou Topa. O incidente, recorde-se, ocorreu momentos antes da passagem do autocarro do plantel leonino, que seguia em direção ao Marquês de Pombal.

"A bala destruiu o olho. Saí dali a correr desesperado com dores e a escorrer sangue. Depois a ambulância ainda demorou a chegar, mas acabei por ser transportado para o Hospital de São José, onde fui operado para retirar os estilhaços e continuo internado", fez notar, por fim, o jovem natural do Porto.

A gravidade da lesão levou Bernardo, segundo o jornal Record, a apresentar uma queixa formal contra a PSP e o Estado português, alegando negligência na forma como foi conduzida a intervenção policial. O mesmo jornal ainda tentou uma reação oficial da PSP, mas não obteve qualquer resposta.

O Sporting foi recebido por Carlos Moedas na Praça do Município na última segunda-feira, e os festejos continuaram o resto do dia. Apesar de todos os jogadores da equipa de Rui Borges terem carregado o emblema do leão ao peito, de forma exemplar, Viktor Gyokeres foi o mais aplaudido pelos adeptos e deixou uma mensagem de carinho ao microfone, antes de entrar no autocarro da equipa, que pareceu ser uma despedida: "Adoro-vos a todos".  

O Clube de Alvalade sagrou-se bicampeão nacional este fim de semana e o país parou para festejar o feito que não acontecia na história do Clube há 71 anos. Com uma temporada marcada por reviravoltas, trocas de treinadores e lesões, os verde e brancos demonstraram que entrega, determinação e sacrifício fazem toda a diferença. 

Todos os jogadores demonstraram compromisso e raça de leão até à última final, mas no coração dos adeptos, existe um lugar especial, ocupado por Gyokeres. O avançado sueco que chegou a Alvalade na época passada, tem surpreendido tudo e todos com os recordes que tem quebrado ao longo do seu percurso no Sporting. 

O jogador de 26 anos, publicou no seu Instagram, várias fotos dos festejos no Marquês de Pombal e no Estádio José de Alvalade e escreveu "a pri­meira vez foi tão boa que tive­mos de ir à segunda", referindo-se à conquista do título nacional. A sua publicação rapidamente se encheu de comentários não só de adeptos, mas também de colegas de equipa, entre eles, Trincão e Eduardo Quaresma.

Gyokeres em duas temporadas, realizou 101 partidas e somou 96 golos e 27 assistências. Ficará na história do Sporting, como um dos melhores artilheiros de sempre. A final da Taça de Portugal com o Benfica, no próximo domingo, às 17h15, será muito provavelmente, o seu último jogo ao serviço dos leões, antes de ser transferido. 

Os assobios com que os Adeptos do Sporting brindaram Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, na cerimónia de homenagem à equipa leonina, esta segunda-feira, continuam a dar que falar. A reação dos Sportinguistas surgiu na sequência da decisão da autarquia de encerrar os estabelecimentos de restauração situados na zona envolvente ao Estádio de Alvalade, no passado sábado. Bernardo Ribeiro, diretor do jornal Record, deixa muitas críticas à medida e diz que os apoiantes se sentiram "desrespeitados".

“É muito claro: ‘cá se fazem, cá se pagam’. O processo do fecho da restauração foi muito mal conduzido. Não sei de quem foi a responsabilidade, mas acho que foi o passar de um atestado de menoridade aos adeptos de futebol. Num dia em que o Benfica não jogava em casa, querer tirar os adeptos do Sporting do redor do Estádio de Alvalade é uma decisão que não entendo”, começou por afirmar Bernardo Ribeiro, num programa do canal televisivo Now.

O jornalista considera, ainda, que a medida da autarquia lisboeta foi contraproducente: “Quem pensou neste plano, pura e simplesmente, não pensou e isso assusta-me. […] Quem decidiu fechar os restaurantes não se lembrou das mercearias e dos supermercados e o que aconteceu foi que, às 11h30, havia muitos grupos a beber álcool em garrafas de vidro com um litro de cerveja”.

Bernardo Ribeiro, de seguida, reforça as críticas: “Em dias de jogo, a zona das roulottes, no Estádio de Alvalade, está sempre ‘à pinha’. Portanto, ao fechar-se os estabelecimentos, colocou-se ainda mais gente naquela zona. Não compreendo como é que se pode tratar todas as pessoas como abusadoras, num dia que era de festa”.

Por fim, o diretor do jornal Record aproveitou, também, para deixar reparos ao ‘timing’ da decisão: “Se a Câmara Municipal de Lisboa e a Polícia queriam tomar uma decisão destas, tinham que tê-lo feito com mais antecedência, tendo mais respeito pelas pessoas que queriam planear a sua vida e também pelos comerciantes. Foi uma decisão que muito pouca gente percebeu. E esta assobiadela foi consequência de uma medida estranha e tomada muito fora de tempo. Os Sportinguistas sentiram-se desrespeitados”.