Ministério Público acusa Álvaro Sobrinho de falcatrua milionária na SAD do Sporting

Jaime Marta Soares quer que Frederico Varandas continue como Presidente do Sporting. O mandato do atual líder máximo dos verdes e brancos termina em 2026, mas o antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral do Clube de Alvalade explica que o recente Plano Estratégico apresentado "não pode ser deixado a meio".

"Esse Plano Estratégico tem de ser assumido e continuado. Se é um projeto estudado e sustentado em propostas com cabeça, tronco e membros e as pessoas têm capacidade e então não o vão deixar para outros fazerem ou abdicarem dele", disse, ao jornal A Bola.

"Esta Direção, que apresentou agora esse Plano Estratégico, não o pode deixar a meio, é o mínimo que se exige a uma pessoa responsável. Sabe o custo, onde vai buscar as verbas, a forma de pagamento sem endividamento futuro… Algumas coisas não me parecem de extrema urgência, embora por exemplo no estádio a questão do fosso parece-me que sim", terminou Marta Soares.

Frederico Varandas foi eleito pela primeira vez em 2018, arrecadando 42,32% dos votos. O segundo posto, com 36,84% pertenceu a João Benedito, antigo guardião do futsal verde e branco, com José Maria Ricciardi a fechar o pódio - 14,55%. No total, votaram 22.510 mil Sócios.

Em 2022, o Presidente verde e branco foi reeleito, com uma maioria esmagadora. Frederico Varandas arrecadou 85,8% dos votos, contra os 7,3% de Nuno Sousa e 2,95% de Ricardo Oliveira. A afluência às urnas baixou, registando-se apenas 14.795 Sócios votantes.

André Bernardo, vice-presidente do Sporting, confirmou esta semana que o Clube de Alvalade vai abrir "o capital da SAD de forma minoritária a um parceiro estratégico". Diogo Luís, antigo jogador do Benfica, concorda com a visão dos verdes e brancos para o futuro.

"Após a reestruturação financeira alcançada, o Sporting ficou com uma posição reforçada no capital da SAD. Isto permite-lhe desenvolver várias estratégias com vista a tornar o clube mais capaz. Uma das soluções apresentadas foi o desenvolvimento de conversações para a procura de um investidor/parceiro estratégico", começou por dizer, ao jornal A Bola.

"Tendo em conta o nosso reduzido mercado interno, este poderá ser um passo muito importante e diferenciado. O ideal será encontrar não só um investidor, mas sobretudo um parceiro que possa acrescentar valor, não só financeiro, mas também noutras áreas", prosseguiu.

"Visto de fora, parece-me que seria muito interessante ter um parceiro que tivesse a capacidade de projetar o Sporting noutros mercados, de forma a poder ser um auxílio na valorização da marca Sporting e, consequentemente, na geração de mais receitas", garantiu.

"Num mundo global, as marcas têm mais concorrência, mas também têm muito mais oportunidades que devem e têm de ser exploradas", assegurou Diogo Luís, mostrando apoiar a medida tomada pela SAD dirigida por Frederico Varandas. Vale recordar que, recentemente, o ex-futebolista criticou a "vaidade" do Presidente leonino.

Na passada segunda-feira, dia 2 de outubro, realizou-se a Assembleia Geral da SAD do Sporting, e uma das notas de destaque foi a ausência da Holdimo, de Álvaro Sobrinho, segunda maior acionista da sociedade anónima desportiva dos leões.

Acontece que, de acordo com o diário desportivo 'Record', a Holdimo culpa Frederico Varandas, argumentando que não recebeu qualquer convocatória por correio eletrónico, algo que, apesar de não ser obrigatório, costumava ser prática recorrente.

Recorde-se que, depois da recompra das VMOC's, por parte do Sporting ao Novo Banco, a presença da Holdimo no capital social da SAD ficou bastante reduzida, passando de uma percentagem a rondar os 30% para um valor perto dos 13%.

De resto, no passado, a Holdimo, quando tinha 30% das ações, detinha um administrador executivo - na altura, Nuno Correia da Silva -, tendo, posteriormente, o mesmo passado a não executivo. Ao dia de hoje, a empresa de Álvaro Sobrinho não tem qualquer administrador na SAD verde e branca, o que se explica pela perda de força da empresa no capital social.

Ao longo da reunião magna do clube de Alvalade, foram discutidos vários temas, entre os quais, por exemplo, uma eventual entrada do Chelsea no capital social da SAD, algo que, quando questionado, Frederico Varandas negou prontamente.