
Um pedaço de ouro no caminho das pedras do Sporting
Se há coisa que a vida nos ensina é que o que parece certo, adquirido, rapidamente se transforma num cenário diametralmente oposto.
11 Set 2020 | 12:57
Houve, de facto, no meu entender e de muitos, um assalto ao poder pelas pessoas que hoje estão nos órgãos sociais.
O dia de ontem foi pródigo em notícias relevantes para o Sporting CP e para o futebol português. Umas boas e outras más. Começando pelas boas notícias, desde logo a renovação contratual de Joelson Fernandes (LER AQUI) e Daniel Bragança (LER AQUI). No artigo que escrevi a semana passada (LER AQUI), prévio ao jogo particular com o Valladolid, referi-me à qualidade de João Palhinha, à sua importância para o plantel e à influência na dinâmica da equipa. A sua entrada em campo transfigurou o jogo e a posição de médio defensivo está encontrada. O treinador não deve ser obtuso quanto à táctica. Se tem jogadores acima da média para determinadas posições, aconselha o bom senso que ajuste a mesma à matéria prima ao seu dispor. Um jogador como João Palhinha dá-lhe uma solidez defensiva e força no meio campo que tem de ser aproveitada na justa medida das suas características.
A renovação de Joelson teve mérito negocial desta direcção. Sendo uma obrigação da mesma porque o jogador está desde há anos referenciado pela Academia do Sporting CP como um talento de elite, classificação essa que também tinha Rafael Leão, era fundamental mantê-lo, já que, a meu ver, tem entrada directa no 11 titular. Já. Aliás, se foi recusada uma oferta pouco acima dos € 30M, do Arsenal de Londres, então é para retirarmos rendimento desportivo de um craque que vem na linha dos melhores extremos do Mundo formados pelo Sporting CP – Paulo Futre, Simão Sabrosa, Ricardo Quaresma, Nani, Luís Figo Bola de Ouro e o estratosférico Cristiano Ronaldo, o Melhor, porque mais completo, jogador de sempre do Mundo. Espero ver nas duas alas Joelson Fernandes e Jovane Cabral. São dois extremos de categoria mundial, produtos fantásticos da nossa formação (a tal que não prestava) e que nos darão garantias de resultados desportivos e, no futuro, financeiros.
Já quanto a Daniel Bragança é outro valor, da geração acima de Joelson, que tem sido negligenciada. Vem com traquejo competitivo depois de duas épocas na Segunda Liga onde foi protagonista, tal como em todos os escalões de formação em que foi campeão nacional e capitão de equipa com o Sporting CP. Outros há com 19 e 20 anos que, como ele fizeram, esse trajecto vencedor, dispersos entre os sub 23 e a equipa B e que também mereciam estar na equipa principal em vez das contratações absurdas dos últimos dois anos onde se torraram mais de € 60M. Torna-se, aliás, forçosa a interrogação sobre os reais objectivos desportivos e financeiros destas mesmas contratações. No momento em que se fala do ordenado de Acuña como motivo para a sua dispensa, custa-me, entre outros, que não seja explicado o racional subjacente ao ordenado bruto de Tiago Illori, que esta direcção se atreveu a contratar.
Outra notícia relevante, não pela pessoa em si, que, para efeitos de Sporting CP nunca a teve, mas pela decisão proferida pela sentença do Juiz 15 do Juízo local Cível de Lisboa que, de uma forma clara e inequívoca, e que vos aconselho a ler de forma crítica e independente, põe fim às dúvidas quanto aos processos disciplinares que levaram à expulsão de alguns Sócios do Sporting CP. Ora o senhor Dr. Zé Trindade Barros, que não pagava quotas desde 1994 e foi convidado, a troco de honorários, para assumir um papel que juridicamente não tinha nenhuma sustentação, foi agora arrasado tecnicamente pela referida decisão. Daqui resulta que os meus ex-colegas foram juridicamente mal aconselhados, induzidos e condicionados a uma estratégia que estava errada, que os prejudicou a eles e ao Sporting CP. Aliás, Rui Caeiro, ontem, oportunamente, na entrevista que deu ao jornal Record, pediu desculpa aos associados por ter permitido as clivagens na Assembleia Geral de destituição. Da minha parte aceito as desculpas, mas é a prova da qual de nós tinha razão. Houve, de facto, no meu entender e de muitos, um assalto ao poder pelas pessoas que hoje estão nos órgãos sociais. A forma como o atingiram foi facilitada pelos erros sucessivos que foram cometidos e para os quais atempadamente alertei. Desde logo pela tentativa de criação de um órgão anti estatutário e ilegal e que foi justamente criado pelas pessoas que o iriam compor. Ficam de vez dissipadas as dúvidas quanto a este assunto e o senhor em questão que se dedique a melhorar os seus conhecimentos em vez de vir, a troco de promessa de honorários, atrapalhar a vida de um Clube centenário.
Uma péssima notícia, diria até drástica, prende-se com a impossibilidade de público no Futebol. Se o futebol profissional, bem ou mal tem a sua principal fonte de receitas nos direitos televisivos, já o futebol Distrital depende principalmente de três tipos de receita: bilheteira, exploração dos bares e publicidade nos estádios. Sem público não há praticamente como realizar dinheiro. O anúncio de ontem da Direcção Geral da Saúde revela um total desconhecimento do que é o futebol distrital. As assistências médias rondam as duzentas/trezentas pessoas e nos jogos mais relevantes poderão chegar às mil. Sendo que muitos estádios funcionam com o denominado peão, o distanciamento social pode ocorrer sem problema algum. Vivemos num país de dois pesos e duas medidas e as disparidades e a forma displicente como as autoridades de saúde comunicam ora impondo regras ou relevando-as, muitas vezes por suposição científica, não dão qualquer margem para as levarmos a sério. Quem como eu teve de utilizar transportes públicos e andar de avião durante este período, não pode compreender este absurdo, que irá condenar muitos clubes a desaparecerem ou, no mínimo, a prescindirem de participar em competições e escalões que desportivamente conquistaram.
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