A Resenha da Vizinhança: O Dia em que o Leão Rugiu e o Vizinho Chorou
O moçambicano Geny voltou a lembrar-nos que um carrasco ganha hábitos – um golo aqui, um drible ali, e o Benfica a implorar por piedade
16 Jul 2020 | 11:32
0A possibilidade de termos 4 ou 5 clubes a competir quase sozinhos nos próximos anos é real e com consequências graves para a crescente competitividade que se observava nos clubes portugueses.
Na semana passada escrevi neste espaço sobre a arbitragem do jogo de Moreira de Cónegos e sobre o facto de atualmente alguns erros (roubos?) de arbitragem não serem admissíveis. Um dia depois tivemos um golo mal anulado – no limite o árbitro devia ter deixado a bola entrar e depois apitar para que o lance pudesse ter sido avaliado pelo VAR -, e mais um penálti por assinalar. Reforço uma ideia que aqui defendi há 8 dias: Não podemos é apenas fazê-lo avulso. Deve haver uma estratégia coerente e constante. As balas devem ser disparadas contra um sistema e não apenas após um resultado negativo. Entendo que não se deve vulgarizar a crítica e o protesto, mas há momentos e arbitragens que não podem ficar sem resposta. A luta é contra um sistema instalado e muito bem organizado. Fazê-la de forma mais institucional e diretamente nas entidades competentes não retira a responsabilidade e a exigência de vitórias dos treinadores e dos jogadores leoninos. Rúben Amorim quando questionado sobre a arbitragem, respondeu: “Arbitragem? O Sporting deve ter opinião sobre as coisas. Os erros tiveram influência no resultado, mas não na nossa exibição. Não jogámos mal por causa do árbitro. Teve influência no resultado? Teve. Teve influência na nossa prestação? Não. E é isso que posso mudar”, concluiu. Nem mais, Rúben.
O Covid-19 trouxe consigo consequências nefastas para o desporto. Tanto na impossibilidade da sua prática, mas também numa possível nova forma de o viver. E se no futebol sénior masculino a normalidade está a voltar aos poucos, o mesmo não se pode dizer das modalidades e do desporto de formação.
Em Portugal as modalidades, perante a escassez de patrocinadores e de receitas, numa época normal já lutavam diariamente pela sobrevivência. São dores de cabeça intermináveis para os dirigentes conseguirem manter a atividade minimamente competitiva, sendo que a esmagadora maioria dos praticantes já o faz quase exclusivamente pela paixão. Com a chegada da Pandemia e a consequente grave crise a nível económico, é preocupante o futuro do desporto de pavilhão em Portugal. A possibilidade de termos 4 ou 5 clubes a competir quase sozinhos nos próximos anos é real e com consequências graves para a crescente competividade que se observava nos clubes portugueses.
O desporto de formação é um tema delicado. A sua importância é vital por um lado para fornecer atletas aos clubes, permitindo a sua sustentabilidade financeira e desportiva – cada vez mais vai ser este caminho devido à incapacidade económica de recrutar atletas estrangeiros de qualidade, mas também pela sua importância no bem-estar físico e no desenvolvimento psicológico e intelectual das crianças e jovens praticantes. Desde o início da Pandemia que as competições estão suspensas – não se disputaram as fases finais dos campeonatos, não havendo ainda previsão para o seu reinício. É uma situação complicada e com implicações graves para um clube formador como o Sporting, mas sobretudo para as ambições e desenvolvimento de cada elemento que se vê nesta situação. Toda e qualquer decisão deve sempre, e em qualquer circunstância, ser tomada tendo em conta a saúde dos atletas e a saúde pública, mas faço um alerta sobre as consequências desta paragem, sabendo que é difícil prever se existem alternativas viáveis ou condições para uma retoma a curto/médio prazo. O contexto no Sporting não é o mesmo da esmagadora maioria dos clubes nacionais. São muito poucos os que conseguem ter uma Academia com planos de desenvolvimento para cada equipa, sessões de acompanhamento via zoom ou equipas de profissionais de saúde, em particular a equipa de psicologia, dedicadas aos atletas nesta fase.
A competição parou, mas a vida na academia continua. Dezenas de jovens residentes a quem é necessário dar todo apoio emocional, a nível escolar ou fazer testes ao Covid-19 com frequência. Há muitos clubes que têm esta capacidade financeira e logística? Não.
Estamos no meio da ponte sem saber muito bem o que fazer. E com isto milhares de jovens com as carreiras em suspenso.
No futuro debruçar-me-ei sobre a possibilidade de o desporto em geral e o futebol em particular virem a perder cada vez mais praticantes e seguidores. As novas gerações já tinham um interesse cada vez menor, mas a Pandemia além de poder ter vindo acelerar esta queda nas faixas etárias mais baixas, pode também ter tido influência negativa em consumidores que se aperceberam que a importância do futebol nas suas vidas não era a que pensavam.
A Resenha da Vizinhança: O Dia em que o Leão Rugiu e o Vizinho Chorou
O moçambicano Geny voltou a lembrar-nos que um carrasco ganha hábitos – um golo aqui, um drible ali, e o Benfica a implorar por piedade
Já que ninguém fala, falo eu
Quando é que isto vai mudar? Vi campeonatos a serem decididos com a mão, Taças da Liga, vi clubes a serem levados ao colo e pessoas a serem condenadas por corrupção em benefício de clubes... Só neste País!
Grandes, mas inevitáveis novidades…
Troca no comando técnico nesta fase iria seguramente desfocar a equipa e também aqui, no meu entender, os interesses do Clube estão a ser salvaguardados
A Resenha da Vizinhança: O Dia em que o Leão Rugiu e o Vizinho Chorou
O moçambicano Geny voltou a lembrar-nos que um carrasco ganha hábitos – um golo aqui, um drible ali, e o Benfica a implorar por piedade
30 Dez 2024 | 18:25
0Já que ninguém fala, falo eu
Quando é que isto vai mudar? Vi campeonatos a serem decididos com a mão, Taças da Liga, vi clubes a serem levados ao colo e pessoas a serem condenadas por corrupção em benefício de clubes... Só neste País!
20 Dez 2024 | 18:47
0Grandes, mas inevitáveis novidades…
Troca no comando técnico nesta fase iria seguramente desfocar a equipa e também aqui, no meu entender, os interesses do Clube estão a ser salvaguardados
02 Nov 2024 | 17:40
0SUBSCREVER NEWSLETTER