
Um pedaço de ouro no caminho das pedras do Sporting
Se há coisa que a vida nos ensina é que o que parece certo, adquirido, rapidamente se transforma num cenário diametralmente oposto.
04 Abr 2020 | 09:40
Foi com redobrado orgulho que no início desta semana li, no jornal A Bola, uma reportagem sobre o almoço solidário para sem-abrigo, promovida pelo Sporting e com o apoio da Comunidade Vida e Paz.
Esta foi uma das frases que mais me impressionou desde a primeira vez que a ouvi, imagine-se, no extraordinário filme de Steven Spielberg, A Lista de Schindler. Não apenas pelo dramatismo da cena, tão exemplarmente interpretada pela fantástica dupla Liam Neeson/Ben Kingsley – poderiam ser ambos vencedores de óscares, mas no ano em que ‘Oskar’ Schindler tinha tudo para vencer, foi Tom Hanks que ganhou pelo desempenho em Philadelphia –, mas também pelo simbolismo da ideia. Sétima arte à parte, a frase é uma das inúmeras que constituem o Talmude, colectânea judaica de interpretações e explicações rabínicas, e serve, de alguma forma, de bálsamo para a impotência de não se conseguir salvar todos numa situação de maior sofrimento. Foi com redobrado orgulho que no início desta semana li, no jornal A Bola, uma reportagem sobre o almoço solidário para sem-abrigo, promovida pelo Sporting e com o apoio da Comunidade Vida e Paz. Porque é precisamente esse tipo de responsabilidade social que espero do meu Clube, sobretudo numa fase onde as dificuldades batem à porta de todos e esta expressão não é aleatória. Pior ainda para todos aqueles que não têm porta para se lhes bater, estando assim vulneráveis a tudo o que todos temos evitado, seguindo a estritas recomendações do Governo, permanecendo em casa. Para quem a tem. Gostaria, ainda assim, que a Fundação Sporting fosse mais longe no seu altruísmo e articulasse, com o Clube, uma forma de serem cedidas umas salas no complexo de Alvalade para albergar, temporariamente, alguns sem-abrigo que não têm mesmo qualquer possibilidade de recurso a outras instituições, por eventual impossibilidade destas em poder acolher todos numa época de tanto trabalho. Ou, então, ceder, pelo menos, as instalações sanitárias para que possam ter um lugar onde possa fazer a sua higiene diária pessoal, cedendo igualmente os produtos para o efeito. Da minha experiência de voluntariado, é exactamente esta situação em particular que mais problemas levanta a quem não tem casa. Não apenas pelo espaço físico, mas pelo custo dos produtos de higiene. Às vezes, mais importante do que uma refeição quente, é o conforto de um banho e de uma atenção médica e psicológica que salvam uma vida. Não tenho a mais pequena dúvida que a família leonina contribuiria de olhos fechados para colmatar esta falha, como de resto já aconteceu em situações anteriores, não apenas quando se recolheram toneladas e toneladas de material para ajudar os bombeiros no combate aos incêndios, outra das missões que a Fundação Sporting geriu de forma exemplar e que a todos deixou orgulhosos. É certo que poderá não haver o know-how necessário para levar a cabo uma empreitada desta natureza, mas assim como foi estabelecida uma parceria com a Comunidade Vida e Paz para o almoço solidário na Praça Centenário, outros parceiros haverá que possam levar à melhor condução da ideia. Numa altura em que superiores interesses do país (e do Mundo) se levantam, colocando naturalmente o desporto (profissional e amador) em segundo plano, reavaliar as competências e direccioná-las para uma maior e mais eficaz mitigação da pandemia que mudou radicalmente o planeta é colocar-se ao serviço do bem comum, acima de tudo apontando àqueles que mais sofrem na pele o facto de não terem porta para se lhes bater. Registo ainda para a doação de 120 mil máscaras e 80 mil pares de luvas à União das Misericórdias. O Sporting também é isto.
O autor escreve sob a antiga ortografia
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