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DIGITALIZAÇÃO: UMA NOVA ERA NO DESPORTO
Uma APP ou um "Ecossistema Digital" não ganham jogos, mas serão sempre o melhor complemento para os adeptos "viverem" e festejarem as vitórias do Sporting Clube de Portugal
Imagem de destaque02 Mar 2022, 09:00

A internet passou de ser uma rede de consulta de informação estática para uma plataforma dinâmica, interativa e visual, tornando-se num produto de consumo, em que os dispositivos de acesso são cada vez mais variados e diversificados, indo de tablets a telemóveis, passando por PC, televisores ou smartwatches, entre outros.

As alterações tecnológicas marcam toda uma geração impaciente e com necessidade constante de inovação – a “geração do click”. As redes sociais, por exemplo ao longo da última década, afiguram-se como um fator essencial na forma como os adeptos vivem o seu clube, como partilham e consomem conteúdos, e como revelam uma grande necessidade em se sentirem parte da comunidade, pelo que é fundamental que haja partilha, interação e maior proximidade entre clube e adepto.

O desporto foi desde sempre vivido com enorme intensidade, a diferença para os dias de hoje é que o fenómeno desportivo é muito mais do que o resultado obtido no fim do jogo. A paixão com que se vive toda a envolvente do jogo é muito mais expressiva, pois a forma como se comunica, a forma como os adeptos se relacionam entre si, é rápida, fácil e a uma escala global.

As plataformas digitais atualmente existentes são o lugar onde os adeptos passam horas e horas a debater o clube, em todas as suas vertentes. Hoje, os adeptos conseguem lidar simultaneamente com diferentes fontes e formatos de informação.

É, no entanto, essencial que o clube compreenda os seus adeptos e que “trabalhe” para os vários tipos de adeptos que existem, ou seja, que sejam criadas condições de acesso a conteúdos tanto para os adeptos que tipicamente assistem ao “vivo” às várias equipas do Sporting, ou aos adeptos que “assistem” aos diversos eventos à distância. É provável que estes “dois grupos” não sejam mutuamente exclusivos, podendo ao longo do tempo envolver-se em ambas as formas de interação com o clube.

As plataformas digitais constituem um verdadeiro paradigma de mudança e o que lhes confere poder e atratividade é a sua capacidade de crescimento, nomeadamente a velocidade com que ganham escala.

Não é de hoje, mas o desporto tem-se tornado cada vez mais uma indústria, pelo que aliado a um ecossistema digital que responda aos anseios de “proximidade” que satisfaça e fidelize os adeptos, será potenciador de “novas” receitas para o clube.

Num clube, a digitalização terá sempre duas vertentes: por um lado, o estreitar da relação emocional, sendo um veículo da relação com os adeptos, através de notícias, novidades; por outro, numa vertente comercial, permitirá ao adepto comprar produtos e/ou serviços, pagar quotas, bilhetes ou ter acesso a conteúdos exclusivos e diferenciados.

Parece-nos inquestionável que, atendendo à transversalidade e dispersão geográfica dos Sócios e Adeptos do Sporting Clube de Portugal, a digitalização é parte fundamental no catapultar de um sentimento de pertença e de partilha de uma instituição de uma enorme grandeza. Quem estiver fora desta “revolução”, quem não conseguir acompanhar esta transformação estará irremediavelmente “fora de jogo”.

Infelizmente, o Sporting está claramente “fora de jogo” no que a um “Ecossistema Digital” diz respeito, e posso dar como exemplo um caso que me é muito “querido” e que, infelizmente, tem sido maltratado e tem sido alvo de um claro desinvestimento e descontinuidade por parte da atual direção do Sporting: a tão badalada APP.

A atual APP do Sporting é um tão grande conjunto de equívocos, que afronta todas as boas práticas daquilo que tem de ser a digitalização de conteúdos e de proximidade a sócios e adeptos de um clube com a riqueza de informação do nível do Sporting Clube de Portugal.

A obsolescência da aplicação do Sporting não tem justificação possível no contexto da sociedade em que vivemos.

Bem sei que uma APP ou um “Ecossistema Digital” não ganham jogos, mas também todos sabemos que uma App que seja inclusiva, útil, com informação on-demand, premium, live, que permita o acesso a diversos serviços, que seja um fator agregador e de proximidade com o Clube, será sempre o melhor complemento e a melhor forma para os adeptos “viverem” e festejarem as vitórias do Sporting Clube de Portugal.

Ricardo Henriques: Lista C, Conselho Diretivo: Candidato a Vogal, Pelouro Digitalização

Sócio nº15.979-0

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