E o Sporting CP permanece em primeiro lugar. Esta frase com que acabo de começar o artigo desta semana faz confusão a tanta, tanta gente , que chega a ser surreal. Bem sei que os artigos por aqui têm como intuito dar a nossa opinião sobre tudo aquilo que se passa no clube, sobre a SAD, sobre o facto de sermos e continuarmos a ser líderes isolados, (aconteça o que acontecer no jogo de segunda-feira), sobre o trabalho de Frederico Varandas e de Rúben Amorim, ou até sobre a falta de investimento que as modalidades do clube estão a sofrer neste momento, mas permitam-me que foque noutro tema hoje: a choradeira.

Em conversas de café, em programas de televisão, em jornais, programas e artigos de opinião, os adeptos do Sporting sempre foram apelidados de “serem aqueles que mais choram por causa das arbitragens”. Sempre nos disseram: “Joguem bem à bola , que deixam de se queixar”; a questão para mim nunca esteve no jogar bem ou jogar mal, o mundo da arbitragem em Portugal está podre há muitos anos e muito por culpa de quem nos últimos 40 anos, com apitos dourados, fruta, emails e companhia, tem ganho campeonatos da forma mais injusta que pode existir no futebol.

Não digo que nesses últimos 40 anos todos os títulos deveriam ter ido para o Sporting CP, tivemos anos muito negros no que à qualidade do nosso futebol diz respeito, digo apenas aquilo que considero para mim ser a verdade absoluta neste momento: o facto de o Sporting Clube de Portugal ocupar o primeiro posto da tabela classificativa com mérito próprio faz comichão. Faz comichão a todos aqueles que gastaram 100M em contratações, faz confusão a todos aqueles que estavam habituados a ter uma ajuda extra com 12 (ou 15 se contarmos com o quarto árbitro) jogadores em campo. Faz comichão também aos jornais que tanto andaram a vender as políticas de formação do Benfica e do FC Porto, faz comichão inclusive a todos os comentadores de televisão que continuam por horas a dizer o mesmo e que o Sporting só ocupa o primeiro lugar porque neste momento não tem nenhuma outra competição em mãos.

No Sporting160 da passada semana, o João Castro espelhou bem aquilo que  penso: “Se não querem ter de jogar de 3 em 3 dias, ou de 4 ou 4, basta para isso deixarem de ficar nos primeiros postos da tabela. Deixem de se queixar, e se quiserem dar-nos esses lugares a nós, agradecemos”. É isto! Sem tirar nem pôr.

Obviamente, o foco do Sporting terá de ser sempre o Campeonato Nacional, depois virão as Taças (aproveito para recordar os comentadores das televisões que já ganhámos a da Carica esta temporada) e as competições internacionais, mas o foco tem de ser sempre o Campeonato. Mesmo que possamos ganhar 3 títulos de seguida, nunca será suficiente para contrabalançar com os anos em que ficámos a ver passar os outros, com, ou sem ajudas.

O facto de essas competições darem dinheiro a ganhar a quem lá está, também ajuda a reforçar sectores do plantel, ajuda a ir buscar bons jogadores para as posições que podem fazer a diferença entre ganhar e perder Campeonatos e o Sporting este ano tem demonstrado que, com pouco dinheiro, com miúdos da formação (muitos deles nunca viram sequer este clube ganhar um Campeonato) , sem ajudas exteriores (“Diga um!”) e com capacidade de trabalho de um treinador que não tem grande experiência, é possível lutar contra interesses instalados, é possível ser líder do Campeonato com 8 pontos de avanço sobre o segundo lugar e fazer história.

O que tem acontecido nestas últimas semanas, seja no caso Palhinha (não têm como pegar amigos… lamento), seja na história do choradinho de portistas e benfiquistas de que “estamos a ser roubados, isto não pode acontecer . É uma vergonha!” faz-me rir. Desculpem, mas faz. O Sporting anda assim há mais anos do que me lembro, foi o ex-Presidente do clube quem deu o empurrão necessário para o VAR avançar em Portugal, e mesmo assim andam os jornais e as televisões a fazer eco de Cartões vermelhos mal, ou bem , mostrados. Bem vindos à realidade amigos!

Somos líderes do Campeonato, sem ajudas, nem ‘mimimis’. Somos líderes porque, mesmo sem metade das condições de outros, conseguimos fazer mais e melhor e pensamos jogo a jogo, em Maio, logo se verá.