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NO MEIO É QUE ESTÁ A VIRTUDE. SERÁ?
Não podemos ter gastos no futebol quase iguais aos do SL Benfica e FC Porto, se na prática a equipa não tem o mesmo valor.
Imagem de destaque02 Fev 2020, 09:15

Atualmente os clubes são vistos como grandes empresas e devem, entre muitos outros pontos, definir qual o orçamento correto para o objetivo definido.

É sobre esta temática que vos trago o tema de hoje e onde claramente temos de definir onde queremos estar, sendo certo que onde estamos não faz qualquer sentido.

Sem sentimentos envolvidos e de forma realista (escrevo já com a saída confirmada do Bruno Fernandes) alguém no seu perfeito juízo ousa sequer comparar o plantel atual do Sporting CP ao dos nossos dois rivais? Estamos a anos luz de poder sequer ter a veleidade de tentar encontrar um ou outro jogador com lugar no 11 titular desses dois clubes. Mais, se repararmos atualmente (acho que nunca aconteceu) nem um jogador temos na seleção nacional A. Então para que serve ter um plantel com um custo próximo desses rivais e mais do dobro do Sporting de Braga que faz o mesmo que nós em resultados desportivos? Temos de definir qual o caminho que queremos percorrer e se temos condições reais, de lutar pelo título nacional no curto prazo. Para ter uma equipa como a do Sporting de Braga “bastam” no máximo 30 milhões de euros anuais e escusamos de gastar outro tanto. Se tivéssemos essa coragem em três anos pouparíamos seguramente muitosmilhões de euros em salários. Estou totalmente convicto que em três anos com miúdos, alguns desses por serem obrigados a jogar (não há melhor…), iríamos certamente valorizar muitíssimo o ativo principal que são os jogadores.

Resumindo, não podemos continuar a ter gastos no futebol quase iguais aos do SL Benfica e FC Porto, se na prática a equipa não tem desportivamente o mesmo valor. Desculpem,mas isto é só irracional e estúpido. De uma vez por todas, ou efetivamente encontramos uma solução concreta em que nos dê uma equipa de topo ou mais vale efetuar já uma “reestruturação desportiva” urgente, e que nos permita encontrar um caminho menos popular mas realista.

É preciso coragem e não ter medo. Estou convicto que se a atual Direção explicar aos sócios uma estratégia clara e com objetivos até ao final do mandato, os sócios darão esse voto de confiança. Mas precisamos de perceber para onde vamos e como vamos.

Será que no meio é que está a virtude?

Deixo algumas notas soltas para refletirmos e talvez percebermos a dimensão do trabalho que qualquer direção, seja esta ou outra, terá pela frente, tal é a dualidade de critérios existente atualmente no mundo do futebol:

Rui Pinto: Quase morto e crucificado pela comunicação social quando divulgou documentação e informação que deveriam levar o SL Benfica para a 3.ª divisão! Hoje quase glorificado e um herói por ter fornecido informação sobre o denominado “Luanda Leaks”.

Tochas e Petardos: No recente jogo do Benfica em Guimarães, onde foi necessária a paragem do jogo por duas vezes, o assunto foi tratado em rodapé e de forma subtil. Na semana seguinte em Alvalade onde tal situação se repetiu,mas desta vez por adeptos do Sporting CP, a comunicação social e inclusive as instâncias do futebol trataram logo de abrir inquéritos e encher as páginas dos jornais sobre o tema.

Bruno Fernandes e João Félix – Um, vendido por 126milhões de euros, onde ainda hoje não conseguimos perceber quanto efetivamente o Benfica irá receber (valores net). Outro, por 55 milhões mais objetivos. A diferença da comunicação é interessante. O primeiro fez capas e manchetes sempre com os 126 milhões em destaque, com Bruno Fernandes dão ênfase aos 35 milhões com que o Sporting CP ficará nos seus cofres…

 

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