Terminada que está uma época desastrada e desastrosa, entramos agora na famosa “silly season”, onde reforços, vendas e rumores, muitas vezes são apenas leitura de entretenimento para os veraneantes, de forma a preencher o tempo na praia ou na digestão de um belo almoço estival. É fácil de imaginar, dada a memorável peça televisiva “No Reino do Leão” exibida na SIC em 2019, Varandas e Viana a percorrem quilómetros de limousine (1), quais Batman and Robin do futebol, á procura de reforços para o plantel de Ruben Amorim. Não será pois de admirar que Varandas e Viana, ao lutarem pela sua sobrevivência em Alvalade, consigam as suas “unhas do Leão” (2), paralelismo adequado, dadas até as peripécias e reputação atual do Clube, no mundo das transferências. Nomes como João Mário, Adrien ou Gelson, necessitados de terem titularidade assegurada, para poderem aspirar a ser chamados para o Euro 2021, uma vez que as suas carreiras fora de Alvalade têm sido um verdadeiro flop, poderão ser apresentados por empréstimo, quiçá avultados, numa tentativa de demonstração de força e de travar a “bola de neve” de descontentamento generalizado nos Sportinguistas. Cobrando os seus habituais 10% na hora, esta situação será, porventura, bem acolhida e apadrinhada pelo empresário do “sistema”, que hoje se move, a bel-prazer, por toda a 2ª Circular. No entanto, o futebol ensina-nos, repetidamente, que não são nomes nem camisolas que, per si, ganham jogos e conquistam títulos. A glória está reservada para aqueles que efetivamente querem ganhar, que se subordinam a um emblema e ao espirito de grupo, de forma a, juntos, conseguirem o que só é possível de conseguir em conjunto. Princípio simples, mas que requer estofo e capacidade de resistência a populismos e gratificações imediatistas que, muitas vezes, não é respeitado em Alvalade com as consequências que sofremos há décadas.

Na terça-feira passada, lá surgiu um texto, no jornal Record, onde Varandas fez constar que assumia responsabilidades mas tratou de descartar todas as culpas. Para quem ainda pensava que Varandas teria a frontalidade de olhar os Sportinguistas “olhos nos olhos”, sendo para tal a televisão o espaço certo por excelência, foi mais uma vez defraudado. Porque, acima da menor capacidade comunicativa, estava o dever que se impunha de falar a verdade, doesse a quem doesse, a todos nós, sobre as causas e, sobretudo, as correções a fazer para a próxima época. As perguntas, com as respetivas respostas, foram de um enorme cliché, bem como já cansa ver sempre as mesmas fotos, com a pose de 2018, que em nada se adequam ao momento. Com este quadro todo e, até por ser mais uma vez o Record o veículo de transmissão, assalta-nos a mente a ideia de “what else?”, brilhantemente interpretada por Mr. Clooney (3), numa famosa campanha publicitária de Café…

Expectativa, esta semana, para ler o Jornal Sporting, esse sim órgão de comunicação oficial do Clube, onde se aguarda uma análise séria sobre o balanço da época de futebol 19/20. Se a opção for ignorar olimpicamente o devido balanço, tal facto demonstrará que os Órgãos Sociais de Varandas e seus apoiantes, com Tito Arantes Fontes à cabeça, para além de esgotados politicamente, terão entrado oficialmente na fase “autista”, quando toda gente já percebeu, menos os próprios, que não são solução para o clube. Aguardemos pois pelo editorial de André Bernardo, pelos artigos de Tito Arantes Fontes, presidente do Grupo Stromp, bem como de Pedro Almeida Cabral, secretário da MAG, presidida por Rogério Alves.

Nota ainda para o clima entre sportinguistas vivido nas redes sociais, após a confirmação do 4º lugar, com transvase para a praça pública, originando inclusive queixas na polícia (4). Um ambiente tóxico, promovido, sobretudo, pelas “entourages” afetas às duas personagens de Alcochete, a que ascendeu e a destituída, que tentam impor esta dicotomia, numa política de terra queimada, visando eliminar possíveis alternativas, para que possam sobreviver. Esta relação simbiótica, paradoxal, insana e doentia, mantida propositadamente entre ambos, tem como objetivo uma tentativa de captura e sequestro do Sporting e dos Sportinguistas, numa espiral destrutiva e suicida. É tempo pois de dizer basta! Cabe à esmagadora maioria de Sportinguistas que não se revêem neste tipo de atitudes, rejeitar este tipo de comportamentos que em nada contribuem para a grandeza do Clube, bem pelo contrário, não participando em espetáculos degradantes seja nas redes sociais, seja em público, de viva voz. O Sporting é um Clube grande demais para se deixar condicionar por personagens menores, grandeza essa que lhe permitirá encontrar soluções dentro de si. Os Sportinguistas devem olhar para o Futuro, expurgando de protagonismo, sejam eles quem forem, todos os que pela sua atuação, nos tentam dividir para proveito próprio. O respeito pelo Sporting Clube de Portugal tem de começar, sobretudo, e também, dentro de casa!

1. https://www.youtube.com/watch?v=x5atg8Fdi40&feature=youtu.be&t=818
2. https://www.dn.pt/desporto/sporting/morreu-o-bigodes-o-presidente-que-contratava-unhas-para-o-leao-4725985.html
3. https://www.youtube.com/watch?v=DfyeXrdZZ1o
4. https://www.ojogo.pt/futebol/1a-liga/sporting/noticias/com-estas-metastases-cancerosas-o-sporting-e-incuravel-12483382.html

Diretor Leonino