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Histórias do Leão
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O Andebol do Sporting empatou (30-30), no passado sábado, na receção ao Porto, em jogo a contar para a 21.ª jornada do Campeonato Placard Andebol 1, terminando com uma impressionante série de 42 vitórias consecutivas no Pavilhão João Rocha.
Num encontro em que os leões até chegaram a liderar por quatro golos, um erro nos últimos segundos da partida - e que muito irritado deixou Ricardo Costa - ditou que fosse o Porto a conseguir terminar com este impressionante registo do andebol do Sporting, que começou a 21 de maio de 2022.
42 vitórias consecutivas começaram diante do… Santo Tirso
Após um empate caseiro, a 32, na receção ao todo poderoso Montpellier, na primeira mão dos quartos-de-final da EHF European league, o andebol do Sporting arrancou para 42 partidas consecutivas a vencer. A primeira vítima foi o Santo Tirso, que saiu do João Rocha com um desaire por 35-27. Nessa mesma época, ABC (37-29), Belenenses (31-24) e Benfica (36-31) também foram derrotados na casa das modalidades verdes e brancas.
Na temporada 2023/24, os números falam por si. Nos 21 jogos disputados no Pavilhão João Rocha, a turma de Ricardo Costa triunfou sempre. No panorama interno, destaque para as duas vitórias diante do Porto (35-32 e 35-33) e outras duas frente ao Benfica (32-26 e 37-28). Nas competições europeias, o andebol do Sporting venceu todos os seis encontros, nomeadamente diante do Fuchse Berlin (32-28) e do Rhein-Neckar Lowen (29-28).
Gigantes europeus caíram aos pés do Sporting no João Rocha
Já em 2024/25, e apesar do empate caseiro diante do Porto, o desempenho dos comandados de Ricardo Costa é notável. Nos 18 encontros disputados no Pavilhão João Rocha, o andebol do Sporting venceu 17 e deixou pelo caminho alguns dos principais emblemas da modalidade a nível europeu, tendo conseguido um registo histórico na Liga dos Campeões.
Até ao momento, o Sporting marcou uns impressionantes 658 golos, apresentando uma média de 36 finalizações por partida. No que diz respeito aos tentos sofridos, a equipa de Ricardo Costa concedeu 25 golos (média de 25 por jogo). Nota para o facto de, em todos estes encontros e exceção feito ao Porto, o Fuchse Berlin foi a equipa que mais perto esteve de pontuar, perdendo por apenas dois golos.
Até final da temporada, o Pavilhão João Rocha vai receber, pelo menos, mais dois dérbis – o próximo dos quais diante do Benfica, a 22 de março, dos oitavos-de-final da Taça de Portugal – e um clássico, diante do Porto, que promete ser decisivo nas contas finais do título. Na Liga dos Campeões, o andebol do Sporting jogará, no pior dos cenários, mais uma partida dentro de portas.
Em 1937, o técnico da Hungria trocou o Porto por Lisboa, moldando uma era dourada para os leões e criando a equipa lendária dos Cinco Violinos
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Há exatamente 88 anos, a 27 de fevereiro de 1937, o Sporting anunciou a contratação de Joseph Szabo, um técnico húngaro que estava a um passo de regressar ao Porto, clube onde tinha vencido oito campeonato regionais e o primeiro campeonato da Primeira Liga, e onde chegou a tornar-se num treinador muito respeitado.
Joaquim Oliveira Duarte, então presidente dos leões, antecipou-se ao rival e garantiu um contrato inovador, que incluía prémios de jogo. O que parecia apenas uma boa jogada de mercado revelou-se uma das decisões mais marcantes da história do clube.
Szabo chegou ao Sporting e rapidamente moldou a equipa ao seu estilo. Com um olhar atento ao talento e uma abordagem tática moderna, revolucionou a forma como os leões jogavam. A sua marca mais visível foi a construção da lendária equipa dos Cinco Violinos, onde destacou nomes como Jesus Correia, Vasques, Travassos, Albano e, sobretudo, Peyroteo. Este último tornou-se o avançado mais letal do futebol português, com uma média impressionante de 1,76 golos por jogo.
Sob o comando do treinador húngaro, o Sporting assumiu um domínio avassalador no futebol nacional. Até então, o clube já tinha títulos, mas foi com Szabo que se tornou a maior força da época. A sua metodologia, que privilegiava o futebol ofensivo e uma preparação física superior, colocou os leões num patamar nunca antes visto. A supremacia verde e branca manteve-se até meados dos anos 50, quando o Benfica começou a afirmar-se com maior regularidade.
Szabo não era apenas treinador. Era também fisioterapeuta e massagista, acompanhando os jogadores em todas as vertentes. Além disso, dedicava-se à formação, trabalhando com jovens talentos e refinando os detalhes dos seus craques até fora de horas.
Em 1945, Szabo deixou o Sporting após terminar o campeonato em segundo lugar, atrás do Benfica. Voltou para o Porto, clube que tentou impedir a vinda do técnico ao leões. No Norte, permaneceu durante duas épocas, de 1944 a 1946, onde chegou a sagrar-se campeão regional por duas vezes. No entanto, apesar de ter saído do clube verde e branco e ter ido para o rival, a sua ligação ao Sporting não terminou aí. Em 1953, regressou a Alvalade, mas a sua estadia foi breve, sendo suspenso no ano seguinte devido a uma entrevista polémica.