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Jogadores
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Héctor Yazalde - que recentemente quase foi superado por Gyokeres - nasceu no dia 29 de maio de 1946, em Buenos Aires, na Argentina. Mesmo com muitas dificuldades, o craque conseguiu cumprir o seu sonho de jogar futebol ao mais alto nível. O avançado tornou-se num histórico goleador Sporting, ao marcar 126 golos em somente 131 jogos pelo Clube. Pelo conjunto leonino, o argentino conquistou um Campeonato Nacional e uma Taça de Portugal, isto para lá de ter vencido a Bota de Ouro e ter estipulado o recorde de golos do prémio, com 46 finalizações certeiras.
Yazalde cresceu em Villa Florito, um bairro muito pobre na Argentina e, na altura, o seu coração dividia-se entre a paixão pelo futebol e o sonho de ser médico. O craque, por necessidade, começou a trabalhar muito novo. Vendia jornais e também ajudava o irmão com a venda de fruta, tendo sido nesses anos apelidado de “Chirola”, uma referência às pequenas moedas argentinas, que gostava de trocar para parecer que tinha mais dinheiro nos bolsos.
“Chirola” começou a jogar descalço na rua, até que Júlio Mocoroa, um olheiro, o levou para jogar no Los Andes. Ao que parece, saiu poucas vezes do banco, o que lhe deu uma nova vida, mas desta vez, no Racing, onde voltaria a ser dispensado por ter um físico muito fraco. Já sem esperanças, mas com muito esforço, Yazalde consegui um lugar no Atlético Piraña, equipa amadora na qual se começou a destacar pelo fator golo. Em 1967, o Independiente, um gigante argentino, estava atento e contratou-o para integrar o ataque da equipa.
Foi rápida a adaptação e Yazalde facilmente se destacou. O argentino marcou 72 golos em 117 jogos, o que lhe valeu a convocatória para a seleção da Argentina e também, um lugar de destaque no Sporting. Os leões contrataram o craque em 1971, uma transferência recorde para o Campeonato Nacional. O goleador não pôde ser inscrito de imediato, então só se estreou em setembro. No balneário verde e branco, o salário do avançado começou por causar alguma desconfiança por parte dos colegas, algo que acabaria por ser ultrapassado.
Juntaram-se algumas lesões, mas Yazalde encontrou apoio nas noites lisboetas, nas quais conheceu a futura mulher, Carmizé, uma atriz portuguesa. “Chirola” fez umas duas primeiras épocas belíssimas, mas explodiu verdadeiramente em 1973/74, quando atingiu a marca dos 46 golos na liga portuguesa, acabando por receber a Bota de Ouro no final da temporada. Além disso, num grande ato de humildade, o craque argentino recebeu um Toyota como prémio e decidiu vendê-lo para dividir o dinheiro com os colegas de equipa, como uma forma de reconhecer que todos contribuíram para atingir aqueles números.
A época seguinte foi a última de Yazalde pelos leões. O ponta de lança foi, novamente, um dos maiores marcadores na Europa, mas, agora, com 30 golos que lhe valeram a Bota de Prata. Em quatro épocas pelo Sporting, o craque somou 126 golos num total de 131 jogos e eternizou-se nos livros de história do Clube. Como já era de esperar, “Chirola” teve o interesse dos grandes conjuntos mundiais, como o Real Madrid, mas acabou mesmo por reforçar o Marselha em 1975. Em França, o avançado esteve muito bem, mas viu-se obrigado a voltar ao país de origem, com o sonho de jogar o Mundial de 1978 pela Argentina.
Yazalde transferiu-se para o Newell’s Old Boys, mas as coisas não lhe correram muito bem porque o emblema não tinha as condições ideais. Para piorar tudo, o argentino foi ainda diagnosticado com uma hepatite, doença que lhe provocou uma depressão devido ao seu débil estado de saúde. O ponta-de-lança tentou ainda voltar a jogar, agora pelo Huracán, mas só conseguiu fazer apenas um jogo, terminando o seu percurso em 1982. Depois de futebolista, ainda foi treinador e empresário, mas esta nova carreira durou apenas 15 anos. Yazalde acabou por morrer no dia 18 de junho de 18997, com apenas 51 anos, vítima de cirrose hepática.
Histórico defesa do conjunto verde e branco teve a oportunidade de levantar vários troféus durante as épocas em que teve ao serviço do Clube
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Joaquim Serrano nasceu no dia 26 de maio de 1911, em Aveiro, mas a verdade é que a sua carreira teria palco noutros locais do país: Algarve e Lisboa. O antigo defesa representou o Sporting por oito épocas, conquistando três Campeonatos Nacionais e cinco Campeonatos de Lisboa - alguns deles ao lado de Peyroteo, o maior goleador na história dos leões.
O antigo craque começou a jogar futebol no escalão de Infantis do Farense, onde esteve até 1932, data em que decidiu ir para Lisboa estudar Educação Física na Escola Politécnica. Na formação jogou como avançado, mas acabou por trocar de posição mais tarde e passar a jogar na defesa, função que cumpriu até ao final da carreira
Foi no ano em que se mudou para Lisboa que também chegou ao Sporting. Na altura, os leões tinham o setor defensivo a passar por uma fase de renovação, após Jorge Vieira sair do clube e Martinho de Oliveira chegar à parte final da sua carreira.
Foi com João Jurado que Joaquim Serrano formou dupla e começou a alinhar em campo na defesa dos leões, em 1932. O atleta fez belíssimas temporadas no Sporting, onde terminou a carreira ao fim de oito épocas com o símbolo do leão no peito.
Joaquim Serrano acabou o seu percurso no Sporting com 121 jogos oficiais disputados e oito conquistas no bolso. O defesa ficou no currículo com três Campeonatos Nacionais e cinco Campeonatos de Lisboa, numa altura em que também partilhou campo com o maior jogador da história do Clube, Fernando Peyroteo.
Serrano só perdeu o lugar na equipa depois do conjunto verde e branco ter contratado o brasileiro Vianinha, que rapidamente agarrou a titularidade. Foi durante o período que esteve no Sporting que também representou a seleção nacional uma vez, num confronto com a Espanha, em que Portugal foi goleado por 9-0.
O antigo craque dos leões morreu no dia 1 de Agosto de 1983, com 72 anos de idade, e certamente fica recordado na memória de todos os adeptos Sportinguistas por ter dedicado uma carreira, quase inteira, ao conjunto verde e branco.
Jovem médio conhecido pela sua refinada qualidade técnica sempre esteve ligado ao conjunto verde e branco desde muito pequeno
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Nascido a 27 de maio de 1999 nas Fazendas de Almeirim, Daniel Santos Bragança é um médio que tem feito toda a sua carreira ao serviço do Sporting. Pelos leões, já leva três Campeonatos Nacionais - incluindo o bicampeonato de 2024/25 - uma Taça de Portugal e duas Taças da Liga, com 137 jogos oficiais na equipa principal.
Daniel Bragança começou no futebol com oito anos de idade a jogar pelo Footkart. Rapidamente foi recrutado pelo Sporting, onde acabou por fazer toda a sua formação desde os infantis até à equipa principal.
Daniel Bragança viveu um primeiro ano difícil na academia e até pensou em desistir, mas a verdade é que, pouco tempo depois, começou a receber mais oportunidades para jogar e a vencer títulos. Os seus maiores triunfos na formação são os campeonatos nacionais de juvenis e juniores, que lhe valeram uma chamada à seleção nacional sub-18 na temporada 2016/17.
Apesar de ter feito uma boa parte da formação como médio-defensivo, Bragança já mostrava todo o seu refino no passe, que o tornaram num ‘8’ de grande qualidade. O seu primeiro ano de sénior foi de excelência ao serviço da equipa de sub-23, o que resultou num empréstimo para o Farense para ganhar mais experiência.
Um ano depois, acabou emprestado ao Estoril e foi nos canarinhos que mostrou toda a sua qualidade e voltou à seleção para servir os sub-21 de Rui Jorge. Em 2020/21, Ruben Amorim integrou Bragança no plantel principal e o médio aproveitou a oportunidade para ganhar o seu lugar na equipa.
Embora não fosse a presença constante do onze titular do Sporting, fez parte das conquistas do Campeonato Nacional e das duas Taças da Liga entre 2020 e 2022. Em 2023, passou por um dos episódios mais negros da sua carreira até então, quando sofreu uma entorse traumática com lesão do ligamento cruzado anterior no joelho direito, que o fez ser operado e parar um ano.
Em 2023/24, voltou a integrar a equipa e conseguiu recuperar o seu futebol, conquistando mais um título de campeão nacional pelo Sporting. Mais recentemente, em 2024/25, o médio levantou o título do bicampeonato e a Taça de Portugal, fazendo a histórica dobradinha e acabando como um dos vice capitães do Clube, ainda que tenha passado grande parte da temporada uma vez mais lesionado com gravidade.
Antigo capitão dos leões marcou o Clube pela sua experiência e sabedoria no meio dos jovens com quem teve de partilhar as quatro linhas
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Luís Carlos Novo Neto, conhecido apenas como Neto, nasceu na Póvoa do Varzim, no dia 26 de maio de 1988. Novamente campeão esta época de 2024/25, mas desta vez enquanto adjunto, chegou ao Sporting ainda como jogador e até se tornou capitão. O defesa-central acabou com 107 jogos em cinco épocas, que foram muito importantes para o Clube. Conquistou dois Campeonatos Nacionais e duas Taças da Liga, consolidando-se como uma das figuras de maior destaque do balneário verde e branco.
Neto fez toda a formação no clube da sua terra, o Varzim, onde também se acabou por estrear no futebol profissional e chamou à atenção do Benfica, que acabou por não avançar para a sua contratação. O defesa ganhou um lugar na equipa e em 2011 teve uma oportunidade de disputar a primeira divisão nacional pelo Nacional da Madeira, conjunto no qual fez uma excelente época.
A grande época de estreia no primeiro escalão despertou o interesse do Porto, mas acabou por ser contratado pelo Siena da Serie A de Itália, que ofereceu cerca de três milhões de euros pelo seu passe. Seis meses depois foi vendido para o Zenit, emblema russo, por seis milhões de euros, o dobro do preço.
No campeonato russo conseguiu a titularidade e assegurou o lugar na equipa de São Petersburgo, onde ajudou nas conquistas de duas ligas, duas Supertaças e uma Taça da Rússia. Foi ainda no Zenit que conseguiu a sua primeira chamada à seleção A de Portugal, na altura treinada por Paulo Bento.
Fez parte da equipa das quinas que esteve no Mundial do Brasil em 2014, embora não tenha disputado qualquer minuto. Ainda foi a tempo de fazer 19 internacionalizações por Portugal e até se tornou uma presença regular no onze inicial. Em 2017/18 foi emprestado aos turcos do Fenerbahçe, mas no final da época regressou ao Zenit, onde ficou mais um ano e preparou-se para tomar um novo rumo na carreira.
Em janeiro de 2019 não aceitou renovar contrato e tornou-se num jogador livre. Foi neste momento que assinou pelo Sporting por três temporadas e viu um sonho ser realizado. Chegou ao conjunto verde e branco, que atravessava um período instável, mas com a chegada de Ruben Amorim tudo mudou. Foi titular no lado direito do trio de defesas centrais utilizado pelo treinador e foi muito útil pela sua experiência. Só perdeu o lugar depois de uma lesão e o seu sucessor foi Gonçalo Inácio - jogador que Varandas quer manter no clube.
Foi mesmo no Sporting, onde fez 107 jogos oficiais, que acabou a carreira e ganhou uma nova vida, desta vez enquanto adjunto. Se como jogador já tinha vencido dois campeonatos nacionais e duas Taças da Liga, como técnico fez parte da conquista da dobradinha em 2024/25, adicionando mais dois títulos ao currículo pelos leões.