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Histórias do Leão
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O dia 29 de junho foi mágico para Albano - um dos maiores goleadores frente ao Benfica, mas em anos diferentes. Em 1957, o craque eternizado nos Cinco Violinos despediu-se do Sporting, com direito a uma festa inesquecível. Já 10 anos depois, em 1967, o antigo jogador dos verdes e brancos recebeu uma medalha de ouro da Federação Portuguesa de Futebol.
Numa altura em que muitos já lhe chamavam 'velho', por ter passado uma época inteira na equipa de reservas devido à idade e a decrescente forma física que apresentava, Albano teve direito a uma despedida especial do Sporting. A festa de homenagem aconteceu a 29 de junho de 1957.
O craque histórico do Sporting, que ficou marcado pelo seu espírito de sacrifício e amor ao Clube de Alvalade, afirmou humildemente que não se importava de continuar a jogar na segunda equipa dos leões, até ser mandado embora por decisão própria dos verdes e brancos.
Nesta altura, Albano teve mais uma grande atitude e ofereceu 10% das receitas que obteve devido a organização da sua festa ao Fundo de Recrutamento de Atletas do Sporting. O que o craque não adivinhava é que uma década depois, voltaria a viver um dia mágico na mesma data.
No dia 29 de junho de 1967, Albano recebeu uma medalha de ouro da Federação Portuguesa de Futebol. O internacional da equipa das quinas foi distinguido com este prémio devido aos serviços que prestou. Mais tarde, o antigo verde e branco obteve o grau de Mérito da AFL e ficou marcado para sempre na história do desporto em Portugal.
Antigo Presidente dos leões triunfou no ato eleitoral, levando a melhor sobre a concorrência, nomeadamente de António Simões e António Figueiredo
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No dia 28 de junho de 1988, Jorge Gonçalves tomou posse como Presidente do Sporting. O novo líder dos leões venceu as eleições, à data, mais concorridas da história leonina, depois de um longo período liderado pelo lendário João Rocha - o segundo mais titulado da história leonina, atrás de Frederico Varandas.
Pela primeira vez na história do Sporting surgiram três candidaturas aos Órgãos Sociais do Clube de Alvalade. Os candidatos animaram animaram bastante a campanha eleitoral, que foi feita à semelhança da forma como se fazia na política na altura, com direito a um debate na televisão.
Jorge Gonçalves, conhecido como 'bigodes', foi o primeiro a apresentar-se como candidato. Afirmava que o Sporting precisava de acordar para voltar a ser o 'Rei da Selva'. Prometia uma revolução total, com fim ao Conselho Leonino e uma equipa reforçada com jogadores como Douglas, Silas, Carlos Manuel e Eskilsson. O treinador escolhido, embora nunca oficializado, era Manuel José.
António Simões, gestor ligado à empresa 'Brás&Brás', surgiu com uma proposta mais centrada na parte financeira do Clube. O gestor prometeu avançar com 600 mil contos para resolver dívidas e investir no futebol. Apostava na continuidade do treinador António Morais e apresentava uma candidatura de equilíbrio, focada na recuperação económica e na estabilidade desportiva do Sporting.
O Coronel António Figueiredo representava o setor mais tradicional do Clube de Alvalade. A sua campanha baseava-se na credibilidade dos que o apoiavam, mas foi discreta e marcada por críticas às propostas dos outros candidatos. Colocou em causa os 600 mil contos de Simões e os reforços de Jorge Gonçalves, sendo acusado de usar dados de Sócios com autorização da direção cessante.
Jorge Gonçalves saiu vitorioso das eleições e os resultados não podiam ter revelado outra coisa a não ser uma enorme vontade de mudar. O novo Presidente dos leões venceu om 63,4% dos votos, contra 21,6% de António Simões e apenas 14,9% para António Figueiredo, numa Assembleia Geral realizada no dia 24 de Junho de 1988. Neste ato eleitoral, votaram 17.093 sócios, números nunca antes vistos numas eleições de clubes em Portugal.
As urnas só fecharam depois da meia-noite e a contagem dos votos prolongou-se até perto das cinco da madrugada, momento em que finalmente foram anunciados os resultados das eleições. Muitos Sportinguistas esperaram até esta hora para receber Jorge Gonçalves como novo Presidente do Clube de Alvalade.
Resultados finais das eleições de 1988:
Direção:
Mesa da Assembleia Geral:
Conselho Fiscal e Disciplinar:
Maior símbolo da história dos verdes e brancos é escolhido para assumir a direção do Clube leonino, depois de já ter sido o principal impulsionador da fundação
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No dia 26 de junho de 1910, José Alfredo Holtreman Roquette, conhecido como José Alvalade - que deu nome ao estádio já desde a antiga casa - foi eleito Presidente do Sporting. O homem, que já tinha sido o principal impulsionador para fundar o Clube leonino, quatro anos depois, consolidou-se como o terceiro grande pilar na história da direção dos verdes e brancos.
José Alvalade não só era o Sócio N.º 1, como também tinha sido vice-Presidente e gerente de desportos. O neto do Visconde de Alvalade, que foi o primeiro Presidente do Clube, tornou-se no terceiro a exercer esta função na história da direção do Sporting, depois do pequeno período liderado por Luís Caetano Pereira.
Luís Caetano Pereira acabou por assumir a presidência novamente depois de José Alvalade ter saído da direção no dia 2 de setembro de 2012. O grande fundador do conjunto verde e branco fica marcado pela frase: "Queremos que o Sporting seja um grande Clube, tão grande como os maiores da Europa"
Um legado histórico
José Alvalade fica marcado como o grande símbolo do Sporting, depois de ter organizado um piquenique a 12 de abril de 1906, na Quinta do Correio Mor, em Loures. Neste 'convívio' estiveram presentes: Visconde de Alvalade, José Gavazzo, Henrique Barbosa, Scarlett, Vasco Morgado, Félix da Costa, José Stromp, Geraldo Barba e senhoras da família.
A iniciativa serviu para, quase um mês depois, a 8 de maio de 1906, o grupo fundar o Clube. Em termos oficiais, a data de fundação do Sporting é dia 1 de julho do mesmo ano, por proposta de Soares Júnior, tendo em conta a redação dos estatutos.
Infelizmente, José Alvalade morreu ainda muito jovem, com 33 anos, a 19 de outubro de 1918. O terceiro Presidente do Sporting, solteiro e sem geração legítima, foi vítima de febre tifoide. Atualmente, o principal fundador do Clube dá nome à casa dos verdes e brancos, o Estádio José Alvalade.
Atleta português conseguiu resultado surpreendente em prova disputada em Oslo, no mítico Estádio Bislett, durante os prestigiados Bislett Games
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A 26 de junho de 1982, em Oslo, o impossível transformou-se em realidade. Contra todas as expectativas e desafiando o peso das lesões e da idade, Carlos Lopes, na altura com 35 anos, escreveu uma das páginas mais impressionantes do atletismo europeu. Foi no mítico Estádio Bislett, durante os prestigiados Bislett Games, que o atleta português assinou uma das melhores corridas da sua carreira e estabeleceu um novo recorde da Europa dos 10.000 metros.
O palco não podia ser mais simbólico: uma pista que já era lendária, uma assistência fervorosa e um alinhamento de luxo. O grande favorito era o norte-americano Alberto Salazar, que assumira publicamente a intenção de bater o recorde do mundo, então pertencente ao queniano Henry Rono (que também estava em prova).
A corrida desenrolou-se num ritmo alucinante desde o início. Aos 5.000 metros, o trio da frente, composto por Lopes, Salazar e o belga Alex Hagelsteens, registava uma marca mais de 10 segundos abaixo do que Rono fizera no dia do recorde. O próprio Rono, desgastado, cedeu aos 8.000 metros, deixando os três destacados na frente. Ainda assim, o queniano conseguiria reduzir uma desvantagem de quase 30 metros para se reaproximar nos últimos metros.
Mas seria Carlos Lopes a assinar o momento da noite. A 250 metros da meta, lançou um ataque inesperado, um sprint que apanhou os rivais desprevenidos. Num golpe de classe e inteligência, venceu a corrida com o tempo de 27m24,39s, novo Recorde da Europa, ficando a apenas 2,39 segundos do Recorde do Mundo de Henry Rono. Foi uma prova memorável, tanto pela qualidade do desempenho como pela forma como a vitória foi conquistada: com frieza, cálculo e coragem.
No final da corrida, Carlos Lopes admitiu com a humildade de sempre: "Não estava à espera de conseguir este resultado, mas desta vez tive a vantagem de ir no comboio até à última volta. Não me coube a responsabilidade de puxar. Depois foi simples: quem pode anda, quem não pode fica para trás".
Apesar do impacto do feito, Lopes não alimentava ambições imediatas de bater o recorde do mundo. Mas Moniz Pereira, o seu lendário treinador, era perentório. Na sua opinião, tanto Carlos Lopes como Fernando Mamede tinham capacidade para o conseguir, se a prova fosse devidamente planeada. Estava lançada a previsão e, como se sabe, viria a cumprir-se com ambos.