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Competições
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No dia 2 de julho de 1984, Fernando Mamede e Carlos Lopes - treinados por Moniz Pereira, o senhor atletismo do Clube de Alvalade - fizeram história pelo Sporting ao terminarem em primeiro e segundo lugar, respetivamente, na corrida de 10.000 metros realizada em Estocolmo. O primeiro sagrou-se mesmo recordista mundial, algo que o atletismo português, até então, nunca tinha conseguido.
Moniz Pereira, treinador leonino, conseguiu juntar Carlos Lopes e Fernando Mamede com o objetivo de vencer a corrida de 10.000 metros realizada em Estocolmo, sob condições atmosféricas perfeitas. Guilherme Alves, um especialista de 3000m, começou melhor a corrida, percorrendo os três primeiros quilómetros em 8m16s.
No entanto, aos 3.500 metros, o norte-americano Ed Eyestone assumiu a liderança da corrida, mantendo um ritmo regular que permitiu um tempo de passagem aos cinco quilómetros de 13m45s. A história da prova voltou a mudar, quando, ao quilómetro sete, Carlos Lopes passou à frente da concorrência.
Neste momento, Carlos Lopes fazia uma grande prova e parecia que ia ser o campeão com o recorde mundial, passando aos nove quilómetros com o tempo de 24m41s. Já Fernando Mamede, ainda se encontrava a cerca de 20 metros, uma distância significativa relativamente ao colega que estava na primeira posição.
Subitamente, Fernando Mamede surpreendeu toda a gente. O atleta do Sporting recuperou com uma arrancada impressionante e chegou ao último quilómetro feito no tempo fabuloso de 02m32s, os mil metros mais rápidos da história de uma corrida de 10 quilómetros, fazendo os 800 metros que restavam em apenas dois minutos.
O resultado da corrida decidiu-se quando ainda faltavam 500 metros para terminar. Fernando Mamede ultrapassou Carlos Lopes com uma última volta percorrida em 57,45 segundos, o que lhe valeu o novo Recorde do Mundo dos 10.000 metros. O vencedor verde e branco acabou a prova com o tempo de 27m13s.
Carlos Lopes terminou em segundo lugar com o tempo de 27m17s, que passava a ser a segunda melhor marca mundial de sempre. Desta forma, o Sporting não conseguiu apenas um, mas sim dois recordistas mundiais e as medalhas de ouro e prata na prova dos 10.000 metros em Estocolmo, na Suécia.
Clube de Alvalade triunfou na prova rainha, num encontro bastante mais complicado do que inicialmente previsto, mas que acabou por sorrir aos leões
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No dia 1 de julho de 1945, o Sporting conquistou a segunda Taça de Portugal da sua história. Na final, diante do Olhanense, os leões triunfaram, por 1-0, com um golo de Jesus Correia já bem perto do final do encontro, aos 86 minutos, num encontro que se revelou mais complicado do que inicialmente esperado.
Joaquim Ferreira, técnico do Sporting, escolheu para 11 inicial na final da Taça de Portugal a seguinte equipa: João Azevedo (GR), Álvaro Cardoso, Octávio Barrosa, Manuel Marques, António Lourenço, Veríssimo Alves, João Nogueira, Jesus Correia (86’), Armando Ferreira, Albano e João Cruz.
No que ao Olhanense diz respeito, que era então orientado pelo técnico Cassiano, os algarvios alinharam com José Abraão (GR), João Nunes, Santos, António Rodrigues, Manuel Grazina, Guilherme Loulé, Joaquim Paulo, Salvador dos Satos, Francisco Palmeiro, Fernando Cabrita e Moreira.
O Sporting partia para a final da Taça de Portugal como grande favorito, mas os verdes e brancos tiveram de suar para garantir o triunfo na prova rainha. Numa altura em que muitos já se preparavam para o prolongamento, Jesus Correia, aos 86 minutos, disparou para o fundo das redes e ditou a vitória leonina.
No percurso até à grande final, o Sporting começou por eliminar o Porto (4-1, nos oitavos-de-final), seguindo-se a Oliveirense (12-2, quartos-de-final) e o Benfica (5-4, nas meias-finais). Nota para o facto de, diante dos encarnados, ter existido a necessidade da realização de um terceiro encontro para encontrar um dos finalistas da Taça de Portugal.
Destaque para Fernando Peyroteo, lendário goleador do Sporting. Nesta edição da prova rainha, o avançado marcou uns impressionantes 11 golos em apenas seis partidas. Nota especial para as quatro finalizações certeiras numa só partida diante da Oliveirense, no triunfo verde e branco na primeira mão dos quartos-de-final, por 8-1.
Nesta temporada, o Sporting teve ainda mais motivos para celebrar. O Clube de Alvalade triunfou no Campeonato de Lisboa, somando 28 pontos em 10 encontros (oito vitórias e dois empates). O Benfica ficou no segundo lugar, com 24 pontos, enquanto o Belenenses terminou no terceiro posto, com 21.
Desportista do conjunto verde e branco trouxe mais um título para os leões depois de um momento importante já muito perto da prova terminar
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No dia 30 de junho de 2019, José Mendes, atleta do Sporting, sagrou-se campeão nacional de fundo em ciclismo - modalidade que teve uma tragédia em 1984. O desportista dos verdes e brancos voltou a trazer glórias para os leões, após ter conquistado o tão desejado título em Melgaço, numa prova com 197 quilómetros.
A corrida não teve terreno plano em quase momento nenhum, no entanto, foi sempre disputada a alta velocidade. Primeiro, estiveram adiantados oito dos corredores da prova, entre os 60 e os 135 quilómetros. Posteriormente, já nos 143, atacaram mais outros sete ciclistas.
Este grupo nunca teve uma grande vantagem sobre o restante pelotão e acabou por ficar para trás. Os mais resistentes na corrida foram mesmo Domingos Gonçalves e César Fonte, atleta do Porto, alcançados 22 quilómetros antes da chegada à reta final.
Já na fase de aproximação à meta, Ricardo Mestre, outro dos ciclistas portistas na prova, ainda quis surpreender de longe e entrou no último quilómetro isolado, mas José Mendes respondeu nos mil metros que sobravam da melhor forma possível, ao vencer a corrida mesmo no final.
Ricardo Mestre resistiu até à última curva, a 50 metros da meta, mas José Mendes, num último fôlego, passou pelo portista e destacou-se na prova. O atleta dos leões terminou com um tempo final de 4h39m33s, a que correspondeu uma média de 42,282 km/h.
Depois do algarvio da equipa Porto, chegou o colega de equipa António Carvalho, que pôde lamentar não ter saído do pelotão anteriormente, pois fez uma grande recuperação nos últimos 150 metros, ficando muito próximo de José Mendes. Frederico Figueiredo, do Sporting, foi o 4.º classificado e Tiago Machado, também dos leões, ficou em 10.º lugar com 4h39m54s.
Plantel verde e branco saiu vitorioso de competição europeia de grande prestígio e encontro decisivo foi disputado diante de emblema francês
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Numa noite que ficaria gravada na memória leonina, o Sporting escreveu um dos seus primeiros grandes capítulos internacionais ao conquistar pela primeira vez, no dia 29 de junho de 1961, o prestigiado Troféu Teresa Herrera, considerado à época o mais importante torneio particular do futebol europeu. A vitória foi alcançada frente ao poderoso Stade de Reims, uma equipa francesa de renome, que já contava no seu currículo com finais europeias e uma reputação sólida no continente.
O palco foi o Estádio Riazor, na Corunha, em Espanha, e a orquestra verde e branca foi conduzida pelo brasileiro Otto Glória, um dos treinadores mais influentes da história do futebol português. O onze titular leonino foi composto por Carvalho; Lino, Morato (Mendes), Hilário; Ferreira Pinto, Lúcio; Hugo, Fernando, Diego, Faustino (Géo) e Seminário.
Logo desde o apito inicial, o Sporting revelou intenções claras de assumir o jogo. A velocidade e intensidade dos primeiros minutos deixaram marca e, aos 7', surgiu o primeiro golo. Após um toque subtil de Faustino num livre à entrada da área, Lúcio disparou um remate rasteiro, colocado junto ao poste direito, batendo o guarda-redes francês Jacquet.
Mal o público se recompunha do primeiro golo, o segundo surgiu de forma ainda mais espetacular. Aos 10 minutos, Hugo ultrapassou o seu marcador direto, Hiegel, e, quase sem ângulo, rematou cruzado com força e efeito, vendo a bola embater na trave antes de entrar.
O domínio Sportinguista na primeira parte foi coroado com mais um golo aos 38 minutos. Em mais um livre junto à linha de fundo, Faustino cruzou com precisão e Seminário surgiu com enorme impulsão para cabecear com violência para o fundo das redes. O intervalo chegava com um expressivo 3-0 favorável aos leões, justo reflexo da sua eficácia e do engenho coletivo, mesmo que os franceses tenham tido alguma superioridade territorial.
Mas o Stade Reims não era adversário para ser subestimado. Na segunda parte, os franceses reagiram com determinação e, num curto espaço de tempo, reabriram o jogo. Piantoni, aos 59 minutos, aproveitou um ressalto dentro da área para reduzir. Três minutos depois, Moreau finalizou uma jogada bem construída pela direita e fez o 3-2, lançando incerteza sobre o desfecho do encontro.
A equipa portuguesa, que entrou algo relaxada no segundo tempo, sentiu o perigo e rapidamente ajustou a postura. A partir daí, o jogo tornou-se um combate de nervos. O Sporting teve de abandonar a exuberância da primeira parte e vestir o fato de macaco. Lutou com bravura, defendeu com garra e soube sofrer para segurar a vantagem. No final, o triunfo foi festejado com entusiasmo. A conquista da 16.ª edição do Troféu Teresa Herrera não só deu prestígio ao Sporting, como também reforçou a projeção internacional do futebol português, um ano antes de mais uma conquista do Campeonato Nacional.