
Um pedaço de ouro no caminho das pedras do Sporting
Se há coisa que a vida nos ensina é que o que parece certo, adquirido, rapidamente se transforma num cenário diametralmente oposto.
20 Abr 2020 | 14:29
No Sporting há o nós e os outros, há os croquetes que às vezes são viscondes, cinquentenários, Stromps ou bancada central e há o povo que às vezes é núcleos, é claques ou é bancada B.
Somos sportingados, somos gente intelectualmente desonesta, somos escumalha. Tratados como burros, atrasados mentais e outros quejandos. No Sporting, o exemplo vem de cima, ainda que transitoriamente pela natureza eletiva do cargo, mas vem também de baixo, dos lados e até de dentro. No Sporting, vivemos do ódio. Começa no ódio dos seus líderes máximos aos súbitos, ao melhor estilo do rei Sol Luís XIV, cujo cardápio inclui silenciar quem deles discorda ou expulsar quem incomoda. E num Clube que não ganha (só no futebol, também ele rei, porque noutros campos limpámos nos últimos anos muitos troféus nacionais e internacionais, daqueles que fazem história e enriquecem o nosso Museu) fomenta-se a discórdia com facilidade. Instiga-se o verbo, arregimentam-se tropas e silenciam-se os desacordantes. Mas nem só de cima se espalha o ódio. Queremos acreditar que há índios e cobóis, americanos e soviéticos, Mr. Hyde e Dr. Jekyll, Clark Kent e Lex Luthor, numa perspetiva filosófica errada que só admite dois estados, o branco e o preto, o certo e o errado, os bons e os maus. No Sporting há o nós e os outros, há os croquetes que às vezes são viscondes, cinquentenários, Stromps ou bancada central e há o povo que às vezes é núcleos, é claques ou é bancada B. Espezinhamos os outros ao mesmo tempo que nos amesquinhamos a nós próprios quando o fazemos. E na verdade nem uns são bons nem outros são maus, não se distinguem por lugares no Estádio, nem por relacionamentos, nem por cargos. Deixemos então de empacotar e empilhar Sportinguistas de acordo com as suas opiniões, apenas e só porque discordamos delas, um ato razoável que no atual estado do Sporting eleva-se a ato de amor. Por seu turno, as televisões e jornais amplificam o ódio. Os comentadores são escolhidos para se indignarem, para dispararem sobre as direções, mas sobretudo em cima do Clube, e em última análise humilhando os Sportinguistas. As redes sociais, mais jovens e muito vocais, alinham no mesmo sentido, com julgamentos instantâneos e sumários de ideias, planos e decisões, mas fundamentalmente de carater das pessoas, conjeturando más intenções e agendas próprias escondidas. O Sporting é mais do que este ódio. O Sporting é o amor puro, tanta vez aqui escrito pela Mariana Cordeiro Ferreira. Os colunistas do Leonino escrevem livremente sobre Sporting, sobre esse amor ao Clube, sobre experiências passadas, às vezes vividas na primeira pessoa, sobre jogadores, sobre ideias para o futuro, sobre críticas à atual direção, e sim, o Leonino faz escrutínio e tem a lógica jornalística de contrapoder seja por oposição ao que hoje se faz, seja ao que ontem se fez, seja ao que amanhã se fará. Sem pejo, neutro, todos a apanharem pela mesma medida. Pela natureza de escrevem num projeto jornalístico que se preocupa com isenção, rigor e pluralidade, os colunistas tendem a não ter claques de apoiantes organizadas para dilatarem o que dizem. Apanham com as críticas de quem deles guarda antigos rancores, mais do que deles destoam, e sujeitam-se ao aplauso silencioso dos que consigo partilham ideias. Escuso-me a defender o que os colunistas do Leonino escrevem, mas defendo os colunistas, cada um deles. Agradeço-lhes a coragem de terem aceitado o convite, e ainda mais a coragem de continuarem, de seguirem em frente. A começar na Rita Garcia Pereira, passando pelo José Diogo Leitão, pelo Carlos Vieira, pelo Gonçalo Fernandes, pelo Pedro Figueiredo e todos os outros. Não concordo com tudo o que pensam nem concordo com tudo o que fizeram ou fazem. Alguns até concordo pouco. A importância de estarem no Leonino, um projeto inclusivo, de Sportinguistas para Sportinguistas, vai muito além de radicalismos e ódios de fação. Como publisher deste órgão de comunicação, não quero influenciar nada sobre o qual escrevem. Prefiro até que não escrevam em sentido único, embora nunca tenha sugerido qualquer tema e menos ainda feito qualquer reparo ao que cada um escreve. O futuro verde e branco não será salvo pelo Superhomem que não existe, será dos Sportinguistas que, mais tarde ou mais cedo, deixarão de estar acantonados no ódio e, lambendo as feridas que houver, farão voltar o grande Sporting de outrora. Viva o nosso Sporting Clube de Portugal!
Publisher Leonino
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