Duarte Pereira da Silva

30 Out 2024 | 14:26

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Duarte Pereira da Silva

Consequências da renovação em novembro de 2022 revelaram-se catastróficas para o Clube de Alvalade, com o técnico a abandonar os verdes e brancos


Mais cedo ou mais tarde, para tristeza da quase totalidade dos adeptos do Sporting, Rúben Amorim vai ser oficializado como treinador do Manchester United. Apesar dos avanços e recuos no processo de saída, defendo que o técnico já nem deve estar no banco de suplentes diante do Estrela do Amadora por já não estarem reunidas as condições para tal.

Teste 


Compro a teoria de que um comboio como o Manchester United pode passar apenas uma vez na vida. Percebo as aspirações – desportivas e financeiras – de Rúben Amorim em querer dar o salto para o maior campeonato do mundo. Perante este cenário, o que já era dispensável eram as ‘juras’ de amor no marquês ou a mais recente afirmação de que tinha muito orgulho em ser treinador do Sporting. Esta última até pode ser verdade, mas o momento dispensava esse tipo de declarações.


Não coloco, de todo, em causa o trabalho fantástico que Rúben Amorim fez no Sporting. Foram 228 encontros (161 vitórias, 34 empates e 33 derrotas) e cinco títulos, com destaque para os dois campeonatos nacionais. Estou certo de que o universo leonino também não esquecerá a verdadeira revolução que o treinador protagonizou nos verdes e brancos. A verdade é que Rúben Amorim encontrou um Clube à deriva e transformou-o num emblema vencedor.

O mais importante para o Sporting é olhar para o futuro e tirar ilações da saída de Rúben Amorim. Como foi possível que, passados quase cinco anos, o Manchester United pagasse uma verba semelhante à que Frederico Varandas pagou a António Salvador em março de 2020.

Para encontrarmos uma resposta a esta pergunta é preciso recuar até novembro de 2022, aquando da renovação de Rúben Amorim com o Sporting. Nessa altura, em que o técnico era muito contestado em Alvalade, Frederico Varandas puxou dos galões e deu um voto de confiança (e bem) ao técnico.

O que não entendo é como, perante estas circunstâncias, em que os leões estavam ‘por cima’, o Presidente do Sporting aceitou que, no contrato, figurasse uma cláusula de rescisão de 10 milhões de euros para determinados gigantes europeus. Se a renovação tivesse acontecido após a conquista do título, poderia aceitar esta opção – visto que Rúben Amorim estaria numa posição de força –, mas, dado o timing, a aceitação desta condição revelou-se catastrófica.

Trocado por miúdos, Frederico Varandas aceitou que a lógica da cláusula de Rúben Amorim fosse a seguinte: quanto maior o poderio financeiro de um determinado tubarão, menor o valor que seria necessário para levar o treinador de Alvalade. As consequências estão à vista.

Numa nota final sobre o processo de Rúben Amorim, seria interessante perceber qual o papel de Antero Henrique na mudança do técnico para o Manchester United. A chegada de André Villas-Boas à presidência do Porto foi, por certo, uma mera coincidência.

Olhando para o futuro, as últimas informações indicam que João Pereira deve ser o sucessor de Rúben Amorim. Resta apurar se de forma interina ou se o antigo futebolista é uma aposta mais definitiva de Frederico Varandas.

Dado o passado recente, o Presidente do Sporting tem algum crédito, mas não me parece que o treinador da equipa B possa ser, pelo menos nesta fase, uma solução a longo prazo. Abel Ferreira ou Leonardo Jardim seriam escolhas mais ‘tradicionais’. Sérgio Conceição podia ser uma opção, mas, dado o histórico entre os dois, parece muito pouco provável que tal venha a acontecer, pese embora a competência técnica, do ex-treinador do Porto.

A finalizar, resta dizer que a saída de Rúben Amorim é uma oportunidade para a Direção do Sporting provar que o sucesso dos leões não era da inteira responsabilidade do futuro treinador do Manchester United. Tem a palavra Frederico Varandas.

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