
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Efemérides
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Paulo Jorge dos Santos Futre nasceu a 28 de fevereiro de 1966, no Montijo, e esta sexta-feira celebra 59 anos. Com apenas 12 anos, brilhou num torneio em França, onde foi eleito o melhor jogador. O seu desempenho chamou a atenção de Aurélio Pereira, que o levou para o Sporting, onde se iniciou a lapidação do diamante.
Aos 15 anos, tornou-se o mais jovem futebolista profissional em Portugal, vivendo no Centro de Estágio de Alvalade para evitar as deslocações diárias. A sua estreia oficial aconteceu a 28 de agosto de 1983, com apenas 17 anos, frente ao Penafiel. Entrou ao intervalo e ajudou a transformar um 0-0 numa goleada por 5-1. Já o primeiro golo pela equipa principal surgiu uns meses mais tarde, a 20 de novembro de 1983 numa vitória dos leões por 3-0 frente ao Portimonense.
Apesar do talento evidente, Futre não teve um papel de destaque absoluto no Sporting. O treinador Jozef Venglos utilizava-o com moderação, e a sua afirmação total foi travada por decisões técnicas e políticas dentro do clube. O novo técnico, John Toshack, considerou emprestá-lo, o que abriu caminho para a sua saída. Em 1984, perante uma proposta financeira irrecusável do Porto, Futre pediu para renegociar o seu contrato, ao que os leões responderam negativamente, isso levou o jovem extremo a decidir rumar para o Norte, rescindindo por “razões psicológicas”. Durante a época que vestiu a listada verde e branca, o craque esteve presente em 30 partidas e somou 3 golos.
Nas Antas, explodiu como estrela mundial. Conquistou vários títulos, incluindo a Taça dos Campeões Europeus de 1987, e foi considerado o segundo melhor jogador da Europa nesse ano, apenas atrás de Ruud Gullit. Seguiu-se o Atlético de Madrid, onde se tornou ídolo e capitão. Apesar de nunca ter conquistado o campeonato espanhol, venceu duas Taças do Rei e marcou uma era no clube colchonero. Em 1993, esteve perto de regressar ao Sporting, mas acabou por assinar pelo Benfica, numa decisão que chocou os adeptos leoninos.
Ao serviço da seleção portuguesa, foi internacional por 41 vezes e marcou 6 golos, participando no Mundial de 1986. Após passagens por clubes como Marselha, Reggiana, Milan, West Ham e Yokohama Flügels, Futre encerrou a carreira em 1998, tendo realizado 465 jogos e marcados 110 golos. Mais tarde, regressou ao Atlético de Madrid como diretor desportivo, ajudando o clube a recuperar a sua forma. Em 2011, foi figura central na campanha presidencial de Dias Ferreira - que está furioso com os leões - para o Sporting, protagonizando momentos icónicos.
Há exatamente 49 anos, em 1976, o atleta leonino fez história ao conquistar o Campeonato Mundial de Corta-Mato, impondo-se no País de Gales
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Há exatamente 49 anos, a 28 de fevereiro de 1976, Carlos Lopes fez história ao conquistar o Campeonato Mundial de Corta-Mato em Chepstow, País de Gales, marcando uma grande vitória para o desporto português. O seu triunfo foi muito importante, refletindo também a transformação política que o país vivia após o 25 de abril. Lopes, que competia pelo Sporting desde 1967, estava determinado a provar o seu valor no cenário internacional.
O atleta português surpreendeu o mundo ao vencer com uma enorme confiança, ao deixar o britânico Tony Simmons a mais de 100 metros de distância. Simmons, ao saber que a vitória foi de um português, reagiu de forma desdenhosa, dizendo "não o conheço", apesar de ter sido derrotado por Lopes semanas antes, em San Sebastián.
O sucesso de Carlos Lopes não foi acidental. Sob a orientação do treinador Moniz Pereira, o atleta seguiu uma preparação rigorosa, competindo em provas internacionais antes do grande evento, como os Croses de Chartres e Lazarte. A estratégia de Moniz Pereira para o Mundial era simples: manter o ritmo forte e não deixar escapar os favoritos. Lopes não só seguiu essa tática, como a superou com uma corrida impressionante, isolando-se na frente e vencendo com facilidade.
A sua vitória foi celebrada por milhões ao redor do mundo, com cerca de 200 milhões de telespectadores acompanhando a corrida. No hipódromo de Chepstow, a bandeira portuguesa subiu ao som da "Portuguesa", numa cerimónia marcada pela entrega da medalha de ouro pelo Duque de Lancaster. A vitória de Lopes simbolizou um feito extraordinário para o desporto nacional, colocando Portugal no centro das atenções internacionais.
De volta à pátria, Carlos Lopes foi recebido como herói, e a sua conquista gerou um imenso orgulho na nação. Apesar de algumas críticas ao investimento no atletismo, o feito de Lopes foi incontestável. O próprio Fernando Mamede, que competiu no evento e terminou em 80º lugar, revelou que, ao ver o atleta leonino a vencer, só lhe apetecia abandonar a corrida e ir abraçá-lo.
O impacto da vitória foi notável, não apenas no atletismo, mas também na sociedade portuguesa. Um jornal galês chegou a associar a vitória de Lopes e de Carmen Valero, que venceu a prova feminina, à libertação da Península Ibérica, sugerindo que este triunfo refletia o fim das ditaduras em Portugal e Espanha. Assim, a vitória de Lopes tornou-se um símbolo da mudança e do renascimento do país.
Conhecido por ser muito astuto, o técnico inglês chegou a Alvalade em 1976 e deixou uma marca na história do Clube, apesar de uma passagem breve
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Jimmy Hagan, ex-jogador e treinador britânico conhecido pelo seu perfil disciplinador, chegou ao Sporting no verão de 1976, no mesmo ano que nasceu o leão João Vieira, contratado pelo presidente João Rocha. Com um histórico de sucessos em Portugal, incluindo um tricampeonato pelo Benfica. Enquanto jogador, passou uma época pelo Liverpool, cinco pelo Derby County e umas longas vinte temporadas pelo Sheffield United. Ao todo, esteve presente em mais de 200 jogos oficiais e marcou 58 golos.
A estreia como treinador do conjunto verde e branco não podia ter sido melhor, com um triunfo por 3-0 sobre o Benfica na primeira jornada do campeonato. Sob o comando de Hagan, os leões mostraram grande consistência nos primeiros meses, vencendo 11 dos primeiros 12 jogos e assumindo a liderança isolada. Com Keita como uma das estrelas da equipa, os adeptos acreditavam que o título estava ao alcance.
No entanto, a segunda metade da temporada revelou-se um desafio. A equipa começou a perder pontos inesperadamente, permitindo a aproximação dos rivais. O Sporting acabou por terminar a prova a nove pontos do Benfica, vendo o título escapar e falhando também a conquista da Taça de Portugal.
Conhecido pelo seu estilo rigoroso e pela exigência física imposta aos jogadores, Hagan era um treinador de poucas palavras e ainda menos concessões. A sua postura gerou algumas tensões dentro do clube e, no final da época, João Rocha decidiu não renovar o seu contrato. O presidente chegou mesmo a propor que Hagan permanecesse como preparador físico do novo treinador, Paulo Emílio, algo que o inglês recusou.
Após a saída de Alvalade, Hagan continuou a sua carreira em Portugal, treinando clubes como Boavista, Vitória de Setúbal e Belenenses. No Boavista, conquistou uma Taça de Portugal, curiosamente numa final contra o Sporting. Mais tarde, regressou ao Estoril, clube onde já tinha feito história ao levá-lo da terceira à primeira divisão.
Apesar da sua curta passagem pelo Sporting, Jimmy Hagan deixou a sua marca como um treinador de princípios rígidos e uma dedicação inegável ao trabalho. O inglês permaneceu em Portugal até ao final da sua vida, desfrutando do clima e da tranquilidade da linha de Cascais, onde viveu até falecer a 26 de fevereiro de 1998, há exatamente 27 anos.
Figura marcante do Clube leonino nos anos 50 e 60 brilhou como extremo-direito e ajudou os leões a conquistarem títulos históricos
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Hugo Dias Sarmento nasceu a 25 de fevereiro de 1933 e desde cedo mostrou talento para o futebol, pelo que iniciou a sua carreira no Estrela de Vendas Novas antes de chamar à atenção do Sporting, que o contratou no verão de 1953. Chegou a Alvalade para treinar, mas rapidamente se impôs como uma peça-chave da equipa leonina.
Na sua primeira temporada, tornou-se titular indiscutível na posição de extremo-direito, ajudando o Sporting a conquistar o seu primeiro tetracampeonato nacional e a Taça de Portugal. Sarmento destacava-se pela velocidade, técnica e faro de golo, sendo apelidado de “menino bonito” da equipa. A 25 de outubro de 1953, marcou o seu primeiro golo com a Listada verde e branca numa goleada por 9-0 frente ao Lusitano de Évora.
A 4 de setembro de 1955, foi um dos jogadores que participaram no primeiro jogo da Taça dos Campeões Europeus, frente ao Partizan de Belgrado. Mais tarde, a 23 de dezembro de 1956, marcou o único golo do primeiro Dérbi Sporting - Benfica no novo Estádio de Alvalade. Voltou a sagrar-se campeão nacional em 1957/58 e 1961/62, tendo marcado um dos golos na vitória decisiva frente ao Benfica por 3-1.
Durante 10 temporadas ao serviço dos leões, Sarmento partilhou plantel com José Travassos e foi presença regular no ataque leonino, com exceção de dois momentos: em 1955/56, quando Rocha assumiu a titularidade, e na sua última época, 1962/63, quando o brasileiro Augusto passou a ser a principal opção. Mesmo assim, teve um papel importante na conquista da Taça de Portugal dessa temporada, a última grande vitória antes da sua saída.
Ao longo da sua passagem por Alvalade, Hugo Sarmento disputou 210 jogos oficiais e marcou 53 golos pelo Sporting. Em 1958/59, foi mesmo o melhor marcador da equipa com 13 golos. Acabou por deixar o clube em 1963, aos 30 anos, para representar o Sporting da Covilhã, seguindo depois para Torres Novas e Entroncamento, onde acumulou funções de jogador e treinador até aos 40 anos.
Após pendurar as chuteiras, manteve-se ligado ao Clube leonino. Na época de 1972/73, integrou o departamento de formação, orientando os jogadores mais jovens e contribuindo para o desenvolvimento de futuras gerações leoninas. O amor pelo futebol e pelo Sporting acompanhou-o até ao fim da vida. Acabou por morrer a 13 de maio de 1994.