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0Um grupo de Sócios enviou um requerimento ao Sporting no qual pedia que, na ordem de trabalhos da próxima Assembleia Geral dos leões, fosse incluído na ordem de trabalhos um ponto relativo à alteração do regulamento, de modo a eliminar o voto eletrónico e promover o regresso ao papel. João Palma, Presidente da MAG verde e branca, explicou os motivos que o levam a indeferir o pedido.
"Desde logo porque o requerimento não tem cabimento ao abrigo da disposição estatutária que os requerentes invocaram para o apresentar, os números 2 a 4 do artigo 47.º dos estatutos. Estas são as razões formais. Depois porque a matéria que eles pretendem ver discutida, a questão da alteração ao regulamento da Assembleia Geral, é reservada pelos estatutos à própria Mesa da AG. Só a AG tem competência para proceder a alterações ao regulamento da AG e tem de ser a Mesa a elaborar, apresentar e submeter esse documento à aprovação dos sócios", começou por dizer, em declarações ao jornal Record.
"Sinto-me legitimado para pronunciar-me sobre o mérito das propostas, digamos assim, porque são matérias que dizem respeito ao funcionamento da Mesa. Uma delas é acabar com o voto eletrónico presencial, que tem dado provas de bom funcionamento e já existe desde antes de 2018; não há nenhuma razão para o alterar. Além disso, há o sentimento dos próprios sócios. Na AG de outubro, a proposta do Conselho Diretivo relativa ao iVoting foi votada por 3.771 sócios: 69,80% dos votantes, correspondentes a 71,65% dos votos, foram a favor do iVoting, ou seja, do alargamento do voto eletrónico, presencial e remoto, com o qual este grupo de sócios pretende agora terminar. Apesar de a proposta não ter sido aprovada, porque exigia uma maioria qualificada (75%) de votos e votantes, não faz nenhum sentido que se tente aqui voltar atrás, quando os sócios foram maioritariamente noutro sentido, da modernização do clube, que é aquilo que os órgãos sociais, e nomeadamente a Mesa da AG, pretendem fazer. No fundo, era andar para trás", acrescentou, atirando, de seguida, para a questão dos Núcleos.
"Um dos problemas que se coloca é exatamente esse. Nós queremos unir o Sporting, que tem um passado com imensas vicissitudes, sobretudo com muitos conflitos internos. Neste momento, fruto do trabalho de consolidação financeira do Conselho Diretivo e de vitórias, queremos contribuir para que os Sportinguistas se sintam cada vez mais unidos e envolvidos neste projeto. Se esta proposta fosse aceite, levaria a escolher alguns núcleos, necessariamente preterindo outros e, portanto, ajudaria a criar clivagens dentro do universo Sportinguista e dos próprios núcleos, que é tudo aquilo que nós queremos evitar, por bom-senso. Depois, há a questão prática. É impossível fazer umas eleições com mesas de voto nos núcleos. A AG tem um presidente, um vice-presidente e três secretários, somos cinco membros efetivos. Como é que os membros da Mesa, que têm de estar presentes no ato eleitoral, poderiam desdobrar-se por tantos locais? Era impossível. Se o que se quer é dar mais segurança ao voto, temos reparado, até em clubes congéneres, em situações verdadeiramente caricatas, de transporte de urnas fora de horas e sabe-se lá por quem… Era criar balbúrdia onde a balbúrdia não existe", defendeu.
A terminar, João Palma ainda respondeu se, durante o atual mandato, o Sporting pensa em colocação em prática o voto eletrónico remoto: "A minha opinião, como sócio do Sporting e presidente da Mesa, é que o voto eletrónico presencial e remoto, à distância, a partir de qualquer local onde se encontre um Sportinguista, seria um salto muito importante na democratização do clube, porque permitiria que todos os sócios pudessem participar ativamente na vida do clube, sobretudo nas assembleias gerais eleitorais, e isso seria uma conquista muito importante. Agora, o voto eletrónico, que eu efetivamente defendo e gostaria de ver implementado, não é uma iniciativa da Mesa da AG nem do seu presidente. Foi, já em outubro, uma iniciativa do Conselho Diretivo, e o próprio dr. Frederico Varandas, logo no momento dessa AG, anunciou que voltaria ao tema, até em função da maioria expressiva que votou a favor. Portanto, é uma iniciativa do CD, não só quanto à sua apresentação como quanto à oportunidade".