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O Sporting saiu derrotado da visita ao Porto a contar para a primeira mão da final do Campeonato de Portugal, no dia 4 de junho de 1922. Os leões começaram bem com o golo de Emílio Ramos aos 9 minutos, mas os dragões souberam reagir e conseguiram sair com a vitória, por 2-1, graças ao bis de Bastos Tavares (25’ e 86’).
Augusto Sabbo, técnico alemão do Sporting, avançou para campo com Amadeu Cruz, Joaquim Ferreira, Jorge Vieira, José Leandro, Henrique portela, José Filipe, Francisco Marques, Emílio Ramos, Francisco Stromp - capitão e fundador dos leões, Torres Pereira e João Maia. Os portistas, treinados pelo francês Adolphe Cassaigne, alinharam com Lino Moreira, Tavares Bastos, Artur Augusto, Alexandre Cal, Júlio Cardoso, José Mota, Floreano Pereira, Velez Carneiro, João Nunes, Balbino Silva e João Brito (capitão).
O jogo, que desta vez foi arbitrado pelo inglês Merik Barley, começou com uma entrada muito forte para dos leões. O Sporting conseguiu chegar ao 0-1 na partida, por intermédio de Emílio Ramos, que aos 9 minutos foi o responsável por empurrar a bola para o fundo das redes portistas.
Um quarto de hora depois do golo sofrido, o Porto soube reagir. Desta vez, o golo foi de Tavares Bastos, que registou o empate no marcador. Estava feito o 1-1 na partida, por um homem que voltaria a aparecer no placar, mas mais tarde na partida.
Após o período de descanso, as equipas retornaram, mas o marcador só mexeu novamente aos 86 minutos. Tavares Bastos voltou a aparecer no jogo e fez o bis para dar a vitória aos dragões na primeira mão da final do Campeonato de Portugal. O Sporting acabou por perder por 2-1, mas no segundo jogo conseguiu reagir.
Numa época em que o Campeonato de Portugal tinha outro formato, a final era disputada em três jogos e o Sporting recebeu o Porto na segunda mão. Nesta partida, os leões passaram para a frente no agregado, graças aos golos de Henrique Portela e Torres Pereira, que deram a vitória por 2-0 aos verde e brancos.
A terceira mão foi disputada até ao prolongamento, mas só o Porto é que teve motivos para festejar. O Sporting saiu derrotado por 3-1, com o golo solitário de Emílio Ramos. Já no lado portista, os remates certeiros foram de Balbino Silva, João Nunes e João Brito, que fizeram uma grande exibição e deixaram o título com a equipa nortenha.
Conjunto verde e branco chegou ao jogo decisivo da prova rainha com o craque do emblema da luz a ter um desempenho de grande qualidade
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No dia 4 de junho de 1972, no Estádio Nacional do Jamor, o Sporting perdeu com o Benfica na final da Taça de Portugal, por 3-2. Os golos dos leões na partida foram marcados por Fernando Peres (51’) e Dinis (61’), enquanto que os remates certeiros do eterno rival tiveram apenas um responsável: Eusébio (19’, 70’ e 118’).
Mário Lino, treinador português do Sporting, avançou com Vítor Damas, Pedro Gomes, José Carlos, Hilário Conceição, Laranjeira, Fernando Peres, Fernando Tomé, Vítor Gonçalves, Héctor Yazalde - histórico goleador dos leões, Chico Faria e Dinis. Jimmy Hagan, técnico britânico do Benfica, alinhou com José Henrique, Artur Correia, Humberto Coelho, Messias, Adolfo Calisto, Jaime Graça, Diamantino Costa, Vítor Martins, Toni, Nené e Eusébio.
Francisco Lobo foi o responsável pela arbitragem. O jogo começou e o primeiro golo surgiu aos 19 minutos, quando Eusébio fez o seu primeiro remate certeiro na partida. Na primeira parte não surgiram mais golos, apesar do Sporting se ter mostrado uma equipa muito pressionante.
Já no segundo tempo, Fernando Peres fez o empate para os leões, aos 51 minutos da partida. A reviravolta apareceu 10 minuto depois, quando aos 61’, Dinis conseguiu empurrar a bola para o fundo das redes de José Henrique e fez o 1-2, deixando o Sporting na frente do resultado.
Apesar dos festejos leoninos, Eusébio voltou a aparecer para deixar pesadelos e fez o 2-2 aos 70 minutos de jogo. Desta forma, a partida foi levada para o tempo regulamentar, na qual o pantera negra voltaria a brilhar para fazer mais um remate certeiro, o seu terceiro, e dar a vitória ao Benfica.
Este terceiro golo do Eusébio aconteceu aos 118’, mesmo antes de chegar o minuto que ditava o fim do prolongamento. Assim, o Benfica levantou a sua 15.ª Taça de Portugal e o Sporting não conseguiu revalidar o título que tinha sido vencido pela sua equipa no ano anterior (1970/71).
Em 1971/72, as coisas também não correram bem para os leões no Campeonato Nacional. O Sporting acabou a época no terceiro lugar da tabela classificativa e viram o eterno rival vencer este título com 12 pontos de diferença. A segunda posição foi ocupada pelo Vitória de Setúbal, que fez uma campanha histórica neste ano.
Apesar do esforço, conjunto verde e branco volta a sair derrotado de competição internacional que tinha desejo de vencer pela primeira vez
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No verão de 1953, Lisboa pintou-se de verde e branco para acolher a quinta edição da prestigiada Taça Latina. O Sporting, que vinha de uma campanha memorável coroada com o seu segundo tricampeonato nacional, decidira abdicar da Taça de Portugal para se focar por inteiro num troféu que, apesar das tentativas anteriores, insistia em escapar-lhe - o que voltaria a acontecer.
O primeiro encontro dos leões na prova teve lugar a 4 de junho. Os leões, orientados por Randolph Galloway, entraram em campo com Carlos Gomes na baliza, Caldeira, Manuel Passos e Joaquim Pacheco na linha defensiva, Armando Barros e Juca no meio-campo e um ataque de luxo com Vasques, Travassos - que conta com um percurso arrepiante no Sporting -, João Martins, Albano e Mendonça. Pela frente, um Milan temível, impulsionado pelo famoso trio sueco 'Gre-No-Li': Gren, Nordahl e Liedholm.
O jogo, no entanto, começou com um golpe duro para os portugueses: aos 20 minutos, Joaquim Pacheco sofreu uma lesão gravíssima e foi forçado a abandonar o relvado. Numa era em que ainda não eram permitidas substituições, o Sporting viu-se reduzido a 10 unidades por mais de 100 minutos. Travassos recuou para a defesa esquerda, redesenhando a estrutura da equipa.
Mesmo em inferioridade, o conjunto leonino não desistiu. À beira do intervalo, Albano cruzou da esquerda e Vasques, em plena área, cabeceou com precisão para o fundo das redes milanesas. Estava feito o 1-0, e o Jamor explodia de entusiasmo.
O Milan regressou do intervalo com outra atitude, disposto a explorar a vantagem numérica. E entre os 66 e os 71 minutos, a sua persistência foi recompensada com dois golos de Nordahl, virando o marcador para 2-1. Quando parecia que o desfecho estava selado, um penálti contra o Sporting ameaçava desmoronar tudo. Mas Carlos Gomes brilhou, defendendo o remate de Liedholm e mantendo acesa a chama da esperança.
Foi esse momento que reacendeu os leões. A equipa portuguesa voltou a subir no terreno e, ao cair do pano, João Martins surgiu ao segundo poste para empatar com um cabeceamento certeiro, após jogada inspirada de Mendonça. O público delirava. A partida seguia para prolongamento.
Logo no início do tempo extra, João Martins voltou a marcar, colocando o Sporting na frente por 3-2. E foi então que um detalhe insólito captou a atenção das bancadas: um lagarto atravessou o relvado do Jamor, um sinal, acreditaram muitos, de que o destino estava com os leões. Mas o presságio não se confirmou.
Aos 116 minutos, numa jogada confusa após um canto mal resolvido, Liedholm aproveitou a desorganização para restabelecer a igualdade. Os protestos não faltaram: um jogador italiano cometera falta sobre um defesa português momentos antes, mas o árbitro nada assinalou.
Foram necessários mais 10 minutos de prolongamento suplementar e no último suspiro do jogo, já sem reservas físicas nem emocionais, o Sporting cedeu. Frigani, com um remate cruel, fez o 4-3 final. O Vale do Jamor tornou-se, naquele instante, um vale de lágrimas para os adeptos leoninos. Do outro lado, os milaneses celebravam com entusiasmo, não esquecendo, no entanto, a bravura do adversário. “Sporting, buona squadra”, disse um dirigente do Milan, num gesto de desportiva admiração.
Apesar da desilusão, o Sporting fechou a competição com uma nota positiva ao vencer o Valência por 4-1 no jogo de atribuição do terceiro lugar. Vasques e João Martins bisaram e a equipa apresentou algumas alterações: Galileu surgiu como extremo-direito e Vicente Camilo substituiu o lesionado Pacheco na defesa.
A final da Taça Latina viria a ser vencida pelo Stade de Reims, de Raymond Kopa, que derrotou o Milan, por 3-0. O Sporting, apesar de nunca ter conquistado a Taça Latina, deixou nesse torneio uma das exibições mais memoráveis da sua história europeia, marcada pela resistência heroica, pela paixão da sua massa adepta e por um episódio que perduraria na memória: o jogo do lagarto e da coragem até ao último minuto.
Leões aplicaram um triunfo que serviu, entre outras coisas, como desforra do que havia acontecido meses antes em terras espanholas
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A 2 de junho de 1918, o Sporting aproveitou da melhor forma uma oportunidade de redenção. Nesse domingo primaveril, os leões receberam e venceram o Sevilha (2-0), em Lisboa, no Campo Grande, com o orgulho em jogo e um ajuste de contas pendente desde março daquele mesmo ano. Os golos foram apontados por Francisco Stromp, fundador e o pirmeiro grande símbolo do Clube.
Três meses antes, a equipa lisboeta atravessara a fronteira rumo a terras andaluzas, para disputar dois desafios frente aos espanhóis. O primeiro encontro trouxe alegria, com uma vitória por 3-1. Contudo, o segundo embate foi um verdadeiro pesadelo. Os Sportinguistas saíram de Sevilha goleados por 5-0, um revés que teve grande impacto e que, nas palavras da época, "não se quis mais recordar".
Mas, a verdade, é que os leões não se esqueceram do que aconteceu e a ocasião para a desforra surgiu depressa. A comitiva espanhola aceitou o convite para um novo duelo em Lisboa e o ambiente que antecedeu o reencontro foi marcado por entusiasmo e grande curiosidade, reunindo público e imprensa em torno de um jogo carregado de simbolismo.
Um episódio peculiar marcou a preparação da equipa visitante. O Sevilha solicitou, de forma extraordinária, a inclusão de um reforço improvável: o avançado-centro Conde de Gomar, atleta do Atlético de Madrid. Estando em Lisboa por outras razões, dado que participava no Concurso Internacional de Ténis promovido pelo Club Internacional de Foot-ball (CIF). Conde acabara de conquistar o torneio, batendo na final ninguém menos do que D. João de Vila Franca, figura carismática do ténis nacional e autor do primeiro golo da história do Sporting.
O torneio em causa serviu para aumentar, ainda mais, o prestígio do Sporting. A imprensa elogiou o Clube pela organização de um torneio de pares masculinos nos seus próprios courts, realizado a 11 e 12 de maio, com o nobre objetivo de “concorrer para a preparação dos nossos homens”, uma alusão ao esforço de formação física dos portugueses num contexto ainda marcado pelos ecos da Primeira Guerra Mundial.
Voltando ao futebol: a tão aguardada partida decorreu com grande intensidade e o Sporting, como prometido, respondeu com qualidade. O herói da tarde foi Francisco Stromp, capitão leonino e alma da equipa. Logo na primeira parte, o craque marcou os dois golos da vitória, um deles descrito como “de levantar o estádio” pela imprensa da época.
Do lado andaluz, ninguém conseguiu brilhar. O Conde de Gomar revelou bons toques de bola, mas a evidente falta de entrosamento com os colegas acabou por limitar o seu contributo. A arbitragem, entregue ao rigoroso senhor Koolberg, foi alvo de críticas: assinalou várias irregularidades sem justificação clara, travando jogadas promissoras e prejudicando o ritmo do encontro.