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Efemérides
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Jimmy Hagan, ex-jogador e treinador britânico conhecido pelo seu perfil disciplinador, chegou ao Sporting no verão de 1976, no mesmo ano que nasceu o leão João Vieira, contratado pelo presidente João Rocha. Com um histórico de sucessos em Portugal, incluindo um tricampeonato pelo Benfica. Enquanto jogador, passou uma época pelo Liverpool, cinco pelo Derby County e umas longas vinte temporadas pelo Sheffield United. Ao todo, esteve presente em mais de 200 jogos oficiais e marcou 58 golos.
A estreia como treinador do conjunto verde e branco não podia ter sido melhor, com um triunfo por 3-0 sobre o Benfica na primeira jornada do campeonato. Sob o comando de Hagan, os leões mostraram grande consistência nos primeiros meses, vencendo 11 dos primeiros 12 jogos e assumindo a liderança isolada. Com Keita como uma das estrelas da equipa, os adeptos acreditavam que o título estava ao alcance.
No entanto, a segunda metade da temporada revelou-se um desafio. A equipa começou a perder pontos inesperadamente, permitindo a aproximação dos rivais. O Sporting acabou por terminar a prova a nove pontos do Benfica, vendo o título escapar e falhando também a conquista da Taça de Portugal.
Conhecido pelo seu estilo rigoroso e pela exigência física imposta aos jogadores, Hagan era um treinador de poucas palavras e ainda menos concessões. A sua postura gerou algumas tensões dentro do clube e, no final da época, João Rocha decidiu não renovar o seu contrato. O presidente chegou mesmo a propor que Hagan permanecesse como preparador físico do novo treinador, Paulo Emílio, algo que o inglês recusou.
Após a saída de Alvalade, Hagan continuou a sua carreira em Portugal, treinando clubes como Boavista, Vitória de Setúbal e Belenenses. No Boavista, conquistou uma Taça de Portugal, curiosamente numa final contra o Sporting. Mais tarde, regressou ao Estoril, clube onde já tinha feito história ao levá-lo da terceira à primeira divisão.
Apesar da sua curta passagem pelo Sporting, Jimmy Hagan deixou a sua marca como um treinador de princípios rígidos e uma dedicação inegável ao trabalho. O inglês permaneceu em Portugal até ao final da sua vida, desfrutando do clima e da tranquilidade da linha de Cascais, onde viveu até falecer a 26 de fevereiro de 1998, há exatamente 27 anos.
Figura marcante do Clube leonino nos anos 50 e 60 brilhou como extremo-direito e ajudou os leões a conquistarem títulos históricos
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Hugo Dias Sarmento nasceu a 25 de fevereiro de 1933 e desde cedo mostrou talento para o futebol, pelo que iniciou a sua carreira no Estrela de Vendas Novas antes de chamar à atenção do Sporting, que o contratou no verão de 1953. Chegou a Alvalade para treinar, mas rapidamente se impôs como uma peça-chave da equipa leonina.
Na sua primeira temporada, tornou-se titular indiscutível na posição de extremo-direito, ajudando o Sporting a conquistar o seu primeiro tetracampeonato nacional e a Taça de Portugal. Sarmento destacava-se pela velocidade, técnica e faro de golo, sendo apelidado de “menino bonito” da equipa. A 25 de outubro de 1953, marcou o seu primeiro golo com a Listada verde e branca numa goleada por 9-0 frente ao Lusitano de Évora.
A 4 de setembro de 1955, foi um dos jogadores que participaram no primeiro jogo da Taça dos Campeões Europeus, frente ao Partizan de Belgrado. Mais tarde, a 23 de dezembro de 1956, marcou o único golo do primeiro Dérbi Sporting - Benfica no novo Estádio de Alvalade. Voltou a sagrar-se campeão nacional em 1957/58 e 1961/62, tendo marcado um dos golos na vitória decisiva frente ao Benfica por 3-1.
Durante 10 temporadas ao serviço dos leões, Sarmento partilhou plantel com José Travassos e foi presença regular no ataque leonino, com exceção de dois momentos: em 1955/56, quando Rocha assumiu a titularidade, e na sua última época, 1962/63, quando o brasileiro Augusto passou a ser a principal opção. Mesmo assim, teve um papel importante na conquista da Taça de Portugal dessa temporada, a última grande vitória antes da sua saída.
Ao longo da sua passagem por Alvalade, Hugo Sarmento disputou 210 jogos oficiais e marcou 53 golos pelo Sporting. Em 1958/59, foi mesmo o melhor marcador da equipa com 13 golos. Acabou por deixar o clube em 1963, aos 30 anos, para representar o Sporting da Covilhã, seguindo depois para Torres Novas e Entroncamento, onde acumulou funções de jogador e treinador até aos 40 anos.
Após pendurar as chuteiras, manteve-se ligado ao Clube leonino. Na época de 1972/73, integrou o departamento de formação, orientando os jogadores mais jovens e contribuindo para o desenvolvimento de futuras gerações leoninas. O amor pelo futebol e pelo Sporting acompanhou-o até ao fim da vida. Acabou por morrer a 13 de maio de 1994.
Extremo veloz e talentoso, destacou-se no Sporting durante 11 épocas, conquistando títulos e marcando 145 golos, tornando-se uma lenda leonina
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Nascido em Évora a 31 de outubro de 1915, João Pedro Cruz destacou-se no Vitória de Setúbal antes de chegar ao Sporting em 1936. Apesar da baixa estatura (1,65 m), possuía uma velocidade impressionante, um drible refinado e um poderoso remate, características que rapidamente o tornaram peça fundamental na equipa.
A estreia com a camisola verde e branca aconteceu a 11 de outubro de 1936, num empate a dois frente ao Carcavelinhos. Na semana seguinte, confirmou o seu talento ao marcar um golo na vitória por 5-0 sobre o Benfica. Desde então, tornou-se um dos jogadores mais influentes da equipa, formando com Mourão, Soeiro, Peyroteo e Pireza um dos quintetos ofensivos mais temidos da época.
Ao longo da carreira, conquistou três Campeonatos Nacionais, duas Taças de Portugal e oito Campeonatos de Lisboa. A sua capacidade goleadora era invulgar para um extremo, tendo sido o segundo melhor marcador da equipa em várias épocas, apenas atrás de Peyroteo. A temporada de 1942/43 foi a sua melhor, com Joseph Szabo no comando técnico, o jogador terminou a época com 29 golos em 30 jogos. Nesse ano, protagonizou um momento inesquecível ao assumir a baliza do Sporting num jogo frente ao Benfica, após a lesão do guarda-redes João Azevedo, conseguindo manter a baliza inviolável durante 38 minutos.
Uma das suas maiores exibições ocorreu a 22 de junho de 1941, na final da Taça de Portugal contra o Belenenses, onde marcou três dos quatro golos da vitória leonina. Foi um dos momentos mais marcantes da sua carreira e da história do clube.
Com a chegada de Albano ao Sporting em 1943, passou a atuar noutras posições no ataque, perdendo algum protagonismo. Ainda assim, manteve-se como uma peça importante da equipa até à temporada de 1946/47, quando realizou os seus últimos jogos oficiais. Despediu-se do clube com uma homenagem especial em janeiro de 1948, num jogo frente ao Benfica, que terminou com uma vitória leonina por 4-1.
Foi também internacional português por 10 ocasiões, marcando três golos, dois dos quais na sua estreia contra a Hungria em 1938. Após terminar a carreira, rumou a Angola, onde jogou e treinou o Sporting de Luanda, tendo mais tarde regressado a Portugal.
João Cruz faleceu a 7 de julho de 1981, com 65 anos, deixando um legado imortal no futebol português, tendo jogado 277 encontros com a listada verde e branca e marcado 145 golos. A sua velocidade, técnica e instinto goleador fizeram dele um dos melhores extremos da história do Sporting, sendo ainda hoje lembrado como um dos grandes símbolos do clube.
Natural de Guimarães, o português destacou-se no atletismo do Sporting e bateu o recorde mundial dos 20.000 metros em 1990
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Dionísio da Silva Castro nasceu a 22 de novembro de 1963, em Fermentões, Guimarães. Tal como o seu irmão gémeo, Domingos, iniciou-se no atletismo no Lameirinho antes de dar o salto para o Sporting, em 1985, sob a orientação de Moniz Pereira. Embora sempre à sombra do irmão, Dionísio construiu uma carreira brilhante e tornou-se uma referência no atletismo nacional.
Ao serviço do Sporting, Dionísio ajudou a conquistar sete títulos europeus de corta-mato, tornando-se um dos pilares da equipa. Em 1990, alcançou um dos momentos mais altos da sua carreira ao vencer individualmente essa competição, provando o seu valor e afastando os complexos de ser sempre “o segundo”, atrás do irmão.
No mesmo ano, bateu o recorde mundial dos 20.000 metros em pista, com o tempo de 57,18,4m, e ficou a apenas um metro do recorde da corrida da hora. Curiosamente, foi inicialmente convidado para servir de “lebre” na prova, mas acabou por continuar e surpreender tudo e todos com a sua resistência e talento.
Dionísio Castro participou em dois Jogos Olímpicos, em Seul 1988 e Barcelona 1992, além de três Campeonatos do Mundo e dois Campeonatos da Europa. Em Split 1990, esteve perto de conquistar uma medalha nos 5000 metros, mas acabou em quarto lugar. A nível nacional, foi campeão português nos 5000 e 10.000 metros, venceu dois títulos de corta-mato e conquistou a Taça dos Campeões Europeus de pista nos 10.000 metros, em 1988. O seu percurso no Sporting terminou em 1998, quando assinou pelo Pão de Açúcar, no Brasil. No ano seguinte, uma lesão obrigou-o a abandonar a carreira.
Mesmo depois de deixar a competição, Dionísio manteve-se ligado ao desporto. Juntamente com o irmão, fundou o clube “Gémeos Castro”, que em 2003 venceu o Campeonato Nacional de Corta-Mato. Mais tarde, os dois criaram a empresa “Castro Brothers”, dedicada à organização de eventos desportivos e à representação de atletas.
Além do seu legado como atleta, Dionísio Castro foi também uma figura ativa no meio desportivo português. Em 2018, apresentou-se como candidato à presidência do Sporting, demonstrando a sua paixão e compromisso com o clube que ajudou a elevar no atletismo. O recorde europeu dos 20.000 metros, estabelecido em 1990, ainda permanece intacto.