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Geovany Quenda já foi oficializado como reforço do Chelsea e a mudança para Stamford Bridge vai render ao emblema Leonino algo como 50,8 milhões de euros fixos, mais objetivos, valores que, somados aos de Dário Essugo, que seguirá para o mesmo clube, acabam por ser duas das maiores vendas da formação do Sporting.
Nascido a 30 de abril de 2007, na Guiné-Bissau, Quenda rapidamente descobriu a paixão (e o jeito) para o futebol. Mudou-se para Portugal, ainda em criança, e iniciou a sua formação no Damaiense, onde integrou a equipa de sub-10, na época 2016/17. Na época seguinte mudou-se para o Benfica e, ao cabo de duas épocas, foi desviado para o Sporting.
A rapidez e a qualidade técnica que sempre demonstrou levaram-no a ascender, rapidamente, entre os vários escalões de formação e sempre com grande impacto. Pelos sub-15, por exemplo, tornou-se campeão, enquanto que pelos sub-17 chegou aos 20 golos em 33 jogos.
O Sporting, ciente da pérola que tinha em mãos, propôs a Quenda o primeiro contrato profissional em agosto de 2023, isto depois de, na época anterior, o jogador ter sido integrado na equipa sub-23 e de treinar, ocasionalmente, com o plantel principal. A 17 de fevereiro de 2024, e como já se previa, entrou para a história do Clube ao tornar-se o mais jovem jogador de sempre a estrear-se pela equipa B do Sporting CP.
A temporada 2024/25 representou o ponto de viragem na carreira de Quenda, ao ser integrado nos trabalhos da equipa principal do Sporting. Em agosto, voltou a quebrar um recorde e tornou-se no mais jovem da história do Sporting a disputar um Clássico, diante do Porto, para a Supertaça.
Nesse jogo, a pérola dos leões não só somou os primeiros minutos no principal escalão como fez, ainda, o 'gosto ao pé'. Ao minuto 24, Gyokeres apareceu na esquerda e cruzou para a área, onde encontro Quenda. O jovem craque, de primeira, atirou forte para o terceiro tento do Sporting.
Quenda tornou-se, logo desde aí, aposta regular de Ruben Amorim até à saída do técnico para o Manchester United e, agora, continua a ter a mesma importância junto de Rui Borges. A rápida ascensão levou-o também a representar Portugal nos escalões jovens e em novembro do ano passado podia ter voltado a inscrever o seu nome no livro dos recordes.
Foi chamado por Roberto Martínez à seleção A, mas diante da Croácia, já com o apuramento para os quartos de final da Liga das Nações confirmado, não saiu do banco, decisão tomada pelo treinador espanhol e que muita tinta fez correr. Assim, o mais novo de sempre a atuar no escalão principal da equipa das quinas continua a ser o ex-Sporting Paulo Futre.
Ao regressar a Alvalade, Quenda continuou a mostrar talento e não se deixou afetar, minimamente, pela estreia que ficou adiada. A saída já começava a ser encarada como inevitável pelos Adeptos, mas o que estes não esperavam era que fosse confirmada em pleno mês de março.
O Chelsea aceitou pagar 50,8 milhões de euros no imediato para levar Geovany Quenda para a sua primeira experiência no estrangeiro. O extremo esquerdino vai, no entanto, continuar a 'espalhar magia' por Alvalade na próxima época, emprestado pelos ingleses, e só irá rumar a Londres no verão de 2026.
Vale reforçar que a postura recente dos blues no que diz respeito ao mercado preocupa os fãs de Quenda, principalmente tendo em conta o grande investimento feito em vários jogadores, sendo que alguns deles, como é o caso dos portugueses João Félix e Renato Veiga, tiveram mesmo de ser emprestados no último mercado de inverno para conseguirem somar minutos.
Contas feitas, Geovany Quenda tem, até este momento, 44 jogos pela equipa principal do Sporting. Ao cabo de 3.215 minutos dentro das quatro linhas, já conta com dois golos marcados e oito assistências, números que deverão ser aumentados até à data da sua partida rumo a Stamford Bridge.
*Atualizado a 20 de março de 2025
Antigo guarda-redes viveu conformado com o facto de ser uma segunda escolha e nem por isso deixou de ser determinante no balneário
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Tiago Ferreira teve uma carreira algo discreta, mas simultaneamente marcante no Sporting. O antigo guarda-redes notabilizou-se pelo profissionalismo que sempre demonstrou ter e, apesar de nunca ter sido titular indiscutível, mostrou-se estar pronto para responder quando foi chamado. Foi, assim, que chegou aos 128 jogos de leão ao peito ao longo de 15 épocas em Alvalade.
Nascido em Torres Vedras, a 16 de abril de 1975, Tiago iniciou o seu percurso no futebol no A dos Cunhados, antes de assinar pelo Lourinhanense, em 1991. Depois de passar pelas camadas jovens deste clube, estreou-se pela equipa principal, em 1994, e numa só época provou que merecia dar o salto das distritais para o principal escalão. Aos 20 anos, e referenciado por Ferenc Meszaros, chegou ao Sporting.
Conformado com a condição de suplente, passou duas épocas com um único jogo realizado, até ter recebido mais oportunidades em 1997. Na época seguinte jogou, finalmente, como titular, em 31 partidas, mas a contratação do renomado Peter Schmeichel forçou o empréstimo de Tiago ao Estrela da Amadora, onde atuou por duas temporadas.
Em 2001, Tiago regressou ao Sporting e se nos dois primeiros anos de novo com a Listada verde e branca ainda fez mais de 20 jogos, a verdade é que, a partir daí, não voltou a somar este número de partidas numa só época. Passou a ser conhecido por estar sempre disponível e por ter uma ética de trabalho exemplar.
Com a falta de espaço no plantel, o ex-guarda-redes afirmou-se, por outro lado, como um elemento de união no balneário e um apoio para os titulares que se seguiram: Ricardo e Rui Patrício. Acabou, também, por fazer parte das conquistas do campeonato e da Taça de Portugal, em 2001/02, de uma Supertaça, em 2002/03, e de mais uma Taça de Portugal, em 2006/07.
Depois de terminar a carreira de jogador, em 2012, Tiago manteve-se ligado ao Sporting, como não podia deixar de ser, e passou a integrar a equipa técnica, primeiro como treinador-adjunto dos juniores, em 2012/13, e mais tarde desempenhou a mesma função na equipa B dos leões.
Em 2017, foi convidado para ser treinador de guarda-redes. A sua experiência e conhecimento da casa foram vistos como trunfos importantes na transição de jovens talentos. O antigo guardião, agora com 50 anos, ainda se mantém neste cargo, a par de Hugo Tecelão, fazendo assim parte da equipa técnica de Rui Borges.
Guarda-redes húngaro tinha já muita experiência quando foi contratado pelo Clube de Alvalade e conseguiu tornar-se campeão nacional
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No início da década de 1980, o Sporting encontrava-se à procura de um guardião que trouxesse estabilidade à baliza, após a saída de Vítor Damas, e a resposta viria do Leste europeu, com a contratação de Ferenc Mészáros, um dos guarda-redes mais respeitados da Europa na altura. Pelo Sporting, chegou aos 80 jogos em duas épocas.
Antes de pisar os relvados portugueses, o guarda-redes natural de Szekszárd já somava um vasto percurso no futebol húngaro, país que também 'enviou' para Portugal o histórico. Após uma breve passagem pelo MTK, foi no Vasas SC que cimentou o seu estatuto de lenda doméstica.
Ao serviço do clube de Budapeste, conquistou um campeonato, duas Taças da Hungria e uma Mitropa Cup, distinções que lhe valeram a titularidade na seleção. Com 29 internacionalizações, representou a Hungria nos Mundiais de 1978 e 1982, sendo este último já como jogador do Sporting.
A estreia em Alvalade foi fulgurante. Na época 1981/82, Mészáros tornou-se uma das figuras de destaque do plantel comandado por Malcolm Allison, tendo um papel essencial na campanha que culminou com a conquista do campeonato nacional e da Taça de Portugal. A solidez, segurança e experiência que transmitia à defesa leonina granjearam-lhe rapidamente a confiança dos Adeptos e o reconhecimento da crítica. Era o equilíbrio perfeito entre classe e frieza.
Na temporada seguinte, voltou a ser protagonista ao ajudar o Sporting a conquistar a Supertaça Cândido de Oliveira, encerrando assim um ciclo de títulos consecutivos. Surpreendentemente, no final dessa época, deixou o Clube de Alvalade, após 80 jogos com a Listada verde e branca, rumando ao Farense, onde jogou durante uma época. Apesar da curta estadia no Algarve, manteve o prestígio intacto.
O regresso à Hungria aconteceu em 1984, quando assinou pelo Győri ETO FC, clube no qual permaneceu duas temporadas. Mas Portugal já o tinha conquistado. Regressou ao país que o acolhera de braços abertos para integrar o Vitória de Setúbal, onde jogou por três épocas. Curiosamente, voltou a encontrar nomes familiares no Bonfim, como Jordão, Manuel Fernandes, Eurico, Zezinho e Ademar, sendo que Manuel Fernandes viria mesmo a ser seu treinador.
Quando pendurou as luvas, já com 39 anos, Mészáros não abandonou o futebol. Deu início à carreira de treinador, tendo uma breve experiência no Vasas, antes de regressar a Portugal para integrar os quadros técnicos do Sporting, como treinador de guarda-redes. Trabalhou ainda no Lourinhanense, na altura clube satélite dos leões, mantendo-se ligado à formação de novos talentos e à identidade Sportinguista. Ferenc Mészáros morreu a 9 de janeiro de 2023, aos 72 anos, mas o seu legado permanece vivo na memória dos Adeptos que o viram jogar.
Antigo defesa-central dos leões jogou pelo emblema de Alvalade por 175 ocasiões, num total de 14.561 minutos dentro de campo com a Listada verde e branca
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Tonel cedo mostrou qualidades de liderança e segurança defensiva, atuando preferencialmente como defesa-central. Apesar de não se ter conseguido afirmar na equipa principal dos dragões, o início da sua carreira sénior passou por um empréstimo de longa duração à Académica e, findado o vínculo com os dragões, mudou-se para o Marítimo.
Depois de uma época na Madeira, que serviu como o ponto de viragem, assinou finalmente pelo Sporting e apesar de ter iniciado trabalhos com José Peseiro, passou a estar, mais tarde, às ordens de Paulo Bento, o técnico escolhido para dar a volta aos maus resultados do emblema de Alvalade. O 'abanão' produziu resultados e os leões acabaram a época na segunda posição do campeonato, algo impensável ao cabo das primeiras jornadas.
A sua chegada ao Sporting foi marcada por uma rápida integração no plantel leonino. Ao lado de Anderson Polga, Tonel formou uma das duplas centrais mais sólidas da Primeira Liga nos anos seguintes e chegou, até, a envergar a braçadeira de capitão. Em cinco temporadas em Alvalade, Tonel marcou ainda 17 golos e fez cinco assistências, números impressionantes para um defesa-central.
Durante a sua passagem por Alvalade, Tonel conquistou duas Taças de Portugal (2006/07 e 2007/08) e duas Supertaças Cândido de Oliveira (2007 e 2008). Foi também vice-campeão nacional por três vezes, tendo ficado, ainda assim, a faltar a conquista do título mais desejado para qualquer emblema.
Em 2010, Tonel terminou a sua ligação com o Sporting e assinou pelos croatas do Dínamo Zagreb. Apesar de uma boa receção e de ter contribuído para a conquista de um campeonato croata e de uma taça, o seu tempo em Zagreb foi relativamente curto. Regressaria a Portugal em 2012, duas temporadas e meia depois, para representar o Beira-Mar e, mais tarde o Feirense, antes de pendurar as chuteiras, em 2016.
No plano internacional, Tonel representou Portugal nas camadas jovens por 47 ocasiões, incluindo a seleção olímpica nos Jogos de Atenas 2004, embora na equipa principal das quinas nunca tenha consigo ter grandes oportunidades, dado que não foi além de duas partidas, fruto da forte concorrência no centro da defesa nacional, que na altura contava com nomes como Ricardo Carvalho, Jorge Andrade e Fernando Meira. Atualmente, trabalha como comentador e analisa, recorrentemente, o Sporting.