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Histórias do Leão
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Filipe Soares Franco foi o 39.º Presidente da história do Sporting, sucedendo a Dias Ferreira na liderança do Sporting. Como líder do Clube de Alvalade, o empresário levou os verdes e brancos à conquista de duas Taças de Portugal e duas Supertaças Cândido de Oliveira, mas falhou o triunfo no Campeonato Nacional, tendo ficado por quatro vezes atrás do Porto.
De vice-Presidente de Dias da Cunha à liderança do Sporting
Filipe Soares Franco começou o seu caminho no mundo do futebol como presidente do Estoril Praia. Em 2002, o empresário passou a ser vice-Presidente da Direção liderada por Dias da Cunha e este facto viria a ser decisivo para a sua ascensão ao mais importante cargo do Clube de Alvalade.
Uns anos mais tarde, em 2005, aquando da demissão de Dias Ferreira, Filipe Soares Franco assumiu, provisoriamente, a liderança do Sporting. Nas eleições que viriam a realizar-se em abril de 2006, e para as quais inicialmente garantiu que não seria candidato, Filipe Soares Franco bateu toda a concorrência.
Nesse ato eleitoral, Filipe Soares Franco foi o representante do projeto Roquete e contou com a oposição de Sérgio Abrantes Mendes e Guilherme Lemos. O gestor defendia a reestruturação financeira do Sporting, que passava pela venda de todo o património não desportivo do Clube de Alvalade e a redução do passivo para uma verba a rondar os 150 milhões de euros.
No ato eleitoral, Filipe Soares Franco registou 74,2% das invenções de votos e bateu Sérgio Abrantes Mendes, o seu grande opositor, que se mostrava ferozmente contra o projeto do gestor para o Sporting. O advogado registou 25,3% dos votos, enquanto Guilherme Lemos não foi além de 0,6%.
Da aposta em Paulo Bento ao eterno segundo lugar
Na liderança do Sporting, Filipe Soares Franco – com Carlos Freitas como braço direito para a área do futebol – promoveu Paulo Bento, que orientava os juniores, à equipa principal. Nos quatro anos em que o antigo esteve ao comando da equipa principal, o Clube de Alvalade ficou sempre no segundo lugar do Campeonato Nacional, sempre atrás do Porto.
Contudo, e apesar de não ter tido o sucesso que desejava na prova mais importante, Filipe Soares Franco conduziu o Sporting a quatro troféus: duas Taças de Portugal e duas Supertaças Cândido de Oliveira. Curiosamente, em jeito de vingança, três destes quatro triunfos aconteceram frente aos dragões.
Afastado da atualidade do Sporting, Soares Franco deu apoio a Varandas
Do mandato de Filipe Soares Franco, nota ainda para a venda de Nani para o Manchester United a troco de 25,5 milhões de euros, valor da cláusula de rescisão do internacional português. Até aos dias de hoje, este negócio com os red devils é a oitava maior venda da história do Clube de Alvalade.
Nas eleições de 2009, que viriam a eleger José Eduardo Bettencourt, Filipe Soares Franco optou por não se recandidatar e, desde então, afastou-se da atualidade do Sporting. Todavia, numa rara aparição pública sobre os leões em 2022, o empresário demonstrou o seu apoio a Frederico Varandas: “Há que reconhecer que esta direção tem feito um esforço muito significativo e um trabalho francamente positivo, isto para não dizer notável, e portanto, no meu ponto de vista, deveria ser dada uma oportunidade a esta Direção para terminar um trabalho ainda por concluir".
Equipa lendária leonina que contava com estrelas como Carlos Lisboa. Sagrou-se campeão nacional de modalidade que teve a secção interrompida durante anos
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A época 1981/82 do Basquetebol do Sporting, que não tinha começado de forma nada fácil, com a continuidade da secção em dúvida devido aos custos galopantes desta modalidade de alta competição, a que se juntava a crise económica que assolava Portugal, que chamou pouco depois a ajuda financeira do FMI.
Depois de uma 1ª fase do Campeonato Nacional muito complicada, onde existiram diversas derrotas, a 2ª fase correu muito melhor onde a duas derrotas iniciais tinham-se seguido 12 vitórias, e o Sporting partia para a fase final como favorito, depois de conquistar o 1º lugar e assim também o direito a disputar a fase final em casa, ou seja no velhinho Pavilhão de Alvalade.
No entanto, era necessário derrotar a formação do Porto, que tinha também uma equipa muito forte e um orçamento duas vezes mais elevado, o Barreirense, que de certa forma corria por fora, e ainda a equipa o Benfica, que com um orçamento três vezes superior ao do Sporting não tinha demonstrado em campo uma valia correspondente.
Na final four dessa edição do campeonato decorreu em dois fins de semana consecutivos (5 a 7 e 12 a 14 de Março de 1982), com jogos realizados nas 6ª, Sábados e Domingos. O primeiro fim de semana mostrou um Sporting soberano e superior aos adversários, isto apesar mesmo tendo perdido o jogo contra o Barreirense que era o menos favorito.
O jogo decisivo foi frente à equipa do Porto que revelou-se bastante equilibrado disputado por duas equipas que tinham muita qualidade e cujas armas conseguiram ferir o adversário. Do lado leonino destacaram-se nesta partida Mike Carter e Augusto Baganha, já Carlos Lisboa esteve abaixo do habitual.
O Sporting voltou a encontrar a formação do Porto na 6ª feira, dia 12 de Março de 1982. Desta feita, o triunfo foi clamoroso, traduzindo a superioridade verde e branca, e onde os leões foram dormir confiantes. Bastava agora vencer o Barreirense para assegurar o bicampeonato, algo que viria mesmo a acontecer.
Antigo líder do Clube de Alvalade assumiu os destinos dos verdes e brancos em 1929 numa fase complicada da história dos leões
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Eduardo Mário Costa foi o 13.º Presidente da história do Sporting. O antigo líder dos leões sucedeu a Joaquim Guerreiro de Oliveira Duarte (1928 – 1929) e esteve à frente do Clube de Alvalade apenas por alguns meses, entre março e outubro de 1929, tendo-lhe sucedido Álvaro José de Sousa (1929 – 1931). Recorde o perfil de Filipe Soares Franco, 39.º Presidente dos verdes e brancos, que recentemente celebrou mais um aniversário,
Antes de chegar a Presidente do Sporting, Eduardo Mário Costa – que começou por praticar esgrima e futebol nos verdes e brancos – integrou várias Direções, tendo desempenhado diversas funções e sido membro do Conselho Fiscal entre 1923/24. Posteriormente, foi primeiro Secretário da Mesa da Assembleia Geral, cargo que assumiu até abril de 1929.
Na sequência da demissão de Joaquim Guerreiro de Oliveira Duarte, após uma polémica com Jorge Vieira – capitão da equipa de futebol e internacional português – relacionada com as compensações aos jogadores, Eduardo Mário Costa chega a Presidente do Sporting, mas com algumas condicionantes.
Numa altura em que o futebol português se debatia com os desafios do profissionalismo, Eduardo Mário Costa aceitou comandar o Sporting com a condição de que os verdes e brancos se mantivessem um clube amador, tendo sido criada para o efeito uma Comissão Administrativa, que viria a durar alguns meses.
Eduardo Mário Costa foi nomeado Presidente da quarta Comissão Administrativa da história dos leões, da qual faziam ainda parte nomes como Albino Pais Abranches (Vice-Presidente), Artur Nunes Quintas (Tesoureiro), Álvaro José de Sousa (Secretário), Virgílio Pereira (Secretário), António Candeias (Vogal) e António Joaquim de Freitas (Vogal).
Eduardo Mário Costa encontrou o Sporting numa situação financeira e desportiva bastante complicada. O 13.º Presidente do Clube de Alvalade - Confira a lista completa - defendia que a solução passava por manter os leões como um Clube amador, adiando, pelo menos nesta fase, o caminho do profissionalismo.
Em Julho de 1929, a quarta Comissão Administrativa viu o seu mandato prolongado, mas a sua vida haveria de ser curta, durando apenas até 3 de outubro de 1929. Antes do término do seu mandato, a Direção de Eduardo Mário Costa aprovou os quintos Estatutos do Clube, relançou o Boletim do Sporting (mais tarde viria a ser o jornal) após um interregno de dois anos e instalou a sede na Calçada de São Francisco.
Eduardo Mário Costa foi considerado Sócio Benemérito em 1929 e o seu sucessor na liderança do Sporting foi Álvaro José de Sousa, que havia integrado a quarta Comissão Administrativa. O 13.º Presidente da história do Clube de Alvalade faleceu a 25 de março de 1963, quando já era o Sócio n.º 21 da história dos leões.
Foi o dirigente com maior longevidade do Clube verde e branco, liderando-o de 1973 a 1986 e vivendo um dos períodos mais gloriosos de sempre
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João António dos Anjos Rocha nasceu em Setúbal a 9 de julho de 1930. Desde jovem mostrou uma enorme capacidade de trabalho, conciliando o emprego bancário com os estudos à noite. Apaixonado pelo desporto, destacou-se no voleibol e no remo, onde chegou a treinador da Escola Naval. O seu percurso no setor bancário levou-o a tornar-se acionista do Banco Português do Atlântico.
A sua ligação ao Sporting iniciou-se em 1973, quando assumiu a Presidência do Clube. Na altura, o Sporting atravessava uma crise diretiva, mas João Rocha trouxe uma nova visão e ambição. O seu grande objetivo era transformar o clube numa referência europeia, tanto no futebol como nas modalidades. Para isso, tentou criar a Sociedade de Construções e Planeamento, um projeto inovador para a época, que pretendia aproximar o clube de um modelo empresarial sustentável. No entanto, a Revolução de Abril inviabilizou esta iniciativa.
Durante os seus 13 anos na Presidência, o Sporting conquistou títulos em várias modalidades. No futebol, venceu três Campeonatos Nacionais, três Taças de Portugal e uma Supertaça. No hóquei em patins, levou o clube à conquista da Taça dos Campeões Europeus, duas Taças das Taças e uma Taça CERS. No atletismo, o Sporting consolidou-se como potência europeia, vencendo oito Taças dos Clubes Campeões Europeus de Corta-Mato.
Além dos títulos, João Rocha ficou também marcado pela sua proximidade com os atletas. O antigo capitão Manuel Fernandes, que eliminou o Benfica na Taça de Portugal de 1978 com um bis, recordava-o como um líder que apoiava a equipa nos momentos difíceis, chegando a estar no balneário após as derrotas para motivar os jogadores.
No plano estrutural, João Rocha modernizou o Sporting. Fechou as bancadas do Estádio José Alvalade, construiu pavilhões desportivos e melhorou as infraestruturas do clube. Além disso, aumentou significativamente o número de sócios, ultrapassando os 100 mil, tornando o Sporting numa das maiores instituições desportivas do país. Foi também pioneiro na internacionalização do clube, organizando digressões à China e a Angola, num período em que Portugal ainda não tinha relações normalizadas com este último país.
Em 1986, após 13 anos à frente do Sporting, João Rocha decidiu abandonar o cargo, alegando cansaço e questões de saúde. Mesmo depois de sair da Presidência, o empresário continuou a ser uma voz ativa no universo leonino. Manteve-se atento ao rumo do Clube, criticando algumas decisões da direção nos anos seguintes, mas sem nunca formar ou apoiar uma oposição declarada. Em 2012, numa Assembleia-Geral, foi aprovada por unanimidade a atribuição do seu nome ao futuro pavilhão do Sporting, como reconhecimento do impacto da sua presidência.
A 8 de março de 2013, João Rocha morreu no Hospital CUF Infante Santo, em Lisboa, vitima de uma doença prolongada. O seu nome permanece eternamente ligado à história do Sporting, visto por muitos como um dos dirigentes mais marcantes do desporto português.