
Jorge Fonseca foi, esta quinta-feira (9 de janeiro), condecorado com a ordem de mérito pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Recorde-se que o atleta leonino se sagrou, em 2019, Campeão do Mundo de judo na categoria de -100kg.
Após receber a condecoração, Jorge Fonseca confessou que esta distinção era algo que já ambiciona há bastante tempo: “Agradeço ao Presidente da República pela homenagem. Não vou negar que queria muito estar aqui hoje porque mereço, porque trabalhei para o merecer e porque queria partilhar com a minha mãe, com o meu treinador, com todos os que acreditaram e com os que não acreditaram”.
O judoca verde e branco lembrou ainda a vitória mais importante que teve em toda a sua vida: “Com o cancro, aprendi a viver hoje e agora. Talvez, por isso, queria muito estar aqui hoje e agora. Perguntei-me muitas vezes quando seria o dia. Hoje é o dia e estou aqui muito feliz”.
Por sua vez, Marcelo Rebelo recordou os feitos de Jorge Fonseca e agradeceu as conquistas alcançadas pelo mesmo: “O que nos junta aqui hoje é um gesto de agradecimento nacional por vários méritos do condecorado. O primeiro, o mais óbvio, é o mérito desportivo. Foi uma vitória num Mundial nunca obtida por nenhum atleta português. Portugal não pode deixar de estar grato pelo que significa essa vitória. (…) A mensagem fundamental é a mensagem dirigida à juventude. Vale a pena lutar e trabalhar para depois poder vencer”.
O Presidente da República enalteceu também a vertente humana de Jorge Fonseca: “Para além do mérito desportivo, que é excecional, há o mérito humano. Não sei se esse mérito humano não será ainda mais importante do que o desportivo. Os atletas são pessoas de carne e osso. Só chegam onde chegam tendo como base um percurso de vida, um esforço de formação e de persistência e um acompanhamento pelos que são essenciais nesse processo. Há sempre um lado humano ao lado da componente desportiva. E o lado humano, neste caso, é muito especial. O condecorado enfrentou, em simultâneo, o desafio desportivo e o desafio da própria saúde sem poder separar um do outro. Fazia tudo ao mesmo tempo. Venceu ambas as batalhas, o que foi o mais difícil. Há ainda um terceiro mérito que torna esta condecoração ainda mais especial. É o mérito de nunca ter deixado de ser pai ao mesmo tempo que enfrentava a luta pela saúde e prosseguia a carreira desportiva. Encontrou no filho uma razão para vencer as duas outras batalhas. Isto tem um valor pedagógico que é único. É um exemplo”.









