(Em contra-nota, com as restantes linhas deste texto, deixo dois exemplos que reputo profundamente errados. Quando se soube que Dias Ferreira, cujas notícias o dão (felizmente) já em vias de estar recuperado, estava com COVID, as redes sociais foram o palco para afirmações miseráveis a seu respeito. Sentindo-me à vontade para comentar porque quase nunca concordo com ele, não posso deixar de dizer que quem, escondendo-se atrás de um teclado, se permite escrever as maiores alarvidades estará a passar ao lado dos valores do nosso Sporting Clube de Portugal. Desejar a morte de um Sportinguista, seja ele qual for, ou mostrar entusiasmo por o mesmo estar doente é, diga-se o que se disser, indigno. Assim como indignos são os que, ignorando a gravidade da época actual, tudo fazem para desestabilizar. Há muito que se instalou a lógica da crítica infundada, dos falsos rumores, das teorias da conspiração e do insulto fácil. O que os seus autores parecem desconhecer é que tais comportamentos apenas os definem a eles. Não àqueles que tentam visar, seguramente. A eles.)
Se esta época tem sido pródiga em algo positivo é nos exemplos de solidariedade no e do Sporting Clube de Portugal. Estes tempos são, portanto, de união e, menos, de cólera.
Se alguns Núcleos deram o pontapé de saída, em especial o de Castelo Branco (LER AQUI) e o (futuro) do Cacém, o que é também certo é que os exemplos se sucedem, ao longo da própria hierarquia. Paralelamente, a Juventude Leonina escreveu um discurso pela positiva, afirmando que irá tratar de identificar situações de pessoas em situação de especial vulnerabilidade, com vista a trazer-lhes algum conforto (LER AQUI). O comunicado em causa faz esquecer os motivos que lhe têm originado vastas críticas e mostrou que, quando quer, a Juve Leo sabe cumprir a sua missão.
Daí que, por tudo o que representa o Sporting Clube de Portugal e por não desconhecer as críticas que faz à actual Direcção, não posso deixar de assinalar que bem também esteve Carlos Vieira, ao sugerir que não nos esqueçamos do Sporting, mais concretamente da sua Fundação, no momento da entrega do IRS (LER AQUI). É um gesto bonito e que demonstra que, por mais discordâncias que possam existir, no final o que nos deve motivar a todos é o bem do Clube.
Por outro lado, contrariamente ao que muitos disseram ir acontecer, a Administração da SAD decidiu (e bem…) cortar metade dos vencimentos que auferem (LER AQUI) e fê-lo em montante superior ao que se noticiou ter sido acordado com os jogadores. Aqui, também, o Sporting deu o exemplo, já que não recorreu ao mecanismo do lay off e conseguiu uma decisão conjunta que expressa bem que, quando estamos unidos, conseguimos ser bastante melhores que os nossos rivais. A circunstância de a diminuição dos administradores ser superior à dos atletas, mesmo que possa não fazer grande diferença em termos financeiros, representa um acto simbólico que não pode deixar de merecer o nosso elogio.
Nesta sequência, recuso-me, sequer, a entrar na pouco edificante discussão sobre uma inusitada destituição do Presidente assente em estar a desempenhar funções de médico numa altura destas, a qual, registe-se, sempre teria que passar pela realização de uma AG que, neste momento, está proibida. Prefiro registar que, desta vez e bem, deu duplamente o exemplo. E, do mesmo modo e pese embora estarem sob críticas constantes, os jogadores (que, quer se queira, quer não, são o nosso principal activo) portaram-se à altura, num momento em que nem se sabe como e quando acabará o campeonato. Para aqueles que se apressaram a criticá-los e que, jocosamente, anunciavam “rescisões”, este é um bom dia para pedir desculpa e agradecer.
Uma última nota: aos trabalhadores do Sporting que mantêm o Clube a funcionar, incluindo os da Academia, este é também o momento de lhes agradecer. Haverá, sem sombra de dúvida, Sporting depois da Covid 19 e desta vida em suspenso e, em parte, também lhes devemos isso.
Termino, portanto, a agradecer aos que pensam no Clube antes de si mesmos, sabendo que abranjo uma quantidade enorme de Sportinguistas.
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