O Sporting CP tem tido, sem qualquer dúvida, um mês de Abril difícil. Inexplicavelmente, perdeu-se uma vantagem confortável para os rivais mais diretos na luta pelo título, que se encontra, neste momento, reaberta. Tudo começou em Moreira de Cónegos e, desde então, nem sempre as coisas saem bem ao conjunto liderado por Rúben Amorim.

Na minha opinião, falta verticalidade a esta equipa leonina, que sente (e muito) a falta de Nuno Santos. O regresso do número 11 à titularidade faz todo o sentido, uma vez que é um jogador que causa desequilíbrios, ganha a linha e serve bem os seus companheiros. No entanto, também não podemos pintar o cenário tão negro quanto alguns o querem fazer parecer. O Sporting leva, à data de hoje, 4 pontos de vantagem sobre o FC Porto e mantém-se no primeiro lugar, invencível nesta edição da Liga NOS. O desafio é, neste momento, mais duro e sabemos de antemão que a equipa orientada por Sérgio Conceição se deixou motivar pelos resultados menos positivos para a equipa de Alvalade. Sabemos, contudo, que o líder do campeonato ainda somos nós e é como tal que temos que nos comportar. A margem que tínhamos para deslizes é, agora, muito curta. Temos que estar concentrados, focados e não deitar a toalha ao chão. Andámos durante todos estes meses a plantar e a construir em cima um sonho que, quer se diga quer não, pertence a todos os Sportinguistas. Desde os adeptos aos jogadores e estrutura do clube. Temos que cuidar aquilo que tão bem foi criado e entrar em campo com tudo. Seja hoje com o Braga, ou nos próximos jogos, temos que defender aquilo que há meses e meses é nosso: o primeiro lugar.

Permitam-me ainda deixar um nota relativamente ao tema Paulinho. O jogador recém-contratado no mercado de Inverno tem sido visado por uma minoria de adeptos e, também, pela comunicação social. Mas Paulinho não é o problema. Pedro Gonçalves é o goleador máximo do Sporting e, até à chegada do ex-Braga, Sporar pouco contava para Rúben Amorim. Não existia um ponta de lança que realmente oferecesse confiança ao treinador, pelo que a nossa liderança no campeonato foi cimentada com um caudal ofensivo que pouco ou nada teve a ver com a performance de um jogador nesta posição. Paulinho chegou para dar outra pujança ao ataque leonino, mas não tem conseguido os golos que tão necessários são nesta posição. Mas pouco mudou face à primeira volta. Com isto quero dizer que a solução terá que ser encontrada por Rúben Amorim e que o problema está, globalmente, no caudal ofensivo que o Sporting não apresenta. Esta equipa – excepção feita ao jogo com o Belenenses SAD, ainda que a taxa de acerto tenha sido curta – tem pouca baliza e tem, garantidamente, que resolver essa questão.

O problema não é Paulinho, nem a defesa. O problema chama-se oportunidades criadas. Temos que chegar mais vezes à baliza e, dessa forma, Paulinho garantidamente que será mais feliz do que tem sido. Acredito nesta equipa e sei que todos queremos ser felizes dentro de algumas semanas.