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Foi no dia 18 de junho de 1922 que se escreveu um dos grandes capítulos da história do futebol português: a finalíssima da 1.ª edição dos Campeonatos de Portugal, uma prova criada com o objetivo de determinar, pela primeira vez, o verdadeiro campeão nacional entre os vencedores das principais associações regionais, Lisboa e Porto. O Sporting, infelizmente, não ergueu o troféu e perdeu mesmo a finalíssima.
O modelo, no entanto, causou desconforto na crítica da época. A opinião dominante era que, à semelhança do que se fazia noutros países com provas semelhantes, a decisão deveria ter ocorrido num único jogo e em campo neutro. A polémica prolongou-se até se recorrer ao sorteio para escolher o local da finalíssima, tendo o Estádio do Bessa, sugerido pelo próprio Porto, sido o eleito. Foi nesse palco que a cidade invicta registou, até então, a maior assistência de sempre num jogo de futebol.
Dentro das quatro linhas, o ambiente foi tenso e a partida caracterizou-se por uma intensidade que, por vezes, roçou a agressividade excessiva. O marcador manteve-se inalterado até ao intervalo, mas aos 51 minutos, Balbino abriu o ativo para o Porto, após cruzamento certeiro de Tavares Bastos. Pouco depois, o Sporting desperdiçou uma chance de ouro para empatar, quando Artur Augusto falhou uma grande penalidade, primeiro defendida por Amadeu Cruz, e depois desperdiçada novamente na repetição, ao rematar à trave.
O empate chegaria aos 70 minutos, graças a Emílio Ramos, num momento que devolveu o entusiasmo aos lisboetas e empurrou o Sporting para uma ofensiva final, coroada com uma enorme oportunidade falhada por Jaime Gonçalves já perto do fim do tempo regulamentar. Com 1-1 no final dos 90 minutos, o título nacional seria decidido no prolongamento.
A etapa suplementar revelou-se decisiva a favor do Porto. Mais eficaz e mais resistente no plano físico, a equipa nortenha marcou por duas vezes, primeiro por Nunes, depois por Brito, e selou a vitória por 3-1. A festa foi imediata e intensa, em clima quase de São João antecipado, tal era a dimensão da conquista: o Porto tornava-se o primeiro campeão nacional da história do futebol português.
Contudo, a derrota do Sporting não ficou isenta de controvérsia. O Clube verde e branco apresentou um protesto formal à União Portuguesa de Futebol, apontando ao ambiente hostil que a sua comitiva enfrentou. Desde a noite anterior ao jogo, marcada por uma ruidosa sessão de morteiros junto ao hotel dos jogadores, até ao próprio dia da final, com insultos e ameaças no estádio e o árbitro a ser acusado de parcialidade, o Sporting sentiu-se prejudicado e apontou o dedo a uma campanha organizada para o desestabilizar.
Este ano inaugural do Campeonato de Portugal coincidiu com um período de profundas transformações no futebol nacional. Em 1922, a modalidade vivia ainda a dor da perda precoce de António Stromp, um dos grandes nomes do Sporting e do desporto português. Ao mesmo tempo, assinalava-se a estreia da Seleção Nacional, que realizou o seu primeiro jogo oficial com a presença de dois Sportinguistas: Jorge Vieira e João Francisco. Também o Campeonato de Lisboa sofreu alterações profundas, com um novo formato idealizado por Cândido de Oliveira: duas divisões com apenas quatro clubes, organizadas por antiguidade, e uma divisão de promoção, com regras inovadoras para acesso ao título.
Conjunto verde e branco saiu derrotado do dérbi com o eterno rival numa final que fica marcada por uma exibição que não correu nada bem para o lado leonino
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O Sporting saiu derrotado do duelo com o Benfica a contar para a final da Taça de Portugal - que foi vencida pelos verde e brancos em 2024/25 - no dia 14 de junho de 1970. Os encarnados roubaram o título ao conjunto verde e branco ao vencerem por 3-1. O golo solitário marcado pelos leões aconteceu aos 83 minutos por intermédio de Fernando Peres.
Fernando Vaz, comandante técnico dos leões, avançou para campo com Vítor Damas, pedro Gomes, Francisco Caló, José Carlos, Hilário, Celestino Martins, Fernando Peres, Vítor Gonçalves, Nélson Fernandes, Marinho e Dinis. José Augusto, treinador dos encarnados, alinhou com José Henrique, Humberto Coelho, Zeca, Malta da Silva, Augusto Matine, Jaime Graça, Toni, Diamantino Costa, Artur Jorge, José Torres e António Simões.
Artur Jorge, jogador das águias, foi quem abriu o marcador no eterno dérbi na final da prova rainha disputada no Estádio Nacional do Jamor. O avançado dos encarnados marcou o golo com um remate rasteiro a passar entre as pernas de Vítor Damas, o guardião leonino.
A primeira parte acabou com apenas um golo, um número que triplicou no segundo tempo. Passados cinco minutos da partida ter retomado, o Benfica chegou ao 2-0, desta vez por José Torres. O português recebeu um passe dentro da grande área verde e branca e lá só teve de empurrar a bola sem força para dentro da baliza do Sporting.
O Benfica continuou por cima no jogo e, pouco depois, retirou as últimas esperanças aos leões, que ainda tiveram algumas oportunidades. António Simões, aos 63 minutos, recebeu um passe de cabeça e rematou a redonda para o fundo das redes de Vítor Damas, chegando ao 3-0 no marcador.
O Sporting conseguiu criar algumas jogadas perigosas, mas todas sem efeito na baliza encarnada. O único golo dos verde e brancos surgiu aos 83', com um livre muito bem marcado por Fernando Peres. Apesar de tudo, o remate certeiro não resultou em muitos festejos, visto que os adeptos já não acreditavam na vitória.
O conjunto verde e branco, infelizmente, não conseguiu triunfar na Taça de Portugal, mas acabou por ter um bom desempenho na competição. Os encarnados festejaram o seu 14.º título da prova rainha, enquanto que se o Sporting fosse o campeão teria comemorado o 7.º troféu.
Clube equipado de verde e branco sai derrotado do duelo com o eterno rival, num confronto decisivo a contar para a Taça de Portugal
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O Sporting foi eliminado pelo Benfica nas meias-finais da Taça de Portugal no dia 13 de junho de 1943. Os leões saíram derrotados por 2-3 a jogar em casa, no campo do Lumiar. Os dois remates certeiros dos verdes e brancos na partida foram efetuados por Carlos Canário (33’) e João Cruz (50’), este último de grande penalidade.
Joseph Szabo, técnico leonino, avançou com João Azevedo, Álvaro Cardoso, Carlos Canário, Manuel Marques, João Nogueira, António Lourenço, Adolfo Mourão, Daniel Silva, Fernando Peyroteo – goleador máximo do Sporting, João Cruz e Ermitério Amorim. Janos Biris, treinador dos encarnados, alinhou com António Martins, Francisco Albino, Álvaro Pinto, Francisco Ferreira, Joaquim Alcobia, César Ferreira, Manuel da Costa, Joaquim Teixeira, Rogério Pipi, Julinho e Francisco Pires.
O Benfica entrou melhor na partida, conseguindo chegar primeiro que os leões ao marcador. O placar foi aberto por Francisco Pires, que aos 10 minutos fez o primeiro remate certeiro das meias-finais da Taça de Portugal, a jogar como visitante neste confronto.
Carlos Canário apareceu na lista de marcadores do eterno dérbi aos 33 minutos. O Sporting conseguiu responder ao empatar a partida e levando os adeptos Sportinguistas à loucura. Ainda assim, pouco antes de ser dada como terminada a primeira parte, o Benfica conseguiu voltar à vantagem.
Joaquim Teixeira, médio do Benfica, deixou a bola no fundo das redes defendidas por João Azevedo, guardião equipado de verde e branco, aos 44’. Os encarnados conseguiram fazer o 1-2 no placar e, desta forma, foram para o intervalo, novamente com a vantagem no marcador.
O Sporting entrou bem na segunda parte e conquistou uma grande penalidade na área benfiquista. O responsável por marcar o golo que empatou a partida aos 50 minutos foi João Cruz, que sem dó nem piedade deixou a sua assinatura na partida e fez o 2-2 para a equipa da casa.
Infelizmente, o Benfica esteve melhor em campo e Francisco Pires voltou a aparecer na partida. O avançado das águias bisou aos 65’ e chegou ao 2-3 para a equipa visitante. Apesar de algumas oportunidades criadas por ambos os lados, o Sporting acabou mesmo por ser eliminado pelo eterno rival nas meias-finais da Taça de Portugal.
Conjunto verde e branco sai derrotado no confronto com eterno rival, ainda assim, pode dar a volta ao agregado na próxima partida da competição
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Joseph Szabo, treinador do Sporting, avançou para o jogo com João Azevedo, Mário Galvão, António Serrano, Rui de Araújo, Manuel Marques, Raúl Silva, Adolfo Mourão, Manuel Soeiro, João Cruz, Pedro Pireza e Heitor Nogueira. O Benfica, comandado por Lipoo Hertzka, alinhou com Cândido Tavares, Francisco Albino, Domingos Lopes, Gustavo Teixeira, Álvaro Pinto, António Vieira, Joaquim Alcobia, Guilherme Espírito Santo, Rogério de Sousa, Alfredo Valadas e Luís Xavier.
O primeiro golo da partida surgiu do lado dos encarnados, logo aos 20 minutos. O responsável por empurrar a bola para o fundo das redes verde e brancas foi Guilherme Espírito Santo, que deixou o 1-0 no marcador e, também, abriu o resultado da primeira mão desta eliminatória.
Ainda com o Benfica a dominar a partida, no final dos primeiros 45 minutos, os encarnados chegaram ao 2-0 no placar. Luís Xavier, avançado da equipa da Luz, marcou o segundo golo no dérbi frente ao eterno rival aos 50’. Desta forma, as equipas foram para intervalo.
A segunda parte começou com o Benfica ainda por cima no jogo. O terceiro golo dos encarnados na partida teve assinatura de Rogério Sousa aos 50 minutos. Com o 3-0 no placar, parecia tudo estar perdido para os leões, mas a realidade mostrou outro resultado no final da partida.
O Sporting reagiu 20 minutos depois. João Cruz foi o responsável por diminuir a vantagem conseguida pela equipa da casa, fazendo, assim, o 3-1 no marcador. O Clube de Alvalade já mostrava alguns sinais de melhorias na partida e, com este remate certeiro, os adeptos voltaram a acreditar na eliminatória.
A verdade é que os leões não venceram, mas ainda foram a tempo de diminuir mais a vantagem do eterno rival. Aos 79 minutos, Manuel Soeiro, que foi um finalizador histórico do Clube, fez o 3-2 e assim acabou jogo. O Sporting levou a partida ‘em aberto’ para a segunda mão, com o sonho de chegar à final da prova.