Ricardo Jorge Costa escreveu um artigo de opinião no qual destaca dois exemplos antagónicos de comportamento no desporto em Portugal, a partir de dois episódios recentes. O primeiro diz respeito ao treinador de basquetebol do Sporting, Luís Magalhães, que, após a derrota pesada da sua equipa na final da Taça de Portugal, reconheceu de forma exemplar a superioridade do adversário. Com a derrota por 94-73 frente ao Porto, Magalhães não usou desculpas, como é comum em outros treinadores, mas enalteceu a qualidade da equipa vencedora, destacando o bom jogo coletivo do Porto.
No artigo, Costa sublinha a postura do técnico leonino, que afirmou: "Não há que dar desculpas e há que dar os parabéns a quem ganhou claramente. Hoje recebemos uma lição do Porto de bem jogar basquetebol, de bem defender, de bem atacar e de bem jogar coletivamente". Este tipo de declaração é uma rara demonstração de fair-play, tão pouco comum no desporto, especialmente no futebol, onde os treinadores frequentemente se refugiariam em desculpas e críticas à arbitragem, como observa Costa.
Por outro lado, o autor critica duramente o comportamento do público em Alvalade durante o jogo da Liga das Nações entre Portugal e a Dinamarca. No final da partida, em que a Seleção Nacional demonstrou superioridade, os adeptos começaram a entoar ‘olés’ nas jogadas finais da partida, uma atitude que Costa considera um desrespeito pela equipa adversária e pela própria competição. “Uma lamentável, condenável e constrangedora falta de respeito e desportivismo”, escreve Costa, lamentando a ausência de uma cultura desportiva que valorize o espírito de respeito e a honra das competições.
Costa vê essa atitude como um reflexo da falta de educação desportiva que, segundo ele, ainda persiste em muitas bancadas em Portugal. Para ele, as manifestações de desrespeito como os ‘olés’ não apenas ofendem os adversários, mas também empobrecem a imagem do desporto português. Ele destaca que o gesto de Luís Magalhães deveria ser um exemplo a seguir para todos, treinadores e adeptos, como uma forma de mostrar gratidão e respeito pela competência e pelo esforço dos adversários.
O artigo finaliza com uma reflexão sobre o comportamento dos adeptos e a necessidade de cultivar um ambiente desportivo mais respeitoso, lembrando que a competitividade deve sempre vir acompanhada de ética, dignidade e respeito, tanto pela equipa adversária quanto pelos próprios atletas.
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