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Competições
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No dia 20 de abril de 1985, Carlos Lopes participou numa das mais importantes provas da disciplina em que era especialista, a Maratona de Roterdão. De novo, o atleta do Sporting ofereceu mais um motivo de orgulho, não só aos adeptos leoninos, mas a todos os portugueses, quando a sua melhor marca foi suficiente para bater o recorde mundial da modalidade em questão.
O atleta natural de Viseu cedo percebeu que dificilmente iria cumprir o seu objetivo de vencer uma grande prova de categoria mais técnica, como era o caso dos 5000 ou os 10000 metros, e decidiu virar o seu foco para outra modalidade onde pudesse dar mais cartas. No seu caso, foi a maratona, e já tinha um novo objetivo bem traçado: tornar-se campeão da prova olímpica nos Jogos de Los Angeles em 1984.
Em 1982, Carlos Lopes teve a sua primeira experiência na Maratona de Nova Iorque, mas não teve o sucesso desejado. Apesar de uma boa partida e seguir toda a prova no grupo da frente, infelizmente viu-se forçado a desistir quando cãibras tornaram a sua corrida impossível de pendurar, mas uma coisa foi certa: foi visível o talento e a determinação do português.
Como esperado, Carlos Lopes não desistiu do seu objetivo, e apenas meses depois de Nova Iorque, o foco direcionou-se naquela que seria a sua primeira participação na Maratona de Roterdão. Em solo holandês, o atleta do Sporting terminou no segundo lugar da prova, marcando um tempo de 2:08,39 horas.
Chegando ao ano de 1984, Carlos Lopes teve a sua segunda participação na prova de Roterdão e acabaria por desistir após 30 quilómetros de corrida. Sem motivo aparente, o atleta leonino mais tarde revelou que foi uma decisão premeditada e que fazia parte do seu plano de preparação para os Jogos Olímpicos do mesmo ano.
O dia 12 de agosto desse mesmo ano ficou marcado na história do desporto nacional, Carlos Lopes, de forma impressionante, conquistou aquela que foi a primeira medalha de ouro olímpica portuguesa, ao terminar a prova em primeiro lugar com uma marca que também lhe valeu um recorde olímpico: 2:09,21h, que apenas seria batido nos Jogos de Pequim 2008 pelo quéniano Samuel Wanjiru.
O palco do atletismo mundial já estava ciente do que Carlos Lopes era capaz e não era surpresa que este fosse um dos favoritos à vitória na Maratona de Roterdão de 1985. Os seus adversários mais diretos não tiveram a destreza física para a terminar. A verdade é que o maratonista não teve uma prova fácil: nos últimos quilómetros, Lopes passou por dificuldades, mas a sua determinação e força de vontade permitiram-lhe a vitória, mas também o tão desejado recorde do mundo com um tempo de 2:07,11h, batendo a marca anterior por 54 segundos.
Os feitos de Carlos Lopes não foram esquecidos nos dias de hoje, o seu talento permitiu-lhe ter uma das mais brilhantes carreiras do desporto mundial ganhando títulos atrás de títulos e batendo recordes atrás de recordes. O atleta do Sporting foi também o responsável pela primeira medalha de ouro olímpica conquistada por Portugal, mudando o curso do desporto nacional.
Emblema leonino alcança a conquista de um novo título, mas despede-se de uma figura muito marcante que passou por Alvalade
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A história do futebol português não se há de esquecer da época realizada pelo Sporting em 1969/70, tendo esta ficado marcada por entradas, saídas, vitórias, goleadas e que só podia terminar com os leões a celebrarem a conquista de mais um campeonato nacional e, consequentemente, um novo troféu para o museu.
O Sporting partiu para este campeonato como o principal candidato a levantar o troféu e mostrou o seu favoritismo com um brilhante arranque de prova, com oito vitórias nas primeiras nove jornadas, onde apenas um empate em terreno do Varzim estragou aquele que seria um registo perfeito.
Vale destacar a primeira partida do calendário leonino, uma vitória frente ao Braga, por 4-0, e também o jogo da terceira jornada, que colocou frente a frente o Clube de Alvalade contra a formação do União de Tomar e que teve como resultado final uns expressivos 5-0.
Nos jogos contra os seus adversários mais diretos, o Sporting mostrou estar acima. Os comandados de Fernando Vaz venceram ambas as partidas frente ao Porto, com um resultado de 2-1, no Estádio de Alvalade, e na segunda volta pela margem mínima (1-0, no Estádio das Antas. Já contra o outro rival, o Benfica, uma vitória também por 1-0 para o Sporting nas duas voltas. Assim, os verdes e brancos fizeram 10 pontos em 12 possíveis frente aos adversários ditos 'mais difíceis'.
A temporada de 1969/70 foi marcada por algumas movimentações que vieram mexer bastante com o plantel do Sporting, principalmente sendo o primeiro ano sob o comando de Fernando Vaz, que veio preencher a vaga deixada por Mário Lino como treinador da turma de Alvalade. Existiram também alguns regressos: jogadores como Caló, Manaca e Fernando Peres chegaram dos seus respetivos empréstimos.
Aquela que foi provavelmente a movimentação de plantel mais marcante foi a saída de um autêntico símbolo do Clube: Carvalho fez a sua última temporada de leão ao peito. O guarda-redes natural do Barreiro perdeu o seu estatuto de titular para o jovem Vítor Damas e despediu-se do Clube de Alvalade após 13 anos ao serviço do mesmo.
Carvalho não saiu sem a celebração da sua carreira. O dia 19 de abril de 1970 marcou a último aparição do guarda-redes pelos verdes e brancos e foi titular numa partida jogada na condição de visitante, frente ao Leixões, num jogo que terminou com mais uma vitória do Clube de Alvalade: 5-2 foi o resultado final, com golos marcados por Fernando Peres, Marinho, Alexandre Baptista, Nélson Fernandes e Pedras.
O Sporting terminou a época com um impressionante registo de 21 vitórias, quatro empates e apenas uma derrota, cedida apenas à equipa da Académica de Coimbra. Os leões levantavam assim o13.º campeonato da sua história, terminando a competição com 46 pontos, oito de vantagem para o segundo classificado, o Benfica.
A verdade é que o Sporting esteve muito perto de celebrar nova conquista: com o final do campeonato, os leões jogaram a final da Taça de Portugal contra os encarnados, partida que o adversário levou de vencida: 3-1 foi o resultado final, com o golo leonino a ser apontado por Fernando Peres.
Equipa verde e branca arrebatou todos os rivais e no final celebrou diante dos Adeptos, com vários motivos de orgulho para todos
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Quase dez anos depois do último título nacional, o basquetebol masculino do Sporting preparava-se, na época de 1968/69, para voltar à glória. Desde o triunfo no Campeonato Nacional de 1959/60, apenas troféus regionais tinham preenchido a vitrine verde e branca e, apesar de contar com talentos reconhecidos como António Encarnação, Carlos Sousa, José Augusto, José Valente, Manuel Sobreiro, Fernando Monteiro e Zé Mário, os leões tinham falhado, por escassas margens, o Campeonato Metropolitano em três das quatro temporadas anteriores.
O arranque da nova época foi promissor e dominador: o Sporting varreu por completo o Campeonato de Lisboa, vencendo os 14 jogos e apresentando um saldo pontual esmagador. A clara superioridade regional confirmou-se a nível nacional com a conquista antecipada do Campeonato Metropolitano, selada a três jornadas do fim.
A única derrota surgiu na penúltima jornada, frente ao Barreirense, num ambiente hostil e marcado por uma arbitragem permissiva que favoreceu a equipa da casa. Apesar desse tropeço, a qualidade do conjunto orientado por Hermínio Barreto era inquestionável.
Mas o título nacional exigia ainda mais. A derradeira fase do Campeonato Nacional reunia os dois melhores do continente, Sporting e Académica, e os campeões de Angola e Moçambique, o Sporting de Luanda e o Desportivo de Lourenço Marques, respetivamente.
Os jogos decorreram no Pavilhão da Ajuda, entre 11 e 17 de abril de 1969, num modelo de 'todos-contra-todos' em duas voltas. A primeira metade da competição foi praticamente irrepreensível: três vitórias, incluindo uma frente à Académica (64-62), que colocaram os leões em vantagem.
Contudo, a derrota na segunda volta frente aos 'estudantes' de Coimbra (70-67), depois de um início promissor, expôs um erro comum no desporto: o excesso de confiança. Após liderarem por 11 pontos, os leões desorganizaram-se, caíram no individualismo e permitiram a reviravolta. Foi uma lição dura, mas essencial. No jogo decisivo contra o Desportivo de Lourenço Marques, o Sporting respondeu com maturidade, vencendo com autoridade por 74-45, impulsionado por uma exibição magistral de José Valente.
O derradeiro embate com o Sporting de Luanda serviu apenas para confirmar o que já se adivinhava: os 'Doze Magníficos' do basquetebol leonino estavam de volta ao topo. O 4.º Campeonato Nacional da história do Clube foi celebrado num Pavilhão da Ajuda repleto de entusiasmo Sportinguista, encerrando com chave de ouro uma temporada marcada por superação, talento e espírito coletivo.
Equipa verde e branca dá continuidade a um ciclo de triunfos, ainda que o campeonato tenha sido feito de altos e baixos e discutido até ao fim
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Na temporada 1993/94, o ténis de mesa masculino do Sporting entrava em campo com o legado e o orgulho nas conquistas recentes. Nove Campeonatos Nacionais e nove Taças de Portugal consecutivos sustentavam a aura de invencibilidade da equipa leonina e o núcleo duro mantinha-se intacto, com um trio de elite composto por Pedro Miguel, líder indiscutível do ranking nacional, o experiente Chen Shi Chao e ainda Rogério Alfar. A estes juntava-se, ainda, o jovem prodígio Tiago Rocha, número um do ranking júnior.
Apesar da qualidade inegável, os tempos de vitórias esmagadoras e de campeonatos sem um único set perdido começavam a dissipar-se, prova do aumento da concorrência. Clubes como o Estrela da Amadora, o Casa Pia, o Sporting das Caldas e, com especial destaque, o São Roque tinham reforçado os seus planteis, enquanto que o outrora temível Benfica, agora longe da glória, lutava simplesmente pela permanência na divisão principal.
O Sporting arrancou o campeonato como se previa: a vencer. A goleada por 4-0 ao Benfica foi apenas o primeiro aviso, contudo, os primeiros sinais de desafio surgiram na deslocação às Caldas da Rainha. Aí, o russo naturalizado português Edouard Maiorov, figura de referência entre os estrangeiros no circuito nacional, conseguiu triunfar sobre Pedro Miguel e Chen Shi Chao. Ainda assim, a consistência coletiva dos leões garantiu o 4-2 final.
A seguir, triunfos igualmente exigentes contra o Casa Pia (reforçado pelo chinês Lisheng) e o São Martinho do Porto (que contava com o russo Alexei Sorokin) também terminaram com vitórias leoninas por 4-2. O São Roque, por outro lado, liderava, fruto de vitórias mais limpas e de menor cedência de pontos.
A 9.ª jornada colocava frente a frente os dois principais candidatos ao título. No reduto madeirense, perante uma moldura humana vibrante, o São Roque impôs-se com autoridade e venceu por 4-1. Apenas Chen Shi Chao conseguiu vencer, frente a Alexandre Gomes, perdendo depois para o russo Serguei Efinov. O momento-chave foi o duelo entre Pedro Miguel e Artur Silva, com este último a vencer e a selar a superioridade insular. A derrota comprometia seriamente a defesa do título leonino.
Com o orgulho ferido, o Sporting respondeu como campeão e não mais perdeu uma única partida no campeonato. Um dos momentos determinantes foi a vitória sobre o Estrela da Amadora, onde Chen Shi Chao brilhou com exibições irrepreensíveis. Entretanto, o São Roque, até então firme, começou a vacilar: derrotas com o Ginásio Valbom (10.ª jornada), Estrela da Amadora (12.ª) e mais tarde com o Casa Pia (18.ª) abriram caminho ao regresso do Sporting à dianteira.
O campeonato ficaria resolvido em Alvalade, a 16 de abril de 1994, perante uma sala completamente cheia, na penúltima jornada (20.ª), num duelo direto que poderia sagrar os leões campeões, bastando um triunfo por qualquer margem. Chen Shi Chao inaugurou o marcador com um triunfo sobre Alexandre Gomes. O São Roque empatou por via de Efinov, que bateu Rogério Alfar após um confronto renhido. Mas Pedro Miguel colocou de novo o Sporting em vantagem ao vencer Artur Silva.
O jogo de pares revelou-se um verdadeiro teste de nervos, mas acabou por cair para o lado verde e branco. Com o marcador em 3-1, bastava mais um ponto. E ele chegou através de uma partida memorável entre Chao e Efinov, marcada por trocas de bola espetaculares e incerteza até ao fim. Chao venceu por 2-1, consumando a vingança do resultado da primeira volta e, mais importante ainda, garantindo virtualmente o título.
Mesmo que os sets não viessem a ter influência direta na classificação final, o Sporting não deu margem de dúvida: terminou com apenas uma derrota, contra quatro do São Roque, que acabou mesmo por ser ultrapassado pelo Casa Pia (com três derrotas). O 10.º Campeonato Nacional consecutivo e 22.º da história do clube foi selado oficialmente a 8 de junho, com um tranquilo 4-0 ao Estrela da Amadora, numa jornada em atraso que serviu apenas para celebrar.