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Carlos Xavier: Jovem promessa que acabou a carreira a jogar futebol de praia pelo Sporting
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Jogadores
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Vítor Manuel Martins Damas de Oliveira, conhecido como Vítor Damas, nasceu a 27 de outubro de 1947, em Lisboa. Considerado um dos maiores guardiões portugueses, foi uma referência do Sporting, onde fez a maior parte da carreira tornando-se um dos jogadores com mais partidas disputadas (444) com a Listada verde e branca. Em Alvalade, o antigo capitão ergueu dois Campeonatos Nacionais e três Taças de Portugal.
Vítor Damas entrou para as camadas jovens do Sporting com apenas 14 anos. No seu segundo jogo, sofreu uma derrota num dérbi contra o Benfica, do qual saiu a chorar, no entanto, este impasse não foi suficiente para pôr um fim à carreira do craque que brilhou mais tarde pelos leões.
O guardião estreou-se na equipa principal em 1967, mas só em 1969 assumiu o lugar de titular. Durante oito temporadas, Vítor Damas foi o guarda-redes indiscutível do Sporting, conseguindo o estatuto de capitão ao conquistar dois Campeonatos Nacionais e três Taças de Portugal.
Vítor Damas ficou famoso pela defesa a um cabeceamento de Eusébio num dérbi que garantiu o título nacional de 1969/70. Já em 1971, o craque defendeu todos os penáltis numa eliminatória contra o Glasgow Rangers na Taça das Taças, mas o Sporting acabou eliminado porque o árbitro tinha se esquecido da regra dos golos fora de casa.
Na Seleção Nacional, Vítor Damas estreou-se em 1969 e somou 29 jogos até 1986. O guardião participou no Europeu de 1984 e no Mundial de 1986. Destacou-se num jogo em Wembley, em 1975, onde evitou uma goleada da Inglaterra com várias defesas que se revelaram bastante importantes.
Após o 25 de abril de 1974, Vítor Damas quase foi parar ao Porto. Felizmente, acabou por renovar com o Sporting, onde permaneceu até 1976. Depois de um longo período nos leões, o guardião teve passagens pelo Racing Santander, de Espanha, e pelo Vitória de Guimarães e Portimonense.
Vítor Damas regressou ao Sporting em 1984, onde jogou até 1988, terminando a carreira aos 41 anos, com 444 partidas. Depois, tornou-se treinador interino e adjunto no Clube, cargo que ainda desempenhou durante alguns anos. Em 2003, o antigo craque recebeu uma homenagem dos verdes e brancos no novo Estádio José Alvalade, tendo falecido no mesmo ano, a 13 de setembro.
Guarda-redes que representou o Clube de Alvalade desde muito jovem tornou-se no segundo jogador com mais partidas oficiais na história verde e branca
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Rui Patrício nasceu em Marrazes, Leiria, a 15 de fevereiro de 1988, e é um dos nomes mais históricos s que já passaram pela baliza leonina. O guardião vestiu a camisola principal do Sporting em 467 jogos oficiais, sendo o segundo jogador mais utilizado de sempre do Clube. De leão ao peito, o antigo internacional português conquistou duas Taças de Portugal, uma Supertaça e uma Taça da Liga, tudo isto em 12 temporadas.
Rui Patrício é um dos vários grandes nomes totalmente moldados na Academia Cristiano Ronaldo, tendo em conta que se destacou desde muito jovem como guarda-redes dos iniciados, equipa que foi campeã nacional em 2002. Posteriormente, o mesmo plantel conquistou quatro títulos consecutivos, e o craque entre os postes foi o primeiro daquela geração a chegar ao plantel principal.
Com apenas 18 anos, ainda quando era júnior, o craque integrou o plantel principal como terceira opção. A 19 de novembro de 2006 estreou-se contra o Marítimo, defendendo um penálti e garantindo o triunfo por 1-0. Rapidamente, Rui Patrício ganhou espaço na equipa e, na época seguinte, beneficiou de um desentendimento entre Stojkovic e Paulo Bento para se afirmar como o titular absoluto.
Apesar da idade, Rui Patrício mostrou personalidade na baliza leonina, mantendo a confiança do treinador mesmo após alguns erros naturais. Foi decisivo nas conquistas da Taça de Portugal e Supertaça frente ao Porto, em 2008, tendo sido distinguido com o Prémio Stromp Revelação no mesmo ano.
Rui Patrício tornou-se indiscutível no Clube verde e branco. Em 2011 e 2012 venceu o Prémio Stromp, mas desta vez na categoria Futebolista. Para além disso, alcançou o jogo 300 em dezembro de 2014 e, no ano seguinte, foi distinguido com o Leões Honoris Sporting. O craque voltou a vencer mais um título importante de leão ao peito em 2015 - a Taça de Portugal.
O guardião renovou contrato em 2012 e, novamente, em 2016, já como um dos capitães de equipa. Com cláusula de rescisão de 45 milhões de euros, Rui Patrício já era um dos pilares do Clube e da seleção nacional. Vale a pena recordar que foi o melhor guarda-redes do Euro 2016, competição que venceu por Portugal com exibições de alto nível que lhe valeram o 12.º lugar na Bola de Ouro.
Em 2018, o guarda-redes venceu a Taça da Liga pela primeira vez na história do Clube verde e branco. No entanto, foi um dos 'protagonistas' da crise que culminou com a invasão à Academia em Alcochete. Rui Patrício liderou os protestos dos jogadores e tornou-se o primeiro dos nove atletas a rescindir contrato, partindo assim para o Wolverhampton, de Inglaterra, com 467 jogos feitos, a apenas 28 do recorde absoluto. Mais tarde, os leões haveriam de chegar a acordo, com os verdes e brancos a receberem uma verba a rondar os 12 milhões de euros.
Titular da Seleção em múltiplas competições, incluindo os Europeus de 2012, 2016 e 2020 e os Mundiais de 2014, 2018 e 2022, o guardião é um dos futebolistas mais internacionais por Portugal. Após três anos no Wolverhampton, de Inglaterra, Rui Patrício rumou à Roma, onde venceu a Liga Conferência. Em 2024, já sem espaço no clube italiano, assinou pela Atalanta, mantendo-se na Serie A. Em 2025, o craque encontra-se sem clube.
*Atualizado a 10 de julho de 2025
Craque que mostrava uma grande disponibilidade para jogar onde fosse necessário representou os leões durante impressionantes 16 temporadas
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Manuel Marques, conhecido como Manecas, nasceu a 10 de julho de 1917, em Lisboa, e tornou-se uma figura lendária do Sporting. Durante 16 temporadas consecutivas ao serviço da equipa principal verde e branca, o craque conquistou seis Campeonatos Nacionais, quatro Taças de Portugal, dois Campeonatos de Portugal, oito Campeonatos de Lisboa e uma Taça Império, somando assim 352 jogos e quatro golos com a camisola leonina.
Manecas começou a jogar futebol no Desportivo do Campo Grande, antes de se juntar ao Sporting com apenas 15 anos, em novembro de 1932, para representar a equipa de principiantes. Anteriormente, Manuel Marques trabalhava como carpinteiro de barcos no Arsenal da Marinha e, mais tarde, num grémio de armazenistas, conciliando desde cedo a vida profissional com o futebol.
Após a conquista do Campeonato de Lisboa da 2.ª categoria, em 1934/35, Manecas passou pelas Reservas e estreou-se na equipa principal a 15 de março de 1936, frente ao União de Lisboa, como extremo-direito. Com a chegada do mítico Joseph Szabo ao comando técnico, na época seguinte, foi adaptado ao meio-campo, onde ganhou consistência tática e solidez, sendo posteriormente recuado para a defesa em fases mais maduras da carreira.
A disponibilidade que Manecas mostrava aos treinadores permitiu-lhe atravessar várias gerações e ainda integrar a lendária equipa dos Cinco Violinos. O médio era tão respeitado no balneário que conseguiu o estatuto de capitão em Alvalade. A descontração de Manuel Marques fez com que o craque se tornasse num dos líderes mais carismáticos da história do futebol português.
Manecas, brincalhão como sempre mostrou ser, protagonizou vários episódios curiosos. Um dos mais engraçados aconteceu quando o craque escondeu os bonecos do treinador Szabo antes dos treinos com a equipa. Outra marca pessoal foi o famoso lenço branco à cintura, um presente da sua mãe. Embora fosse destinado a limpar feridas, Manuel Marques admitiu nunca o ter usado para esse fim, preferindo vê-lo como uma espécie de amuleto da sorte.
Manuel Marques despediu-se dos relvados a 5 de outubro de 1950, num eterno dérbi disputado no Lumiar. Nesse jogo o Sporting venceu o Benfica por 8-1. Manecas foi ainda internacional português quatro vezes, duas pela seleção principal e as restantes pela equipa B, ambas em 1945, durante a fase mais competitiva da sua carreira.
Após o final da carreira, o antigo craque teve uma curta experiência como treinador, mas a verdade é que os melhores momentos que teve foram todos enquanto jogador. Manecas morreu a 20 de fevereiro de 1987, aos 69 anos, e será recordado por ter sido um dos líderes mais carismáticos da história leonina.
Defesa uruguaio representou as cores verdes e brancas ao longo de nove temporadas e consolidou-se como uma das grandes figuras do Clube neste século
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Sebastián Coates - que recentemente pediu um favor a Gonçalo Inácio - nasceu em Montevidéu, no Uruguai, a 7 de outubro de 1990 e ajudou o Sporting a voltar a atingir o patamar que ele merece. Em nove épocas ao serviço do Clube de Alvalade, o craque uruguaio disputou 369 jogos oficiais e apontou 37 golos, tornando-se assim o defesa mais goleador de sempre dos leões. Durante esse período conquistou ainda dois Campeonatos Nacionais, uma Taça de Portugal, uma Supertaça e quatro Taças da Liga.
O defesa uruguaio formou-se no Nacional de Montevidéu, onde desde cedo se mostrou promissor com uma impressionante altura de 1,96 metros. Em 2011, Coates foi contratado pelo Liverpool, mas não se afirmou e, em 2014, regressou por empréstimo ao seu clube formador. O craque regressou a Inglaterra e foi cedido ao Sunderland, em 2015, que adquiriu o seu passe no ano seguinte.
Coates chegou a Alvalade em janeiro de 2016, por empréstimo do Sunderland, e rapidamente conquistou a titularidade no setor defensivo leonino. Imediatamente se destacou pela sua capacidade física e rigor tático, bagagem que trazia de Inglaterra. Em fevereiro de 2017, o Sporting exerceu o direito de opção de compara e assegurou a contratação definitiva do uruguaio por apenas cinco milhões de euros.
Já com o estatuto de referência dentro do grupo, Coates foi renovando sucessivamente o vínculo com o Clube, ficando ligado ao Sporting até 2024, com cláusula de rescisão de 45 milhões de euros. Desta forma, o uruguaio assumiu a braçadeira de capitão durante a época 2019/20, após a saída de Bruno Fernandes, e tornou-se num líder calmo, respeitado e exemplar dentro e fora de campo.
Na temporada 2020/21, Seba, tal como era conhecido pelos colegas, tornou-se numa das figuras da conquista do Campeonato Nacional, 19 anos depois do último. Para além da liderança no trio defensivo de Ruben Amorim, Coates marcou golos em momentos decisivos, chegando a atuar como ponta-de-lança nos momentos finais de algumas partidas. A influência do capitão foi reconhecida com o Prémio Stromp na categoria Futebolista do Ano em 2021.
Durante o seu percurso no Sporting, venceu ainda a Taça de Portugal, a Supertaça e quatro edições da Taça da Liga. Ao longo dos anos manteve uma impressionante regularidade, resistindo às constantes mudanças no plantel e no comando técnico. Apesar do interesse de vários clubes, optou sempre por continuar de leão ao peito.
A nível internacional, Coates já tinha conquistado a Copa América em 2011, pela seleção uruguaia, onde foi considerado o melhor jovem do torneio. Ao longo da carreira, o defesa foi marcando presença nas convocatórias do Uruguai, totalizando assim, 51 partidas, nas quais apontou dois golos.
Em julho de 2024, depois de já ter acertado a continuidade por mais uma época no Sporting, Coates pediu para regressar ao Nacional de Montevidéu devido a problemas de saúde de um familiar próximo. O craque uruguaio abandonou Alvalade, após nove épocas, com o estatuto de sétimo jogador com mais partidas oficiais (369) e como um dos capitães mais marcantes da história do Clube.