Depois de Alberto, italianos querem 'roubar' mais um alvo do Sporting de Rui Borges

Rui Borges não tem tido vida fácil desde que chegou ao Sporting. Apesar de um início positivo, uma sucessão incrível de lesões tem assolado o plantel verde e branco, e um calendário sobrecarregado tem dificultado ainda mais a missão dos leões. Rogério Azevedo, jornalista português, aproveitou o seu espaço de opinião no jornal 'A Bola', para escrever um artigo acerca do treinador dos leões.

Começou por explicar, ironicamente, que, se se chamasse Rui Borges, compraria alhos, sal grosso, alecrim, gengibre e curcuma, para usar em rituais religiosos, de modo a tentar que os azares finalmente cessem em Alvalade.

O jornalista prosseguiu com a mesma analogia, afirmando que, se fosse Rui Borges, todos os dias gritaria para o universo pedidos de boa sorte, enquanto continuava a acumular objetos popularmente reconhecidos como amuletos contra o mau-olhado.

Continuou com a metáfora, e escreveu: "Por fim, se me chamasse Rui Borges, viajava até Manchester. Por lá, comprava uma planta comigo-ninguém-pode (presumo que, em Inglaterra, se chame with me-no one-can) e enfiava dois pregos na terra, um de cada lado, sem machucar a planta. Depois, ia para a bancada de Old Trafford e gritaria por três vezes na direção do banco da equipa visitada: 'Na minha casa ninguém coloca maus-olhados, ok?'. Rezaria mais três Pais-Nossos e mais três Ave-Marias e lavaria muito bem as mãos", adicionou Rogério Azevedo, antes de terminar.

"Antes de regressar a Alvalade, comprava um fato de treino do Manchester United, embrulhava nele dois dentes de alho, um raminho de alecrim, pedaços de cúrcuma e gengibre, um quilo de sal grosso, uma chave de ferro, alfazema, benjoim, cravo (só a flor), mirra, verbena, arruda, cânfora e o elefante, claro. Queimava tudo muito bem queimadinho e deitava as cinzas no londrino Tamisa. Era o que faria se me chamasse Rui Borges. Mas, atenção, o fato de treino do Man. United tem de ter duas iniciais bordadas junto ao coração: RA", rematou o jornalista português.

O Sporting continua a enfrentar uma grave crise de lesões esta temporada. José Eduardo, antigo jogador do Clube de Alvalade, falou sobre a possibilidade de os leões contratarem no mercado de desempregados, mas refere ter dúvidas sobre o sucesso de tal estratégia.

"A situação é grave, nisso estamos todos de acordo. A avaliação do mercado dos desempregados é muito sensível, não só pelo valor intrínseco do jogador mas pelo tempo de paragem que conta e afeta a capacidade para competir. Se aparecer um caso excecional, com certeza. Agora, onde é que ele está? Tenho muitas dúvidas. É quase como jogar na lotaria e sair a sorte grande, é complicado." referiu em declarações ao jornal Record.

Tonel, antigo defesa central do Sporting aborda também a esta questão. "Não é fácil encontrar no mercado de desempregados um jogador que entre e possa acrescentar ao plantel do Sporting. Quem tem de tomar decisões é a estrutura e o treinador mas, na minha opinião, não é nesse tipo de mercado que o Sporting vai encontrar soluções", deixando claro que considera que esta não é a melhor alternativa.

Por outro lado deixa no ar a sua sugestão " O Sporting tem equipa B e sub-23. É mais fácil ir abaixo e puxar alguém", enaltecendo a qualidade que a turma verde e branca tem nas suas equipas de formação e na secundária comandada por João Pereira e que luta pela subida ao segundo escalão na fase de apuramento da Liga 3.

De recordar que a equipa do Sporting tem atualmente no boletim clínico Pedro Gonçalves, Nuno Santos, Daniel Bragança, St Juste, Hidemasa Morita. Rui Borges deixou de fora das suas opções, devido a gestão física, Francisco Trincão e Viktor Gyokeres para o próximo encontro frente ao Dortmund. 

O Sporting entra esta quarta feira, dia 19 de fevereiro, em campo, para defrontar o Borussia Dortmund. Bernardo Ribeiro, diretor do jornal 'Record', aproveitou o seu espaço de opinião no programa 'Record na Hora', no NOW, para abordar o momento que se vive em Alvalade, e deixar algumas palavras para Rui Borges, treinador dos leões

"É um atirar de toalha ao chão total da parte de Rui Borges, que eu entendo, tendo em conta as lesões e o resultado da primeira mão. Curiosamente recorrendo ao melhor sistema de jogo para o plantel que tem, o que não deixa de ser engraçado, porque, na verdade, entendo que Rui Borges ajudou, ao recorrer a um sistema diferente, a não tirar o melhor rendimento do plantel do Sporting. Acho curioso numa altura em que precisa de reequilibrar forças, recorra ao sistema que não tem utilizado e que potencia os centrais e os alas que tem", começou por dizer, em aparente crítica.

Prosseguiu: "O Sporting tem tido momentos em que tem sido uma manta de retalhos. É uma equipa difícil de entender: quais são as opções neste momento? Acredito que os jogadores estão bem mais familiarizados com o sistema com que vão jogar em Dortmund, do que no que têm jogado com Rui Borges. Mas há aqui coisas evidentes: as lesões tem retirado muitas opções, o que não invalida o que eu digo sobre o sistema e algumas das opções", continuou Bernardo Ribeiro.

Falou, depois, do momento atual do Clube: "Neste momento, penso que a ideia de Rui Borges é salvar, o Sporting esta numa altura de contenção de danos e tentar não perder a vantagem no campeonato. Está instalado um semipânico. Houve vitorias difíceis, e este jogo do Arouca vem mostrar mais isso, ajudado por alguns fatores como aquela combinação Saint Juste e Rui Silva, que é algo que não se vê todos os dias", atirou o jornalista português.

Concluiu, da seguinte forma: "É preciso haver ideia de jogo e saber o que é preciso fazer. Não é as intensidades... O Hjulmand foi tao intenso que resolveu virar aquele camarada dentro da área. Parece-me que o descontrolo emocional é evidente, porque a equipa foi mascarando com alguns resultados, e depois com o Arouca já não deu. E não deu por culpa própria, o Sporting cometeu vários erros nesse jogo que se pagam caro", rematou Bernardo Ribeiro.