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0Um dia depois do Sporting ‘acertar contas’ na Liga com o FC Porto e ‘dizer’ ao então segundo classificado ‘apanha-me se puderes’, a SAD enviou à CMVM o Relatório e Contas relativo aos primeiros seis meses do exercício 2020/21. É caso para dizer que estamos perante contas e contas. As da Liga são ótimas e colocam o Sporting em contagem decrescente para o título, com 9 pontos de vantagem sobre o Sp. Braga e 10 sobre o FC Porto (o Benfica já nem interessa a que distância está). As da SAD, como seria de esperar, têm os indicadores no vermelho, desde logo porque o resultado operacional é negativo em quase 7 milhões ou porque o Capital Próprio está agora negativo em 17,4 milhões, quando no fecho das contas 19/20 apresentava ‘apenas’ -9,9 milhões.
As contas da Liga são mais fáceis de controlar porque dependem maioritariamente das capacidades da equipa em cada jogo, e só faltam 13 desafios. Já as da SAD estão ligadas a uma série de fatores aleatórios e incontroláveis, como sejam os ‘apetites’ do mercado no próximo verão, a posição (ranking) na qual o Sporting entrará na Liga dos Campeões (cada posição, de 1 a 32, vale 1,1 milhões) ou a possibilidade de ter ou não restrições ao número de espectadores no estádio, logo a partir de agosto. Portanto, é fácil perceber que melhorar os registos contabilísticos não depende apenas do querer.
Escrevi aqui no início da época que a SAD tinha, em relação às contas, dois caminhos: transferir um ou dois jogadores em janeiro para as manter no positivo; aceitar resultados negativos, não vender, e apostar tudo no lado desportivo. A decisão levou-nos para a segunda opção. Sinceramente, também seria a minha, porque, como já escrevi várias vezes, nesta atividade serão sempre os resultados desportivos a catapultar os financeiros, enquanto a aposta forte pelo lado financeiro, como os apologistas da venda da SAD a investidores externos preconizam, nada garante e pode resultar, sim, numa enorme dor de cabeça (veja-se o caso do Benfica 20/21 que, com o maior investimento de sempre, já assume, pela voz do seu presidente, como fundamental chegar ao 2º lugar, posição para a qual está com quatro pontos).
Posto isto, dizer que os resultados do primeiro semestre do exercício 20/21 estão em linha com aquilo que esperava, depois de a equipa ter sido eliminada na Liga Europa.
Ainda assim, e quem ler apenas os ‘highlights’ do ReC (destaques de abertura), sem de seguida, por preguiça ou iliteracia financeira, não avançar para a análise a cada uma das rúbricas, fica com a ideia de ter a SAD conseguido um semestre de grande performance a nível de contas. Só que nada disso sucedeu. E aqui faço o primeiro reparo ao que está escrito: discordo que os 6,9 milhões de resultado negativo se devam antes de mais à pandemia. É certo que a ausência de público no estádio pode representar de forma direta a perda de 7 milhões em bilhética mais 1,3 milhões na Loja Verde (compara com valores do 1º semestre 19/20, quando não existia a pandemia), só que também é verdade que em direitos de TV a SAD arrecadou neste semestre de 20/21 de forma extraordinária, devido à Covid-19, mais 4,235 milhões de euros, ao que se deve juntar a poupança em custos de organização de jogos na ordem dos 1,7 milhões. Logo, sem pandemia a SAD teoricamente arrecadaria mais 8,3 milhões, mas deixava ao mesmo tempo de receber 4,235 de TV e não pouparia 1,7 em custos de organização. O ‘preço’ da pandemia pode assim aceitar-se se assumido em torno dos 2,5 milhões, bem longe, portanto, de anular o prejuízo de 6,9 M registados neste exercício. O que justifica estes números é sem dúvida o fator Liga Europa, que há um ano, neste mesmo período, rendeu ao Sporting 8,591. Mesmo que fossem gastos, entre deslocações e estadias para esses jogos, cerca de 1,5 milhões (e não chegaria a tanto), a SAD ainda conseguiria obter resultados fora do vermelho.
Bem sei que este tipo de documento é sempre escrito, em qualquer empresa, de forma tendenciosa, tentando disfarçar/desculpar maus resultados e destacando virtudes que por vezes nem existem. É a parte da propaganda, aquela à qual sou mais alérgico, porque prefiro uma verdade, mesmo que doa, a uma mentira que no futuro tenha consequências mais graves.
Não havia necessidade, por exemplo, de ‘desculpar’ neste ReC a eliminação da fase de grupos da Liga Europa com o Covid-19. Porque as coisas não se relacionam dessa forma direta. Claro que o atual 1º lugar da equipa leva um bom número de Sócios a ignorar a realidade e aceitar o ‘quadro virtual’ descrito no documento. Mas haja memória: o primeiro jogo da época ocorreu no dia 24 de setembro, já depois de 9 dos nossos jogadores terem testado positivo à Covid-19. Nessa noite, a vitória frente ao Aberdeen foi obtida com o seguinte onze: Adán; Neto, Coates e Feddal; Porro, Matheus Nunes, Wendel e Nuno Mendes; Tiago Tomás, Jovane e Vietto. Três dias depois, o mesmo onze venceu em Paços de Ferreira, por 2-0. E quatro dias depois, já com Nuno Santos no lugar de Jovane, perdeu 1-4 com o Lask. E três dias depois, já com Pedro Gonçalves no lugar de Wendel (entretanto transferido para o Zenit), venceu 2-0 em Portimão. As alterações ocorridas daí em diante prenderam-se com a chegada de João Mário por empréstimo (5 de outubro) e com a inclusão de Palhinha, por troca com Matheus Nunes. Frente ao Lask foi uma noite má, desinspirada, tal como ocorreu meses depois no Funchal, em jogo da Taça de Portugal frente ao Marítimo. Não vale a pena procurar desculpas onde elas não existem. Uma noite má custou uns bons milhões; outra noite má custou a possibilidade de discutir a Taça de Portugal. Simples, sem desculpas.
Outro dado em que não posso concordar com os ‘highlights’ deste ReC é aquele onde, com recurso a gráfico, tenta demonstrar que o Capital Negativo de 17,4 M nem é mau porque no final de 18/19 esta rúbrica cifrava-se nos 23,6 M. Em rigor, isso é verdade, mas omite que os capitais próprios negativos há um ano (final de 19/20) eram de apenas 9,9M. Logo, a situação não melhorou, deteriorou-se em 7,5 milhões.
Muitas vezes, as análises financeiras não passam de análises políticas. São feitas de acordo com os interesses do momento. Creio que todos se lembrarão do drama público feito por Artur Torres Pereira, na primeira intervenção como presidente da Comissão de Gestão, ao anunciar que a SAD estava em “falência técnica, com capitais próprios negativos em 9 milhões” (‘por acaso’ eram 13,3M). Naquele momento interessava, sobretudo, ‘derreter’ a gestão da administração anterior, nem que para isso se utilizassem argumentos ridículos, como este atrás referido. Então agora, com capitais próprios negativos nos 17,4M não há qualquer drama? Claro que não. Como não havia em 2018. Porquê? Porque falamos de uma SAD com facilidade de a qualquer momento transferir um ativo capaz de anular esse ‘capital próprio negativo’.
Como todos ainda devem lembrar-se que para Luís Marques, também ele da Comissão de Gestão, em 2018 “a situação era calamitosa”, porque o Sporting devia 40 milhões a fornecedores, sobretudo agentes e clubes (até foi manchete do Correio da Manhã). E por outro lado existia um déficit na ordem dos 20 milhões entre receitas e despesas correntes. Ora, hoje, só a dívida corrente (para pagar no prazo de um ano) a fornecedores ultrapassa os 60 milhões (mais 50% do que em 2018). Ora hoje, o déficit entre receitas e despesas correntes está nos 13,5 milhões (em seis meses). Sobre isso, Luís Marques... nada. Sublinha, isso sim, que a entrada na Liga dos Campeões dará a “estabilidade necessária”. Não, Luís Marques, a entrada na Champions dá para, provavelmente, anular o prejuízo corrente do exercício 20/21. Mas se nada for feito em 21/22 o problema voltará a surgir. E repito: há aqui algum drama? Nenhum. Porque o mundo do futebol é demasiado interdependente. Todos precisam de todos e por isso negociar o adiamento do pagamento de determinada dívida é apenas ‘mais um dia no escritório’. Existem autênticas contas correntes entre clubes e entre clubes e agentes, umas vezes a dívida é maior, noutras é menor. Mas é assim que se faz nesta atividade.
Outro exemplo das análises políticas surgirem ao sabor dos interesses: atualmente, o Benfica é o alvo preferido de jornais e TV’s (tão agradável...), tudo servindo para tentar amplificar a crise (tal como sucedeu com o Sporting em 2018). Na segunda-feira, o Correio da Manhã (para não variar) escrevia que o Benfica não estava a respeitar uma das indicações da UEFA relativamente ao fair-play financeiro, porque os custos com pessoal ultrapassavam os 70% das receitas correntes, percentagem tida como limite, e cifravam-se nos 92%. Sabem qual o rácio do Sporting neste mesmo parâmetro, segundo o ReC dos primeiros seis meses desta época? É de 90%. Tanto numa SAD como noutra, é natural que isto esteja a acontecer. Porque uma contava com as verbas da Champions e a outra contava com o dinheiro da Liga Europa. Ao falharem nesses objetivos, e já com os contratos assinados com jogadores e treinadores, seria natural tal derrapagem. A qual pode ser, de um ano para o outro, facilmente corrigida.
Em conclusão: a saúde económica e financeira do Sporting está, neste momento e de forma factual, pior do que no final do exercício 2017/18 (mais 9 milhões de passivo; capitais próprios negativos em mais 4 milhões). Mas é um cenário reversível a médio prazo, logo não existem aqui razões para levar qualquer sportinguista a perder o sono. Portanto, se agora é assim, em 2018 também assim o era. Por isso, todos os que fizeram ‘política’ com a manipulação do significado dos números e que hoje, já de forma responsável, nada criticam, deviam corar de vergonha pelo papel a que se prestaram há três anos. E aqui inclui-se também Francisco Zenha, atual administrador da SAD que, por exemplo, muito se queixou da herança recebida e por este Relatório e Contas fica a saber-se que, no mínimo, deixará de herança à futura administração (que até pode ser a mesma) 180 milhões de euros em dívidas: passivo não corrente (a pagar depois de dezembro de 2021) nos 142M; transferência de Paulinho com 12 milhões a pagar em datas posteriores a 2021; empréstimo obrigacionista de novembro será pago com recurso a outro, no mínimo de igual valor (26M).
No seu site oficial, emblema verde e branco explica, esta sexta-feira, dia 3 de janeiro, os motivos pelos quais tomou esta decisão
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0O Sporting anunciou, através de uma nota publicada no seu site, esta sexta-feira, dia 3 de janeiro, que o Museu foi encerrado para obras de remodelação. A modernização do Estádio José Alvalade e a Nova Era 2.0 continua em marcha e as remodelações anunciadas recentemente estão a avançar.
“Algumas zonas do estádio irão ser intervencionadas para que, no início da época 2025/2026, os sócios e adeptos possam já vivenciar toda uma nova experiência de hospitalidade num renovado Estádio José Alvalade", começam por detalhar os verdes e brancos.
Recorde-se que, aquando do anúncio da recompra do espaço comercial conhecido por Alvaláxia, em setembro do ano passado ano de 2024 e aprovado pelos sócios em Assembleia Geral no mês seguinte, o emblema verde e branco anunciou a intenção de realocar o Museu neste espaço.
"Uma das primeiras áreas afetadas por estas obras será o Piso 1 Poente, onde se localiza atualmente o Museu Sporting, que será alvo de uma grande remodelação tendo em vista a criação de um conceito único e inovador a ser apresentado em breve", revelam os leões.
"O Stadium Tour mantém-se e convidamos todos os Sócios e adeptos, que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer por dentro o Estádio José Alvalade, a virem visitar-nos das 11h00 às 17h00, de terça-feira a domingo (incluindo feriados)", acrescentam.
Veja a publicação do Sporting:
Com três passagens pelo Clube do coração, despediu-se dos relvados em Alvalade um dos melhores jogadores portugueses das últimas décadas
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0Nani é o eleito da Redação Leonino para o Prémio Carreira. Aos 38 anos de idade, o antigo capitão do Sporting decidiu recentemente colocar fim a uma longa e triunfante carreira no mundo do futebol, onde jogou durante quase 20 anos ao mais alto nível.
Foi a 10 de agosto de 2005, frente à Udinese, que Nani se estreou como sénior, na altura com 19 anos. Lançado por José Peseiro, o internacional luso entrou aos 72 minutos da partida da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, para o lugar de Custódio.
Dois anos depois, Nani viria a ser contratado pelo Manchester United, em 2007, por cerca de 25,5 milhões de euros, tendo jogado sete épocas no clube de Inglaterra, até 2014. Pelos "red devils", venceu uma Liga dos Campeões, um Mundial de Clubes, quatro vezes a Premier League, quatro vezes a Supertaça inglesa e duas vezes a Taça da Liga inglesa.
Após épocas de grande protagonismo em terras de Sua Majestade, retornou a Alvalade, onde chegou por empréstimo e como reforço de proa para a equipa orientada por Marco Silva (2014/15), antes de ressurgir novamente de verde e branco, em definitivo, onde apenas permaneceu pouco mais de meia época em 2018/19.
Nani atuou assim em três momentos distintos pelo clube do Coração. No total, pela equipa principal do Sporting, o craque fez 141 jogos, marcou 33 golos e fez 24 assistências, além de ter conquistado três Taças de Portugal (2006/07, 2014/15, 2018/19) e uma Taça da Liga (2018/19). Além de leões e 'red devils, Nani atuou ainda no Fenerbahçe (Turquia), Valência (Espanha), Lazio (Itália), Orlando City (EUA), Venezia (Itália), Melbourne Victory (Austrália), Adana Demirspor (Turquia) e, finalmente, Estrela da Amadora.
O extremo foi ainda 112 vezes internacional A por Portugal (24 golos), conquistando, inclusive, o Campeonato da Europa de 2016, Na final, realizada no Stade de France, diante dos gauleses, Nani "herdou" a braçadeira de Capitão, após a lesão de Cristiano Ronaldo nos minutos iniciais.
Quis o destino que a última vez que Nani entrasse em campo como jogador profissional fosse no sítio onde tudo começou: Alvalade. A 1 de novembro de 2024, o extremo atuou 38 minutos na derrota do emblema da Reboleira frente aos leões (5-1), num jogo onde foi recebido com uma monumental ovação por parte dos adeptos Sportinguistas. O encontro no reduto verde e branco foi mesmo o último da carreira de um dos melhores jogadores portugueses das últimas décadas.
Cronista não se poupou nas palavras dirigidas ao antigo técnico do Clube de Alvalade; Na estreia de Rui Borges, os leões triunfaram
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0Luís Avelãs criticou recentemente o mau momento que os leões atravessaram nas últimas semanas e deixou duras críticas na direção no antigo treinador do Clube de Alvalade. Ainda antes da saída do treinador do Sporting, o jornalista apontou diversas falhas ao antecessor de Rui Borges.
"Há várias razões, como a falta de sorte em certos momentos (destaque para a bola à trave perto do fim), mas é evidente que a saída de Ruben Amorim mexeu com a confiança coletiva. E para tornar tudo ainda mais complicado, João Pereira não dá sinais de ser capaz de alterar o rumo dos acontecimentos", começou por escrever.
"Não acerta no onze; as substituições pouco ajudam; sempre que fala – antes ou depois dos jogos – não consegue transmitir uma mensagem forte e o grupo está à deriva. Depois de tecer rasgados elogios a João Pereira na sua apresentação – seja estranho, tão pouco tempo volvido, optar por interromper a ligação".
"Confiar no processo será a atitude mais coerente, mas como conseguirá fazer frente aos maus resultados e ao descontentamento generalizado entre as hostes leoninas? O facto de ter marcado primeiro não deveria ter serenado os leões? Sim, mas a jogar com pouca confiança os jogadores estão sempre mais perto de errar. E quando a onda é negra, os erros custam caro", afirmou na altura.
Certo é que, com a chegada de Rui Borges, os leões venceram o Benfica por 1-0. O Clube de Alvalade volta a entrar em campo na próxima sexta-feira, dia 3 de janeiro, frente ao Vitória de Guimarães, ex equipa do novo técnico leonino. O encontro da 17.ª jornada da Liga Portugal Betclic diante da turma liderada por Daniel Sousa jogar-se-á às 20h15, no Estádio D. Afonso Henriques.