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Efemérides

Carlos Lopes e o ouro mundial que revolucionou o desporto português e o Sporting

Há exatamente 49 anos, em 1976, o atleta leonino fez história ao conquistar o Campeonato Mundial de Corta-Mato, impondo-se no País de Gales

Há exatamente 49 anos, a 28 de fevereiro de 1976, Carlos Lopes, atleta do Sporting, sagrou-se campeão do mundo de Corta-Mato
Há exatamente 49 anos, a 28 de fevereiro de 1976, Carlos Lopes, atleta do Sporting, sagrou-se campeão do mundo de Corta-Mato

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Há exatamente 49 anos, a 28 de fevereiro de 1976, Carlos Lopes fez história ao conquistar o Campeonato Mundial de Corta-Mato em Chepstow, País de Gales, marcando uma grande vitória para o desporto português. O seu triunfo foi muito importante, refletindo também a transformação política que o país vivia após o 25 de abril. Lopes, que competia pelo Sporting desde 1967, estava determinado a provar o seu valor no cenário internacional.


O atleta português surpreendeu o mundo ao vencer com uma enorme confiança, ao deixar o britânico Tony Simmons a mais de 100 metros de distância. Simmons, ao saber que a vitória foi de um português, reagiu de forma desdenhosa, dizendo "não o conheço", apesar de ter sido derrotado por Lopes semanas antes, em San Sebastián. 


O sucesso de Carlos Lopes não foi acidental. Sob a orientação do treinador Moniz Pereira, o atleta seguiu uma preparação rigorosa, competindo em provas internacionais antes do grande evento, como os Croses de Chartres e Lazarte. A estratégia de Moniz Pereira para o Mundial era simples: manter o ritmo forte e não deixar escapar os favoritos. Lopes não só seguiu essa tática, como a superou com uma corrida impressionante, isolando-se na frente e vencendo com facilidade.


A sua vitória foi celebrada por milhões ao redor do mundo, com cerca de 200 milhões de telespectadores acompanhando a corrida. No hipódromo de Chepstow, a bandeira portuguesa subiu ao som da "Portuguesa", numa cerimónia marcada pela entrega da medalha de ouro pelo Duque de Lancaster. A vitória de Lopes simbolizou um feito extraordinário para o desporto nacional, colocando Portugal no centro das atenções internacionais.

De volta à pátria, Carlos Lopes foi recebido como herói, e a sua conquista gerou um imenso orgulho na nação. Apesar de algumas críticas ao investimento no atletismo, o feito de Lopes foi incontestável. O próprio Fernando Mamede, que competiu no evento e terminou em 80º lugar, revelou que, ao ver o atleta leonino a vencer, só lhe apetecia abandonar a corrida e ir abraçá-lo


O impacto da vitória foi notável, não apenas no atletismo, mas também na sociedade portuguesa. Um jornal galês chegou a associar a vitória de Lopes e de Carmen Valero, que venceu a prova feminina, à libertação da Península Ibérica, sugerindo que este triunfo refletia o fim das ditaduras em Portugal e Espanha. Assim, a vitória de Lopes tornou-se um símbolo da mudança e do renascimento do país.


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Jimmy Hagan: O inglês que trouxe disciplinar e rigor para o Sporting

Conhecido por ser muito astuto, o técnico inglês chegou a Alvalade em 1976 e deixou uma marca na história do Clube, apesar de uma passagem breve

O técnico inglês, Jimmy Hagan, passou apenas uma época pelo Sporting, mas foi o suficiente para deixar a sua marca
O técnico inglês, Jimmy Hagan, passou apenas uma época pelo Sporting, mas foi o suficiente para deixar a sua marca

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Jimmy Hagan, ex-jogador e treinador britânico conhecido pelo seu perfil disciplinador, chegou ao Sporting no verão de 1976, no mesmo ano que nasceu o leão João Vieira, contratado pelo presidente João Rocha. Com um histórico de sucessos em Portugal, incluindo um tricampeonato pelo Benfica. Enquanto jogador, passou uma época pelo Liverpool, cinco pelo Derby County e umas longas vinte temporadas pelo Sheffield United. Ao todo, esteve presente em mais de 200 jogos oficiais e marcou 58 golos.


A estreia como treinador do conjunto verde e branco não podia ter sido melhor, com um triunfo por 3-0 sobre o Benfica na primeira jornada do campeonato. Sob o comando de Hagan, os leões mostraram grande consistência nos primeiros meses, vencendo 11 dos primeiros 12 jogos e assumindo a liderança isolada. Com Keita como uma das estrelas da equipa, os adeptos acreditavam que o título estava ao alcance.


No entanto, a segunda metade da temporada revelou-se um desafio. A equipa começou a perder pontos inesperadamente, permitindo a aproximação dos rivais. O Sporting acabou por terminar a prova a nove pontos do Benfica, vendo o título escapar e falhando também a conquista da Taça de Portugal.


Conhecido pelo seu estilo rigoroso e pela exigência física imposta aos jogadores, Hagan era um treinador de poucas palavras e ainda menos concessões. A sua postura gerou algumas tensões dentro do clube e, no final da época, João Rocha decidiu não renovar o seu contrato. O presidente chegou mesmo a propor que Hagan permanecesse como preparador físico do novo treinador, Paulo Emílio, algo que o inglês recusou.

Após a saída de Alvalade, Hagan continuou a sua carreira em Portugal, treinando clubes como Boavista, Vitória de Setúbal e Belenenses. No Boavista, conquistou uma Taça de Portugal, curiosamente numa final contra o Sporting. Mais tarde, regressou ao Estoril, clube onde já tinha feito história ao levá-lo da terceira à primeira divisão.


Apesar da sua curta passagem pelo Sporting, Jimmy Hagan deixou a sua marca como um treinador de princípios rígidos e uma dedicação inegável ao trabalho. O inglês permaneceu em Portugal até ao final da sua vida, desfrutando do clima e da tranquilidade da linha de Cascais, onde viveu até falecer a 26 de fevereiro de 1998, há exatamente 27 anos. 



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Hugo Sarmento: O extremo que marcou uma era no Sporting

Figura marcante do Clube leonino nos anos 50 e 60 brilhou como extremo-direito e ajudou os leões a conquistarem títulos históricos

Durante dez temporadas ao serviço dos leões, Hugo Sarmento partilhou plantel com José Travassos e foi presença regular no ataque leonino
Durante dez temporadas ao serviço dos leões, Hugo Sarmento partilhou plantel com José Travassos e foi presença regular no ataque leonino

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Hugo Dias Sarmento nasceu a 25 de fevereiro de 1933 e desde cedo mostrou talento para o futebol, pelo que iniciou a sua carreira no Estrela de Vendas Novas antes de chamar à atenção do Sporting, que o contratou no verão de 1953. Chegou a Alvalade para treinar, mas rapidamente se impôs como uma peça-chave da equipa leonina.


Na sua primeira temporada, tornou-se titular indiscutível na posição de extremo-direito, ajudando o Sporting a conquistar o seu primeiro tetracampeonato nacional e a Taça de Portugal. Sarmento destacava-se pela velocidade, técnica e faro de golo, sendo apelidado de “menino bonito” da equipa. A 25 de outubro de 1953, marcou o seu primeiro golo com a Listada verde e branca numa goleada por 9-0 frente ao Lusitano de Évora.


A 4 de setembro de 1955, foi um dos jogadores que participaram no primeiro jogo da Taça dos Campeões Europeus, frente ao Partizan de Belgrado. Mais tarde, a 23 de dezembro de 1956, marcou o único golo do primeiro Dérbi Sporting - Benfica no novo Estádio de Alvalade. Voltou a sagrar-se campeão nacional em 1957/58 e 1961/62, tendo marcado um dos golos na vitória decisiva frente ao Benfica por 3-1.


Durante 10 temporadas ao serviço dos leões, Sarmento partilhou plantel com José Travassos e foi presença regular no ataque leonino, com exceção de dois momentos: em 1955/56, quando Rocha assumiu a titularidade, e na sua última época, 1962/63, quando o brasileiro Augusto passou a ser a principal opção. Mesmo assim, teve um papel importante na conquista da Taça de Portugal dessa temporada, a última grande vitória antes da sua saída.

Ao longo da sua passagem por Alvalade, Hugo Sarmento disputou 210 jogos oficiais e marcou 53 golos pelo Sporting. Em 1958/59, foi mesmo o melhor marcador da equipa com 13 golos. Acabou por deixar o clube em 1963, aos 30 anos, para representar o Sporting da Covilhã, seguindo depois para Torres Novas e Entroncamento, onde acumulou funções de jogador e treinador até aos 40 anos.


Após pendurar as chuteiras, manteve-se ligado ao Clube leonino. Na época de 1972/73, integrou o departamento de formação, orientando os jogadores mais jovens e contribuindo para o desenvolvimento de futuras gerações leoninas. O amor pelo futebol e pelo Sporting acompanhou-o até ao fim da vida. Acabou por morrer a 13 de maio de 1994.


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Velocidade, técnica e golos: a carreira de João Cruz no Sporting

Extremo veloz e talentoso, destacou-se no Sporting durante 11 épocas, conquistando títulos e marcando 145 golos, tornando-se uma lenda leonina

João Cruz foi uma figura essencial do ataque do Sporting, onde brilhou durante os anos 30 e 40, vencendo vários troféus
João Cruz foi uma figura essencial do ataque do Sporting, onde brilhou durante os anos 30 e 40, vencendo vários troféus

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Nascido em Évora a 31 de outubro de 1915, João Pedro Cruz destacou-se no Vitória de Setúbal antes de chegar ao Sporting em 1936. Apesar da baixa estatura (1,65 m), possuía uma velocidade impressionante, um drible refinado e um poderoso remate, características que rapidamente o tornaram peça fundamental na equipa.


A estreia com a camisola verde e branca aconteceu a 11 de outubro de 1936, num empate a dois frente ao Carcavelinhos. Na semana seguinte, confirmou o seu talento ao marcar um golo na vitória por 5-0 sobre o Benfica. Desde então, tornou-se um dos jogadores mais influentes da equipa, formando com Mourão, Soeiro, Peyroteo e Pireza um dos quintetos ofensivos mais temidos da época.


Ao longo da carreira, conquistou três Campeonatos Nacionais, duas Taças de Portugal e oito Campeonatos de Lisboa. A sua capacidade goleadora era invulgar para um extremo, tendo sido o segundo melhor marcador da equipa em várias épocas, apenas atrás de Peyroteo. A temporada de 1942/43 foi a sua melhor, com Joseph Szabo no comando técnico, o jogador terminou a época com 29 golos em 30 jogos. Nesse ano, protagonizou um momento inesquecível ao assumir a baliza do Sporting num jogo frente ao Benfica, após a lesão do guarda-redes João Azevedo, conseguindo manter a baliza inviolável durante 38 minutos.


Uma das suas maiores exibições ocorreu a 22 de junho de 1941, na final da Taça de Portugal contra o Belenenses, onde marcou três dos quatro golos da vitória leonina. Foi um dos momentos mais marcantes da sua carreira e da história do clube.

Com a chegada de Albano ao Sporting em 1943, passou a atuar noutras posições no ataque, perdendo algum protagonismo. Ainda assim, manteve-se como uma peça importante da equipa até à temporada de 1946/47, quando realizou os seus últimos jogos oficiais. Despediu-se do clube com uma homenagem especial em janeiro de 1948, num jogo frente ao Benfica, que terminou com uma vitória leonina por 4-1.


Foi também internacional português por 10 ocasiões, marcando três golos, dois dos quais na sua estreia contra a Hungria em 1938. Após terminar a carreira, rumou a Angola, onde jogou e treinou o Sporting de Luanda, tendo mais tarde regressado a Portugal.

João Cruz faleceu a 7 de julho de 1981, com 65 anos, deixando um legado imortal no futebol português, tendo jogado 277 encontros com a listada verde e branca e marcado 145 golos. A sua velocidade, técnica e instinto goleador fizeram dele um dos melhores extremos da história do Sporting, sendo ainda hoje lembrado como um dos grandes símbolos do clube.


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Campeão discreto do Sporting: A incrível carreira de Dionísio Castro
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