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Histórias do Leão

Joel Pascoal: Contra Almirante e desportista que foi Presidente do Sporting

Antigo dirigente dos leões exerceu funções entre março de 1962 e maio do ano seguinte e esteve ligado ao 15.º título de campeão nacional

Joel Pascoal foi Presidente do Sporting. Antes disso, foi desportista e ao longo da sua vida ainda foi Contra-Almirante da Marinha portuguesa
Joel Pascoal foi Presidente do Sporting. Antes disso, foi desportista e ao longo da sua vida ainda foi Contra-Almirante da Marinha portuguesa

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​Joel Azevedo da Silva Pascoal (27 de janeiro de 1899 – 10 de novembro de 1978) foi um distinto militar, desportista e dirigente desportivo. Natural de Lisboa, tornou-se sócio do Sporting a 21 de outubro de 1920 e ficou em evidência desde cedo, a sua paixão pelo desporto e, acima de tudo, pelo Clube.


Amor pelo Sporting traduziu-se na chegada à Presidência


Como desportista, praticou diversas modalidades, incluindo vela, esgrima, ginástica, remo e ténis, envolvendo-se cada vez mais no emblema de Alvalade, de tal forma que, já numa idade mais avançada, iniciou funções como dirigente no mesmo.


Na época 1940/41, integrou a Direção de Joaquim Oliveira Duarte, como Vogal, e na que se sucedeu foi eleito 1.º Secretário da Mesa da Assembleia Geral, presidida por Campos Figueira. Fez, ainda, parte do Conselho Geral em várias ocasiões.

A 26 de fevereiro de 1962, durante uma Assembleia-Geral, foi nomeado Presidente do Sporting e tomou posse a 19 de março do mesmo ano. O seu mandato, que se estendeu até 10 de maio de 1963, ficou marcado pela conquista do 15.º título de campeão nacional de futebol do Clube.


A vida depois do emblema de Alvalade

Para além do seu papel no Sporting, Pascoal teve uma carreira distinta na Marinha portuguesa e alcançou o posto de Contra-Almirante. Durante o período em que serviu em Moçambique, assumiu a presidência do Sporting Clube de Lourenço Marques e ainda chegou a presidir a Associação de Futebol de Lisboa e a Federação Portuguesa de Natação.

Em junho de 1969​, idealizou e fundou o Grupo 'Os Cinquentenários', um "agrupamento que integra um universo sócio-desportivo em que o Sporting é Mátria incontestável". Para fazerem parte, os interessados tinham de apresentar uma credencial única com mais de meio século de associativismo continuado no seio da família Sportinguista.

Joel Pascoal morreu a 10 de novembro de 1978, aos 79 anos, sendo na altura o sócio número 28 do Sporting. Oito anos antes, havia sido distinguido com o Prémio Stromp, na categoria Dedicação, sendo recordado pelo serviço ao desporto e ao Clube que tanto amou.​


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Marinho Peres: internacional brasileiro que levou o Sporting às meias da Taça UEFA

Técnico brasileiro chegou ao Sporting na Presidência de Sousa Cintra, mas não teve o sucesso desejado, acabando substituído pelo seu adjunto

Marinho Peres foi treinador do Sporting por duas temporadas, tendo levado os leões às meias-finais da Taça UEFA
Marinho Peres foi treinador do Sporting por duas temporadas, tendo levado os leões às meias-finais da Taça UEFA

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Marinho Peres (1947 – 2023) nasceu a 19 de março de 1947, no Brasil, tendo falecido em setembro de 2023, teve uma carreira notável enquanto futebolista, chegando a representar o Barcelona e sendo internacional pelo seu país. No Sporting, foi treinador principal por duas temporadas, com destaque para a chegada às meias-finais da Taça UEFA.


Marinho Peres: colega de Pelé e Cruyff com passagens pelo Santos e Barcelona


A carreira de Marinho Peres como futebolista começou no Brasil. Após vários anos ao serviço do São Bento e da Portuguesa, o defesa-central mudou-se para o Santos, em 1973, onde esteve por duas temporadas, tendo realizado 74 encontros, nos quais apontou cinco golos.


Nos dois anos em que representou o histórico emblema brasileiro, Marinho Peres dividiu balneário com Pelé, nome mítico do futebol mundial, isto antes de rumar ao Barcelona, onde haveria de ser colega de outra lenda do desporto rei, Johan Cruyff. Na sua estadia nos culés, que durou apenas ano e meio por problemas burocráticos, o central realizou 29 encontros e marcou quatro golos. No regresso ao Brasil, onde haveria de terminar a carreira, Marinho Peres representou emblemas como o Internacional Galícia, Palmeiras e América.

Nota ainda para as 12 internacionalizações pelo Brasil, com a estreia a acontecer num amigável diante do Peru, que terminou com goleada dos canarinhos, por 4-0, com golos de Rivellino (10’), Gerson (35’), Tostão (37’) e Jairzinho (52’). O único tento que Marinho Peres marcou pela Seleção aconteceu num triunfo diante do Paraguai, por 2-0, num encontro de cariz amigável.


Sousa Cintra fez regressar Marinho Peres a Portugal para orientar o Sporting

Após a sua carreira de futebolista, Marinho Peres tornou-se treinador. Em Portugal, o brasileiro começou por orientar o Vitória de Guimarães, levando os minhotos a um histórico terceiro lugar na temporada 1986/87. No ano seguinte, mudou-se para o Belenenses onde voltou a repetir a ‘gracinha’ e levou os lisboetas ao lugar mais baixo do pódio.

Em 1988, Marinho Peres regressou ao Brasil para treinar o Santos e o regresso a Portugal estava destinado, sendo que o Sporting foi a porta de entrada. Em 1990, Sousa Cintra, então Presidente dos leões, contratou o técnico brasileiro, que gozava de um enorme prestígio internacional.

Na temporada de 1990/91, Marinho Peres teve uma temporada agridoce no Sporting. No Campeonato Nacional, os verdes e brancos terminaram no terceiro lugar, com 56 pontos, atrás do Porto (67) e do Benfica (69). Na Taça de Portugal, os leões foram eliminados nos oitavos-de-final pelo Boavista.

Sonho europeu de Marinho Peres no Sporting terminou aos pés do Inter

Todavia, nas competições europeias, o Sporting de Marinho Peres - que disse das boas a Balakov - brilhou. Na Taça UEFA, os leões deixaram pelo caminho os belgas do Mechelen (3-2, primeira eliminatória), os romenos do Timisoara (7-2, segunda eliminatória), os neerlandeses do Vitesse (4-1, terceira eliminatória) e os italianos do Bolonha (3-1, quartos-de-final).

Nas meias-finais, o Sporting acabaria por ser eliminado pelo Inter. Após um empate a zero no Estádio José Alvalade, a turma de Marinho Peres haveria de ser derrotada, por 2-0, no reduto dos italianos que conquistariam, a competição, com golos de Lothar Matthäus (15’) e Jürgen Klinsmann (35’).

Na temporada seguinte, Marinho Peres seria despedido de técnico do Sporting após um empate, a uma bola, no reduto do Salgueiros, isto já depois da eliminação da Taça de Portugal diante do Porto e com os verdes e brancos bem longe do primeiro lugar do campeonato, que seria conquistado pelos dragões. O substituto foi o seu adjunto, António Domínguez.

Até final da carreira enquanto técnico, Marinho Peres orientou, ainda, emblemas como o Vitória de Guimarães, Botafogo, Marítimo, Belenenses, Juventude ou ASA (Angola). Nota para o facto de ter sido distinguido com o Prémio Stromp, em 1991, na categoria de treinador.


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Manuel Nazareth: Paixão pelo Sporting que culminou na Presidência

Antigo dirigente, licenciado em Medicina, foi o responsável pelo período de transição que terminou com a eleição de João Rocha, 7 de Setembro de 1973

Manuel Henriques de Nazareth assumiu funções como Presidente do Sporting durante apenas cinco meses, até à eleição de João Rocha
Manuel Henriques de Nazareth assumiu funções como Presidente do Sporting durante apenas cinco meses, até à eleição de João Rocha

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Manuel Henriques de Nazareth, nascido a 10 de maio de 1911, em Moçambique, licenciou-se em Medicina e viria mesmo a ser o médico pessoal de António de Oliveira Salazar, durante mais de 20 anos, até à morte do ditador, em setembro de 1968. Admitido como sócio do Sporting a 18 de março de 1943, foi sempre conhecido pela sua paixão ao Clube que, um dia mais tarde, viria a dirigir.


Antes disso, em 1962, assumiu o cargo de Vice-Presidente para as Atividades Desportivas na direção de Joel Pascoal, sendo que um ano mais tarde assumiu funções como Vice-Presidente para as Relações Exteriores na lista liderada por Orlando Valadão Chagas. Após a renúncia deste dirigente poucos dias depois, a 4 de abril de 1973, Nazareth assumiu interinamente a Presidência do Sporting, conforme previsto nos estatutos do clube. ​


Apesar de ter liderado o emblema de Alvalade, Manuel Nazareth deixou sempre claro que não tinha ambições de exercer estas funções e, por esse motivo, manteve-se no cargo apenas até à eleição de João Rocha como Presidente, a 7 de Setembro de 1973.


Nestes cinco meses à frente do Sporting, a decisão mais impactante que tomou foi o despedimento do treinador inglês Ronnie Allen, que decidiu substituir por Mário Lino. Este último foi, assim, o grande responsável pela conquista da Taça de Portugal na temporada 1972/73.

A passagem de Manuel Nazareth pela Presidência do Sporting, embora breve, ajudou a que o Clube mantivesse a sua estabilidade e serviu para assegurar, acima de tudo, o funcionamento regular do mesmo até à eleição de uma nova liderança. Morreu aos 91 anos, a 7 de Março de 2003, e continua a ser lembrado pela sua dedicação aos leões.



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O dia em que o Sporting se despediu de Joseph Szabo, o treinador com mais vitórias no Clube

Técnico húngaro foi o responsável por uma grande revolução registada no futebol português e, em particular, no emblema de Alvalade

Joseph Szabo orientou o Sporting por 270 ocasiões e é, ainda hoje, reconhecido como um dos maiores treinadores que passou pelo Clube de Alvalade
Joseph Szabo orientou o Sporting por 270 ocasiões e é, ainda hoje, reconhecido como um dos maiores treinadores que passou pelo Clube de Alvalade

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O dia 17 de Março de 1973 foi de luto para o futebol mundial, mas principalmente para o SportingJoseph Szabo morrera aos 76 anos, no Lar de Jogadores dos leões, como sempre foi o seu desejo, e como legado deixava não só um recorde que permanece intacto até hoje, o de treinador com mais jogos e mais vitórias à frente do Clube de Alvalade, como também a revolução imposta no futebol português.


A chegada promissora a Portugal


Szabo foi um treinador de futebol húngaro, naturalizado português, que marcou uma era no futebol luso pouco depois de por cá ter 'aterrado', na década de 1930, para comandar o Porto. Trouxe consigo um conhecimento técnico avançado para a época, principalmente por cá, e a implementação de métodos de treino nunca antes visto fizeram crer, desde logo, que dele muito se poderia esperar


Em 1936, o Sporting garantiu a sua contratação ao Sporting de Braga e com ele ergueu três campeonatos nacionais, uma Taça de Portugal e seis campeonatos de Lisboa. Nomes como Jesus Correia e Peyroteo, figuras enormes na história do Sporting, foram contratadas precisamente sob a sua demanda, sendo assim conhecido como um dos principais responsáveis pela criação dos Cinco Violinos.

Joseph Szabo favorecia o futebol ofensivo e era visto, ainda, como o fisioterapeuta e massagista da equipa do Sporting, funções que o Clube, nesse momento, não tinha. A sua dedicação era tanta que o técnico orientava, também, as camadas mais jovens, bem como a equipa principal, e não tinha nunca um horário de saída, sendo que o mesmo era ditado pelo cumprimento das várias tarefas que tinha em mente todos os dias.


Saída conturbada que não apagou a paixão pelo Sporting

O timoneiro húngaro está intimamente ligado aos primeiros anos de ouro do Sporting, Clube que deixou pela primeira vez em 1945, ao terminar o campeonato em segundo lugar. Em maio de 1953 voltou a Alvalade, mas acabou suspenso, no ano seguinte, após ter dado uma entrevista polémica. A ligação entre as duas partes, apesar de beliscada nessa altura, foi reconstruída mais tarde.

Ao todo, Szabo orientou o Sporting em 270 jogos, estabilidade que ajudou a consolidar o emblema que hoje conhecemos. A paixão por Portugal e pelos leões transformou-se na sua naturalização e, também por isso, o técnico quis morrer em terras lusas. Até hoje, o seu nome é recordado com respeito e admiração por Sportinguistas - e não só.


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