
Receba, em primeira mão, as principais notícias do Leonino no seu WhatsApp!
Histórias do Leão
|
Marinho Peres (1947 – 2023) nasceu a 19 de março de 1947, no Brasil, tendo falecido em setembro de 2023, teve uma carreira notável enquanto futebolista, chegando a representar o Barcelona e sendo internacional pelo seu país. No Sporting, foi treinador principal por duas temporadas, com destaque para a chegada às meias-finais da Taça UEFA.
A carreira de Marinho Peres como futebolista começou no Brasil. Após vários anos ao serviço do São Bento e da Portuguesa, o defesa-central mudou-se para o Santos, em 1973, onde esteve por duas temporadas, tendo realizado 74 encontros, nos quais apontou cinco golos.
Nos dois anos em que representou o histórico emblema brasileiro, Marinho Peres dividiu balneário com Pelé, nome mítico do futebol mundial, isto antes de rumar ao Barcelona, onde haveria de ser colega de outra lenda do desporto rei, Johan Cruyff. Na sua estadia nos culés, que durou apenas ano e meio por problemas burocráticos, o central realizou 29 encontros e marcou quatro golos. No regresso ao Brasil, onde haveria de terminar a carreira, Marinho Peres representou emblemas como o Internacional Galícia, Palmeiras e América.
Nota ainda para as 12 internacionalizações pelo Brasil, com a estreia a acontecer num amigável diante do Peru, que terminou com goleada dos canarinhos, por 4-0, com golos de Rivellino (10’), Gerson (35’), Tostão (37’) e Jairzinho (52’). O único tento que Marinho Peres marcou pela Seleção aconteceu num triunfo diante do Paraguai, por 2-0, num encontro de cariz amigável.
Após a sua carreira de futebolista, Marinho Peres tornou-se treinador. Em Portugal, o brasileiro começou por orientar o Vitória de Guimarães, levando os minhotos a um histórico terceiro lugar na temporada 1986/87. No ano seguinte, mudou-se para o Belenenses onde voltou a repetir a ‘gracinha’ e levou os lisboetas ao lugar mais baixo do pódio.
Em 1988, Marinho Peres regressou ao Brasil para treinar o Santos e o regresso a Portugal estava destinado, sendo que o Sporting foi a porta de entrada. Em 1990, Sousa Cintra, então Presidente dos leões, contratou o técnico brasileiro, que gozava de um enorme prestígio internacional.
Na temporada de 1990/91, Marinho Peres teve uma temporada agridoce no Sporting. No Campeonato Nacional, os verdes e brancos terminaram no terceiro lugar, com 56 pontos, atrás do Porto (67) e do Benfica (69). Na Taça de Portugal, os leões foram eliminados nos oitavos-de-final pelo Boavista.
Todavia, nas competições europeias, o Sporting de Marinho Peres - que disse das boas a Balakov - brilhou. Na Taça UEFA, os leões deixaram pelo caminho os belgas do Mechelen (3-2, primeira eliminatória), os romenos do Timisoara (7-2, segunda eliminatória), os neerlandeses do Vitesse (4-1, terceira eliminatória) e os italianos do Bolonha (3-1, quartos-de-final).
Nas meias-finais, o Sporting acabaria por ser eliminado pelo Inter. Após um empate a zero no Estádio José Alvalade, a turma de Marinho Peres haveria de ser derrotada, por 2-0, no reduto dos italianos que conquistariam, a competição, com golos de Lothar Matthäus (15’) e Jürgen Klinsmann (35’).
Na temporada seguinte, Marinho Peres seria despedido de técnico do Sporting após um empate, a uma bola, no reduto do Salgueiros, isto já depois da eliminação da Taça de Portugal diante do Porto e com os verdes e brancos bem longe do primeiro lugar do campeonato, que seria conquistado pelos dragões. O substituto foi o seu adjunto, António Domínguez.
Até final da carreira enquanto técnico, Marinho Peres orientou, ainda, emblemas como o Vitória de Guimarães, Botafogo, Marítimo, Belenenses, Juventude ou ASA (Angola). Nota para o facto de ter sido distinguido com o Prémio Stromp, em 1991, na categoria de treinador.
Antigo dirigente, licenciado em Medicina, foi o responsável pelo período de transição que terminou com a eleição de João Rocha, 7 de Setembro de 1973
|
Manuel Henriques de Nazareth, nascido a 10 de maio de 1911, em Moçambique, licenciou-se em Medicina e viria mesmo a ser o médico pessoal de António de Oliveira Salazar, durante mais de 20 anos, até à morte do ditador, em setembro de 1968. Admitido como sócio do Sporting a 18 de março de 1943, foi sempre conhecido pela sua paixão ao Clube que, um dia mais tarde, viria a dirigir.
Antes disso, em 1962, assumiu o cargo de Vice-Presidente para as Atividades Desportivas na direção de Joel Pascoal, sendo que um ano mais tarde assumiu funções como Vice-Presidente para as Relações Exteriores na lista liderada por Orlando Valadão Chagas. Após a renúncia deste dirigente poucos dias depois, a 4 de abril de 1973, Nazareth assumiu interinamente a Presidência do Sporting, conforme previsto nos estatutos do clube.
Apesar de ter liderado o emblema de Alvalade, Manuel Nazareth deixou sempre claro que não tinha ambições de exercer estas funções e, por esse motivo, manteve-se no cargo apenas até à eleição de João Rocha como Presidente, a 7 de Setembro de 1973.
Nestes cinco meses à frente do Sporting, a decisão mais impactante que tomou foi o despedimento do treinador inglês Ronnie Allen, que decidiu substituir por Mário Lino. Este último foi, assim, o grande responsável pela conquista da Taça de Portugal na temporada 1972/73.
A passagem de Manuel Nazareth pela Presidência do Sporting, embora breve, ajudou a que o Clube mantivesse a sua estabilidade e serviu para assegurar, acima de tudo, o funcionamento regular do mesmo até à eleição de uma nova liderança. Morreu aos 91 anos, a 7 de Março de 2003, e continua a ser lembrado pela sua dedicação aos leões.
Técnico húngaro foi o responsável por uma grande revolução registada no futebol português e, em particular, no emblema de Alvalade
|
O dia 17 de Março de 1973 foi de luto para o futebol mundial, mas principalmente para o Sporting. Joseph Szabo morrera aos 76 anos, no Lar de Jogadores dos leões, como sempre foi o seu desejo, e como legado deixava não só um recorde que permanece intacto até hoje, o de treinador com mais jogos e mais vitórias à frente do Clube de Alvalade, como também a revolução imposta no futebol português.
Szabo foi um treinador de futebol húngaro, naturalizado português, que marcou uma era no futebol luso pouco depois de por cá ter 'aterrado', na década de 1930, para comandar o Porto. Trouxe consigo um conhecimento técnico avançado para a época, principalmente por cá, e a implementação de métodos de treino nunca antes visto fizeram crer, desde logo, que dele muito se poderia esperar
Em 1936, o Sporting garantiu a sua contratação ao Sporting de Braga e com ele ergueu três campeonatos nacionais, uma Taça de Portugal e seis campeonatos de Lisboa. Nomes como Jesus Correia e Peyroteo, figuras enormes na história do Sporting, foram contratadas precisamente sob a sua demanda, sendo assim conhecido como um dos principais responsáveis pela criação dos Cinco Violinos.
Joseph Szabo favorecia o futebol ofensivo e era visto, ainda, como o fisioterapeuta e massagista da equipa do Sporting, funções que o Clube, nesse momento, não tinha. A sua dedicação era tanta que o técnico orientava, também, as camadas mais jovens, bem como a equipa principal, e não tinha nunca um horário de saída, sendo que o mesmo era ditado pelo cumprimento das várias tarefas que tinha em mente todos os dias.
O timoneiro húngaro está intimamente ligado aos primeiros anos de ouro do Sporting, Clube que deixou pela primeira vez em 1945, ao terminar o campeonato em segundo lugar. Em maio de 1953 voltou a Alvalade, mas acabou suspenso, no ano seguinte, após ter dado uma entrevista polémica. A ligação entre as duas partes, apesar de beliscada nessa altura, foi reconstruída mais tarde.
Ao todo, Szabo orientou o Sporting em 270 jogos, estabilidade que ajudou a consolidar o emblema que hoje conhecemos. A paixão por Portugal e pelos leões transformou-se na sua naturalização e, também por isso, o técnico quis morrer em terras lusas. Até hoje, o seu nome é recordado com respeito e admiração por Sportinguistas - e não só.
Equipa lendária leonina que contava com estrelas como Carlos Lisboa. Sagrou-se campeão nacional de modalidade que teve a secção interrompida durante anos
|
A época 1981/82 do Basquetebol do Sporting, que não tinha começado de forma nada fácil, com a continuidade da secção em dúvida devido aos custos galopantes desta modalidade de alta competição, a que se juntava a crise económica que assolava Portugal, que chamou pouco depois a ajuda financeira do FMI.
Depois de uma 1ª fase do Campeonato Nacional muito complicada, onde existiram diversas derrotas, a 2ª fase correu muito melhor onde a duas derrotas iniciais tinham-se seguido 12 vitórias, e o Sporting partia para a fase final como favorito, depois de conquistar o 1º lugar e assim também o direito a disputar a fase final em casa, ou seja no velhinho Pavilhão de Alvalade.
No entanto, era necessário derrotar a formação do Porto, que tinha também uma equipa muito forte e um orçamento duas vezes mais elevado, o Barreirense, que de certa forma corria por fora, e ainda a equipa o Benfica, que com um orçamento três vezes superior ao do Sporting não tinha demonstrado em campo uma valia correspondente.
Na final four dessa edição do campeonato decorreu em dois fins de semana consecutivos (5 a 7 e 12 a 14 de Março de 1982), com jogos realizados nas 6ª, Sábados e Domingos. O primeiro fim de semana mostrou um Sporting soberano e superior aos adversários, isto apesar mesmo tendo perdido o jogo contra o Barreirense que era o menos favorito.
O jogo decisivo foi frente à equipa do Porto que revelou-se bastante equilibrado disputado por duas equipas que tinham muita qualidade e cujas armas conseguiram ferir o adversário. Do lado leonino destacaram-se nesta partida Mike Carter e Augusto Baganha, já Carlos Lisboa esteve abaixo do habitual.
O Sporting voltou a encontrar a formação do Porto na 6ª feira, dia 12 de Março de 1982. Desta feita, o triunfo foi clamoroso, traduzindo a superioridade verde e branca, e onde os leões foram dormir confiantes. Bastava agora vencer o Barreirense para assegurar o bicampeonato, algo que viria mesmo a acontecer.