summary_large_image
BRUNO, O LÍDER
Quem é hoje a grande referência do clube? Quem manda hoje no Sporting? Quem inspira os mais jovens? Quem nos motiva a acreditar? Quem?
Imagem de destaque04 Fev 2020, 08:00

O Manchester United contratou mais do que um simples jogador de meio-campo. Para além de toda a qualidade técnica, que tem, para lá de toda a visão de jogo, que tem, Bruno Fernandes é um líder em campo e fora de campo. 55 milhões de euros mais bónus, foi pouco para o que vão ter.

Numa semana jogou pelo Sporting, atravessou um período de fecho de mercado, de negociações de contrato, treinou na nova equipa, jogou e voou no domingo para estar junto dos ex-companheiros. Foi extraordinário. Lá estava ele. Aliás, aquela presença foi um dos poucos motivos de orgulho que um sportinguista pode ter deste período.

É um exemplo. De muitos. Vários que deu com a camisola do Sporting. Foi, sem sombra de dúvida, um jogador exemplar. Mandava dentro de campo. Refilava. Sentia o clube. Nos limites. Não gostava de falhar um remate. Refilava com os companheiros que não entendiam o passe. Dava instruções sistematicamente. Vai ser um dia treinador de futebol. E dos bons.

Volto a sublinhar o sentir do clube. Mesmo nos momentos difíceis, que passou, voltou ao clube.

O próprio assim o disse. Não nasceu Leão, mas será daqui para a frente.

E o Sporting perdeu o seu Líder. Numa altura em que a crise é uma evidência, em que a cultura de liderança do clube está a precisar com urgência de quem assuma, perdemos a nossa liderança. Era o capitão. Era o toque de classe. Era a referência. Era a esperança.

E agora?

Agora resta-nos levantar um clube que foi claramente devastado. Podemos ter a melhor e maior simpatia por todos os profissionais que representam o Sporting, no entanto, a crise que atravessamos será ainda mais evidente com a saída de Bruno Fernandes.

Quem é hoje a grande referência do clube? Quem manda hoje no Sporting? Quem inspira os mais jovens? Quem nos motiva a acreditar? Quem?

Está aqui a crise do Sporting. Está aqui a razão por vivermos nesta angústia permanente. Eu não quero promessas de títulos, quero gestão, liderança e vontade. Quero ter orgulho no clube todos os fim-de-semanas.

E quero mais Brunos. Dos bons. Dos que nos fazem sonhar.

  Comentários