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Curiosidades
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O Sporting irá defrontar, já no próximo domingo, dia 25 de maio, o Benfica, na final da Taça de Portugal, e faz por isso sentido recordar o dia 30 de junho de 1963, aquele em que os leões, orientados por Juca, protagonizaram um triunfo de 4-0 marcante, frente ao Vitória de Guimarães, num jogo que não só ficou marcado pelo resultado, mas também por um episódio insólito no final da partida.
A equipa leonina foi claramente superior em campo e construiu uma vitória clara por quatro bolas a zero, mas o grande momento do jogo foi protagonizado por Mascarenhas, que marcou golo e tornou-se no melhor marcador da competição. No final, como forma de assinalar esse feito, decidiu guardar a bola como recordação, agarrando-se a ela com firmeza.
No entanto, o inesperado aconteceu quando Daniel, do Vitória de Guimarães, apanhou Mascarenhas desprevenido e lhe tirou a bola pelas costas. A situação rapidamente causou um alvoroço entre os atletas, com o jogador dos vimaranenses a insistir que a bola era pertença do clube minhoto.
Foi então necessária a intervenção do árbitro, Clemente Henrique, que definiu para que lado ia a ‘redonda’. Explicou que, no início do encontro, havia sido escolhida uma bola do Sporting, então esta pertencia ao clube de Alvalade. Com isso, Mascarenhas pôde finalmente levar o objeto como lembrança do seu feito.
O primeiro golo, vale lembrar, surgiu logo aos 12 minutos, quando Figueiredo aproveitou uma defesa incompleta do guarda redes do Vitória de Guimarães e, com frieza, empurrou a bola para o fundo das redes. Ainda na primeira parte, aos 32’, Lúcio aumentou a vantagem com um remate cruzado de fora da área, que bateu o guardião adversário sem hipótese de defesa, deixando o Sporting confortável no marcador antes do intervalo.
Na segunda metade, os leões continuaram a dominar e, aos 61 minutos, Mascarenhas apareceu ao segundo poste para finalizar com precisão um cruzamento vindo da direita, assinando o terceiro golo. Aos 67’, Figueiredo bisou na partida, desmarcando-se bem entre os defesas e finalizando com classe após receber um passe em profundidade, fechando o resultado em 4-0 numa exibição convincente da formação de Alvalade.
Anteriormente, nas meias-finais, os verde e brancos viram-se obrigados a vencer no dérbi eterno por 2-1, tirando o seu maior rival da competição - algo que pode voltar a acontecer, mas desta vez, na final. Desta forma, o Sporting conquistou a sexta Taça de Portugal na sua história, marcada por um momento insólito.
Elencamos os títulos conquistados nesta competição pelos verde e brancos e relembramos os responsáveis pelo marcador em cada final
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Dias antes da final da Taça de Portugal que reúne Sporting e Benfica no Jamor num jogo de grande expetativa que, por outro lado, também gera alguma preocupação, a 25 de maio, para a disputa de mais um título, recordamos as 17 conquistas do Clube Leonino nesta competição histórica que teve inicio na época 1938/1939.
Numa época de muitas glórias para o conjunto verde e branco, um par de momentos tristes acontecem e marcam o Clube para sempre
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O Sporting conquistou o bicampeonato e pode estar prestes a fazer a dobradinha no Jamor frente ao Benfica, no próximo domingo, dia 25 de maio, mas há 71 anos, na época 1953/54, vivia-se o mágico ano do tetra que, no entanto, ficaria marcada por dois episódios trágicos que perduram na memória dos Sportinguistas até hoje.
O Sporting estava a um passo de conquistar o tetracampeonato num momento em que consolidava a sua hegemonia no futebol português. Fora das quatro linhas, os jogadores começavam a mostrar sinais de uma vida mais confortável, que refletia todo o sucesso desportivo. João Martins juntou-se a Vasques e foram estrear o novo carro descapotável. O passeio, no entanto, teve um desfecho inesperado. Quando circulavam pela Avenida da República, o capô do carro soltou-se.
A peça do automóvel foi projetada com violência e atingiu em cheio a cabeça de Martins, que ficou inconsciente no banco do passageiro. Vasques, apanhado de surpresa, teve de lutar para manter o controlo do veículo, evitando, por pouco, um embate num candeeiro e numa parede. O pânico tomou conta do atleta, que mal conseguia perceber se o companheiro respirava.
Com o jogador dos leões ainda inanimado, Vasques decidiu não esperar por ajuda. Pegou no colega e, à boleia, dirigiu-se apressadamente à sede do Sporting, esperando que ali conseguisse arranjar uma solução. Foi recebido por Manuel Marques, que conseguiu calmamente reanimar João Martins, devolvendo-lhe a consciência após o susto que quase culminou numa tragédia.
Meses depois, o ambiente à volta do Clube viria a ser abalado por uma notícia bem mais chocante. O corpo de Joaquim Ferreira, antigo jogador e treinador da equipa principal do Sporting, foi encontrado no Parque Eduardo VII, logo pela manhã, por uma mulher que procurava entre os lixos. O cadáver apresentava sinais evidentes de luta como arranhões na cara e um dedo esmagado, indícios de que tentou defender-se.
Na carteira da vítima, a identidade foi prontamente confirmada por um cartão de sócio do Sporting e outro de fiscal de obras públicas. Joaquim Ferreira, com apenas 46 anos, tinha recentemente conquistado a Taça de Portugal frente ao Olhanense no comando técnico dos leões. O assassinato chocou os adeptos e toda a estrutura do futebol nacional. As autoridades não tardaram a encontrar o responsável: João Jorge, um militar madeirense ao serviço do Batalhão de Caçadores 5.
João Jorge acabou por admitir o crime, no entanto, as razões que levaram ao homicídio nunca ficaram claras. Fala-se num ajuste de contas, mas a verdade permanece como um mistério. A morte de Joaquim Ferreira, bem como o acidente que acontecera pouco tempo antes, marcou o Clube que, desportivamente, atravessava um belo momento com várias conquistas.
Novo comandante técnico chega com grande impacto ao Clube e leva os verde e brancos a uma conquista inédita em território nacional
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O ano era 2002 e Laszlo Bölöni alcançava um feito inédito no futebol português, tornando-se o primeiro treinador a conquistar, numa só época, o Campeonato Nacional, a Taça de Portugal e a Supertaça. Este marco histórico foi possível graças a um plantel de qualidade, que soube corresponder às exigências de uma temporada difícil.
O técnico romeno, conhecido pela abordagem disciplinada e metódica, conseguiu extrair o melhor de um grupo que juntava a experiência à juventude. Foi um belíssimo líder técnico com muita preocupação sobre o desenvolvimento dos jovens na equipa principal.
Com Bölöni, o Sporting apresentou um futebol muito consistente, principalmente pela solidez defensiva e, ao mesmo tempo, capacidade de criação em zonas de ataque. Fez uma gestão equilibrada do plantel, o que facilitou o descanso dos principais jogadores.
Na temporada 2001/2002, o Sporting conquistou o título de campeão nacional pela 18.ª vez, somando 75 pontos através de 22 vitórias, nove empates e apenas três derrotas. A equipa marcou 74 golos na liga, sendo Mário Jardel o melhor marcador, com os impressionantes 42 golos, registo que lhe valeu a Bota de Ouro.
Na Taça de Portugal, os leões venceram o Leixões por 1-0 na final, conquistando o troféu pela 13.ª vez. O golo decisivo foi apontado por Mário Jardel, aos 40’, que também foi o melhor marcador nesta prova com um total de sete golos.
A Supertaça foi disputada contra o mesmo adversário, o Leixões, com o Sporting a vencer de forma categórica por 5-1. Os golos foram marcados por Ricardo Fernandes (32’ e 83’), que bisou, Niculae (47’), Kutuzov (54’) e Carlos Martins (87’), garantindo assim a conquista do terceiro troféu da época.
A época 2001/2002 ficará para sempre na memória dos adeptos Sportinguistas como uma das mais históricas do clube. A tripleta conquistada sob a liderança de Laszlo Bölöni – que lançou Cristiano Ronaldo no ano seguinte – é inesquecível.