Não está fácil para Leão: Presidente do ex Sporting 'obrigado' a...

Uma das principais razões que motivaram o despedimento de João Pereira do Sporting terão sido... os jogadores. Ao que parece, a falta de crença do plantel no treinador acabou por fazer com que os verdes e brancos tomassem mais facilmente a decisão, posteriormente comunicada na última quarta-feira, 25 de dezembro.

Segundo revela o jornal A Bola, fonte próxima do timoneiro português terá deixado claro que "como Sportinguista João Pereira abdicou de tudo", ou seja, do valor referente aos dias de trabalho enquanto treinador do Sporting, algo que até terá facilitado o processo. 

De resto, uma das principais incógnitas passa mesmo pelo futuro de João Pereira, sabendo-se já que este não passará pelo Clube de Alvalade. Depois de ter passado pelos sub-23, equipa B e equipa principal, a sua saída do Sporting será em definitivo.

A mesma fonte revela que a decisão de apressar a demissão de João Pereira partiu da SAD do Sporting, no entanto, foram vários os fatores que fizeram com que tal acontecesse: maus resultados, questões táticas e, ainda, a falta de crença do plantel verde e branco.

João Pereira assumiu a equipa dos leões após a repentina saída de Ruben Amorim do Sporting, para o Manchester United, no início do mês de novembro. Desde então, o português orientou os leões em oito encontros: quatro derrotas, três vitórias e um empate.

Em Espanha, foi feita uma comparação entre os primeiros meses de Kylian Mbappé e Cristiano Ronaldo no Real Madrid, focando-se no seu desempenho na temporada de estreia. Embora o francês tenha marcado ligeiramente mais golos que o português até ao momento, a análise revela que o francês precisa de muito mais tempo em campo para chegar à baliza adversária. A comparação foi publicada pelo jornal madrileno AS durante o período festivo, destacando as semelhanças e diferenças entre os dois jogadores.

Kylian Mbappé, apesar de um início de temporada algo irregular, tem-se mostrado eficaz na frente de ataque do Real Madrid. Na primeira metade da temporada, o avançado francês marcou 14 golos, o que o colocou como o melhor marcador da equipa, igualado com Vinícius Júnior. Embora tenha começado a temporada com alguns altos e baixos, incluindo uma exibição abaixo das expectativas contra o Barcelona, o novo ‘camisola 7’ dos merengues recuperou bem, destacando-se em jogos importantes, como a Taça Intercontinental e o jogo contra o Sevilha na Liga espanhola.

Por outro lado, Cristiano Ronaldo, que chegou ao Real Madrid na temporada 2009/2010, também teve um início de época oscilante. O português passou por uma lesão logo na sua estreia e teve um período de inatividade, tendo ficado afastado dos relvados durante oito jogos. No entanto, a sua recuperação foi mais rápida e o desempenho frente à baliza foi bastante mais eficaz. Apesar da lesão e de uma suspensão que o impediu de jogar numa partida, Ronaldo terminou a primeira metade da temporada com 13 golos, um a menos que Mbappé, mas com uma média de minutos jogados significativamente melhor.

De acordo com a análise, Mbappé tem uma média de um golo a cada 141 minutos no Real Madrid, o que mostra uma menor eficiência em relação ao seu homólogo português. Por sua vez, Cristiano Ronaldo, no seu início de carreira em Madrid, marcou um golo a cada 67 minutos jogados, um registo muito superior. Essa diferença reflete a maior eficácia do português na sua primeira época, onde, até ao final de 2009, já havia somado sete golos na Liga dos Campeões e seis na La Liga.

Apesar das diferenças na média de golos por minuto, ambos os jogadores demonstraram a sua qualidade e capacidade de adaptação ao clube. Cristiano Ronaldo concluiu a sua primeira temporada no Real Madrid com 33 golos e 10 assistências, uma marca impressionante. Agora, Kylian Mbappé tem a oportunidade de seguir os passos do português e provar o seu valor, sabendo que tem muito trabalho pela frente para alcançar o mesmo nível de sucesso.

Nélson Pereira - nome que esteve ligado ao Sporting durante vários anos, primeiro como guarda-redes do Clube, depois como treinador de guardiões e ainda como diretor da equipa sub-23 dos leões - prestou declarações à Agência Lusa, nas quais abordou a realidade portuguesa em relação à posição mais recuada no campo de futebol. Teve especial atenção à falta de portugueses de excelência nas balizas da Liga Portugal Betclic.

"É uma realidade que nós detetámos quando eu estava ligado à coordenação da formação de guarda-redes do Sporting. Além de sermos um país pequeno, que não tem assim tantos guarda-redes em qualidade e quantidade, quando os temos não apostamos neles (...) os clubes querem rendimento imediato e não dão tempo aos guarda-redes para ter o seu processo de crescimento, porque nesse processo há erros", começou por dizer.

Prosseguiu: "Achei que a criação das equipas B e de sub-23 viria a ajudar bastante nessa situação, mas já vemos muitos estrangeiros a jogar nessas equipas. Quando a castração é feita ainda mais cedo, mais difícil fica ter guarda-redes portugueses que apresentem logo bom rendimento para a I ou II ligas. Corremos o risco de não termos guarda-redes de qualidade para a nossa seleção nacional", explicou Nélson Pereira.

Atirou, de seguida: "Um guarda-redes que não jogue, não tem hipótese nenhuma. Guarda-redes que só treina, não dá guarda-redes. A falta de oportunidade começa muito cedo (...) Temos de tomar estes exemplos (Rui Patrício e Diogo Costa) e segui-los, sabendo que haverá acidentes de percurso. É preciso ter essa coragem, senão, qualquer dia, não temos guarda-redes para a seleção nacional".

Terminou, mencionando o pupilo que o surpreendeu mais por ainda não ter dado o 'salto': "É o Max [Luís Maximiano]. Teve a infelicidade de, no seu primeiro jogo na Lazio [na época passada], ser expulso aos oito minutos. Isso teve um impacto tremendo na carreira dele, porque ele tem muita qualidade e vai ter quase de reiniciar todo um processo que, até chegar à Lazio, estava a correr dentro do expetável para ele poder afirmar-se na Liga italiana. Infelizmente, um pequeno detalhe, às vezes, faz toda a diferença e essa expulsão fez toda a diferença", rematou Nélson Pereira.