
Receba, em primeira mão, as principais notícias do Leonino no seu WhatsApp!
Curiosidades
|
O Sporting celebrou o 25.º Campeonato Nacional do seu palmarés e, na noite de 17 para 18 de maio, deslocou-se à Praça do Marquês de Pombal para celebrar com os seus adeptos. A tradição de celebrar junto à estátua de Sebastião José de Carvalho e Melo não é de agora, começando já nos festejos da conquista de 1999/00 e tem uma explicação bastante especial.
Sebastião José de Carvalho e Melo, também conhecido como o Marquês de Pombal, foi considerado responsável pela difícil reconstrução da cidade de Lisboa após o terremoto de 1755 e, como tal, foi decidido na década de 1930 a edificação de uma estátua naquela que é, provavelmente, a zona mais nobre da capital portuguesa, em celebração da obra e esforço feito pelo próprio.
Encarregue de desenhar a estátua, ficou António do Couto: personalidade com uma vida de dedicação ao Sporting. Para além de arquiteto, Couto representou a equipa de futebol dos leões, na fase mais embrionária do Clube, entre 1907/08 até 1910/11. Após a saída dos relvados, foi também membro do primeiro Conselho-Fiscal, Vice-Presidente da Mesa da Assembleia-Geral Sportinguista e sócio número um entre 1928 até ao ano da sua morte, em 1946.
Com traçado Sportinguista, a estátua teve também construção através de uma grande figura da história do Sporting. No papel de escultor, contou com Francisco dos Santos, antigo jogador de futebol que representou o Clube entre as temporada 1908/09 até 1910/11, período em que foi companheiro de equipa do próprio António do Couto, mas também Francisco Stromp - um dos fundadores dos leões -, José Stromp, António Stromp e João Bentes.
Com duas grandes figuras da origem do Clube, seria de esperar que António do Couto e Francisco dos Santos deixassem como marca o seu amor ao Sporting. A estátua do Marquês de Pombal faz-se acompanhar de um leão, que para além de um símbolo de ostentação, pode ser considerada uma referência aos verdes e brancos, com a sua mascote a olhar sob a cidade de Lisboa, reafirmando o seu domínio sobre a capital portuguesa e o restante país.
Apesar da longa relação que liga o Sporting à Praça Marquês de Pombal, os leões apenas começaram a festejar as conquistas dos seus campeonatos, na famosa rotunda, na temporada 1999/00. A festa tinha de ser mítica: o Clube tinha terminado um jejum de 18 anos sem ser campeão e Ivaylo Iordanov entendeu a missão. Durante o cortejo, o capitão subiu à estátua de Sebastião José de Carvalho e Melo e colocou um cachecol ao pescoço do leão que o acompanha.
Iordanov já chegou, inclusivamente, a falar sobre o festejo marcante: “Cachecol no topo do Marquês? Foi pensado antes. Os responsáveis do Sporting tinham pensado nisso. Como era capitão, não pensei duas vezes e foi a primeira e última vez que alguém fez isso”, revelou o búlgaro acerca do momento que está presente da memória de todos os Sportinguistas.
Equipa verde e branca levanta título nacional, mas a partida acaba por ficar eternizada devido a um acontecimento fora do normal
|
O Sporting irá defrontar, já no próximo domingo, dia 25 de maio, o Benfica, na final da Taça de Portugal, e faz por isso sentido recordar o dia 30 de junho de 1963, aquele em que os leões, orientados por Juca, protagonizaram um triunfo de 4-0 marcante, frente ao Vitória de Guimarães, num jogo que não só ficou marcado pelo resultado, mas também por um episódio insólito no final da partida.
A equipa leonina foi claramente superior em campo e construiu uma vitória clara por quatro bolas a zero, mas o grande momento do jogo foi protagonizado por Mascarenhas, que marcou golo e tornou-se no melhor marcador da competição. No final, como forma de assinalar esse feito, decidiu guardar a bola como recordação, agarrando-se a ela com firmeza.
No entanto, o inesperado aconteceu quando Daniel, do Vitória de Guimarães, apanhou Mascarenhas desprevenido e lhe tirou a bola pelas costas. A situação rapidamente causou um alvoroço entre os atletas, com o jogador dos vimaranenses a insistir que a bola era pertença do clube minhoto.
Foi então necessária a intervenção do árbitro, Clemente Henrique, que definiu para que lado ia a ‘redonda’. Explicou que, no início do encontro, havia sido escolhida uma bola do Sporting, então esta pertencia ao clube de Alvalade. Com isso, Mascarenhas pôde finalmente levar o objeto como lembrança do seu feito.
O primeiro golo, vale lembrar, surgiu logo aos 12 minutos, quando Figueiredo aproveitou uma defesa incompleta do guarda redes do Vitória de Guimarães e, com frieza, empurrou a bola para o fundo das redes. Ainda na primeira parte, aos 32’, Lúcio aumentou a vantagem com um remate cruzado de fora da área, que bateu o guardião adversário sem hipótese de defesa, deixando o Sporting confortável no marcador antes do intervalo.
Na segunda metade, os leões continuaram a dominar e, aos 61 minutos, Mascarenhas apareceu ao segundo poste para finalizar com precisão um cruzamento vindo da direita, assinando o terceiro golo. Aos 67’, Figueiredo bisou na partida, desmarcando-se bem entre os defesas e finalizando com classe após receber um passe em profundidade, fechando o resultado em 4-0 numa exibição convincente da formação de Alvalade.
Anteriormente, nas meias-finais, os verde e brancos viram-se obrigados a vencer no dérbi eterno por 2-1, tirando o seu maior rival da competição - algo que pode voltar a acontecer, mas desta vez, na final. Desta forma, o Sporting conquistou a sexta Taça de Portugal na sua história, marcada por um momento insólito.
Elencamos os títulos conquistados nesta competição pelos verde e brancos e relembramos os responsáveis pelo marcador em cada final
|
Dias antes da final da Taça de Portugal que reúne Sporting e Benfica no Jamor num jogo de grande expetativa que, por outro lado, também gera alguma preocupação, a 25 de maio, para a disputa de mais um título, recordamos as 17 conquistas do Clube Leonino nesta competição histórica que teve inicio na época 1938/1939.
Numa época de muitas glórias para o conjunto verde e branco, um par de momentos tristes acontecem e marcam o Clube para sempre
|
O Sporting conquistou o bicampeonato e pode estar prestes a fazer a dobradinha no Jamor frente ao Benfica, no próximo domingo, dia 25 de maio, mas há 71 anos, na época 1953/54, vivia-se o mágico ano do tetra que, no entanto, ficaria marcada por dois episódios trágicos que perduram na memória dos Sportinguistas até hoje.
O Sporting estava a um passo de conquistar o tetracampeonato num momento em que consolidava a sua hegemonia no futebol português. Fora das quatro linhas, os jogadores começavam a mostrar sinais de uma vida mais confortável, que refletia todo o sucesso desportivo. João Martins juntou-se a Vasques e foram estrear o novo carro descapotável. O passeio, no entanto, teve um desfecho inesperado. Quando circulavam pela Avenida da República, o capô do carro soltou-se.
A peça do automóvel foi projetada com violência e atingiu em cheio a cabeça de Martins, que ficou inconsciente no banco do passageiro. Vasques, apanhado de surpresa, teve de lutar para manter o controlo do veículo, evitando, por pouco, um embate num candeeiro e numa parede. O pânico tomou conta do atleta, que mal conseguia perceber se o companheiro respirava.
Com o jogador dos leões ainda inanimado, Vasques decidiu não esperar por ajuda. Pegou no colega e, à boleia, dirigiu-se apressadamente à sede do Sporting, esperando que ali conseguisse arranjar uma solução. Foi recebido por Manuel Marques, que conseguiu calmamente reanimar João Martins, devolvendo-lhe a consciência após o susto que quase culminou numa tragédia.
Meses depois, o ambiente à volta do Clube viria a ser abalado por uma notícia bem mais chocante. O corpo de Joaquim Ferreira, antigo jogador e treinador da equipa principal do Sporting, foi encontrado no Parque Eduardo VII, logo pela manhã, por uma mulher que procurava entre os lixos. O cadáver apresentava sinais evidentes de luta como arranhões na cara e um dedo esmagado, indícios de que tentou defender-se.
Na carteira da vítima, a identidade foi prontamente confirmada por um cartão de sócio do Sporting e outro de fiscal de obras públicas. Joaquim Ferreira, com apenas 46 anos, tinha recentemente conquistado a Taça de Portugal frente ao Olhanense no comando técnico dos leões. O assassinato chocou os adeptos e toda a estrutura do futebol nacional. As autoridades não tardaram a encontrar o responsável: João Jorge, um militar madeirense ao serviço do Batalhão de Caçadores 5.
João Jorge acabou por admitir o crime, no entanto, as razões que levaram ao homicídio nunca ficaram claras. Fala-se num ajuste de contas, mas a verdade permanece como um mistério. A morte de Joaquim Ferreira, bem como o acidente que acontecera pouco tempo antes, marcou o Clube que, desportivamente, atravessava um belo momento com várias conquistas.