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Jogadores
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Manuel Marques, conhecido como Manecas, nasceu a 10 de julho de 1917, em Lisboa, e tornou-se uma figura lendária do Sporting. Durante 16 temporadas consecutivas ao serviço da equipa principal verde e branca, o craque conquistou seis Campeonatos Nacionais, quatro Taças de Portugal, dois Campeonatos de Portugal, oito Campeonatos de Lisboa e uma Taça Império, somando assim 352 jogos e quatro golos com a camisola leonina.
Manecas começou a jogar futebol no Desportivo do Campo Grande, antes de se juntar ao Sporting com apenas 15 anos, em novembro de 1932, para representar a equipa de principiantes. Anteriormente, Manuel Marques trabalhava como carpinteiro de barcos no Arsenal da Marinha e, mais tarde, num grémio de armazenistas, conciliando desde cedo a vida profissional com o futebol.
Após a conquista do Campeonato de Lisboa da 2.ª categoria, em 1934/35, Manecas passou pelas Reservas e estreou-se na equipa principal a 15 de março de 1936, frente ao União de Lisboa, como extremo-direito. Com a chegada do mítico Joseph Szabo ao comando técnico, na época seguinte, foi adaptado ao meio-campo, onde ganhou consistência tática e solidez, sendo posteriormente recuado para a defesa em fases mais maduras da carreira.
A disponibilidade que Manecas mostrava aos treinadores permitiu-lhe atravessar várias gerações e ainda integrar a lendária equipa dos Cinco Violinos. O médio era tão respeitado no balneário que conseguiu o estatuto de capitão em Alvalade. A descontração de Manuel Marques fez com que o craque se tornasse num dos líderes mais carismáticos da história do futebol português.
Manecas, brincalhão como sempre mostrou ser, protagonizou vários episódios curiosos. Um dos mais engraçados aconteceu quando o craque escondeu os bonecos do treinador Szabo antes dos treinos com a equipa. Outra marca pessoal foi o famoso lenço branco à cintura, um presente da sua mãe. Embora fosse destinado a limpar feridas, Manuel Marques admitiu nunca o ter usado para esse fim, preferindo vê-lo como uma espécie de amuleto da sorte.
Manuel Marques despediu-se dos relvados a 5 de outubro de 1950, num eterno dérbi disputado no Lumiar. Nesse jogo o Sporting venceu o Benfica por 8-1. Manecas foi ainda internacional português quatro vezes, duas pela seleção principal e as restantes pela equipa B, ambas em 1945, durante a fase mais competitiva da sua carreira.
Após o final da carreira, o antigo craque teve uma curta experiência como treinador, mas a verdade é que os melhores momentos que teve foram todos enquanto jogador. Manecas morreu a 20 de fevereiro de 1987, aos 69 anos, e será recordado por ter sido um dos líderes mais carismáticos da história leonina.
Defesa uruguaio representou as cores verdes e brancas ao longo de nove temporadas e consolidou-se como uma das grandes figuras do Clube neste século
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Sebastián Coates - que recentemente pediu um favor a Gonçalo Inácio - nasceu em Montevidéu, no Uruguai, a 7 de outubro de 1990 e ajudou o Sporting a voltar a atingir o patamar que ele merece. Em nove épocas ao serviço do Clube de Alvalade, o craque uruguaio disputou 369 jogos oficiais e apontou 37 golos, tornando-se assim o defesa mais goleador de sempre dos leões. Durante esse período conquistou ainda dois Campeonatos Nacionais, uma Taça de Portugal, uma Supertaça e quatro Taças da Liga.
O defesa uruguaio formou-se no Nacional de Montevidéu, onde desde cedo se mostrou promissor com uma impressionante altura de 1,96 metros. Em 2011, Coates foi contratado pelo Liverpool, mas não se afirmou e, em 2014, regressou por empréstimo ao seu clube formador. O craque regressou a Inglaterra e foi cedido ao Sunderland, em 2015, que adquiriu o seu passe no ano seguinte.
Coates chegou a Alvalade em janeiro de 2016, por empréstimo do Sunderland, e rapidamente conquistou a titularidade no setor defensivo leonino. Imediatamente se destacou pela sua capacidade física e rigor tático, bagagem que trazia de Inglaterra. Em fevereiro de 2017, o Sporting exerceu o direito de opção de compara e assegurou a contratação definitiva do uruguaio por apenas cinco milhões de euros.
Já com o estatuto de referência dentro do grupo, Coates foi renovando sucessivamente o vínculo com o Clube, ficando ligado ao Sporting até 2024, com cláusula de rescisão de 45 milhões de euros. Desta forma, o uruguaio assumiu a braçadeira de capitão durante a época 2019/20, após a saída de Bruno Fernandes, e tornou-se num líder calmo, respeitado e exemplar dentro e fora de campo.
Na temporada 2020/21, Seba, tal como era conhecido pelos colegas, tornou-se numa das figuras da conquista do Campeonato Nacional, 19 anos depois do último. Para além da liderança no trio defensivo de Ruben Amorim, Coates marcou golos em momentos decisivos, chegando a atuar como ponta-de-lança nos momentos finais de algumas partidas. A influência do capitão foi reconhecida com o Prémio Stromp na categoria Futebolista do Ano em 2021.
Durante o seu percurso no Sporting, venceu ainda a Taça de Portugal, a Supertaça e quatro edições da Taça da Liga. Ao longo dos anos manteve uma impressionante regularidade, resistindo às constantes mudanças no plantel e no comando técnico. Apesar do interesse de vários clubes, optou sempre por continuar de leão ao peito.
A nível internacional, Coates já tinha conquistado a Copa América em 2011, pela seleção uruguaia, onde foi considerado o melhor jovem do torneio. Ao longo da carreira, o defesa foi marcando presença nas convocatórias do Uruguai, totalizando assim, 51 partidas, nas quais apontou dois golos.
Em julho de 2024, depois de já ter acertado a continuidade por mais uma época no Sporting, Coates pediu para regressar ao Nacional de Montevidéu devido a problemas de saúde de um familiar próximo. O craque uruguaio abandonou Alvalade, após nove épocas, com o estatuto de sétimo jogador com mais partidas oficiais (369) e como um dos capitães mais marcantes da história do Clube.
Atleta que atuou pelos verdes e brancos em muitas ocasiões acabou a carreira e ainda foi praticar outro desporto, mas desta vez, em campos de areia
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Carlos Xavier nasceu a 26 de janeiro de 1962, em Lourenço Marques, Moçambique. O médio formado no Sporting - que falou recentemente sobre os leões - conquistou duas Taças de Portugal e três Supertaças ao serviço do Clube de Alvalade. No total, o craque disputou 334 partidas com o equipamento verde e branco.
Carlos Xavier chegou ao Sporting em 1978, vindo do Casa Pia, ainda como juvenil. O defesa destacou-se desde cedo pela qualidade técnica e inteligência tática, o que lhe valeu uma ascensão rápida nos escalões de formação. O craque estreou-se na equipa principal em 1980/81, lançado por Srecko Radisic, formando com Eurico uma belíssima dupla de centrais.
Na época seguinte, Carlos Xavier afirmou-se como titular e integrou a equipa que conquistou a dobradinha nacional na temporada 1981/82, sendo também chamado à Seleção Nacional, pela qual somou um total de 10 internacionalizações. Esta fase da carreira consolidou-o como um dos melhores da posição a atuar em Portugal.
Contudo, a instabilidade que marcou o Clube verde e branco nos anos seguintes, com sucessivas mudanças no comando técnico e no plantel, dificultou a sua afirmação em concreto. A (pouca) idade e as elevadas expectativas que tinham sido criadas acabaram por pesar no seu rendimento e a sua evolução foi mais irregular do que aquilo que era esperado.
Com a chegada de Manuel José ao comando técnico leonino, Carlos Xavier perdeu espaço na equipa e acabou emprestado à Académica por uma temporada. O craque regressou a Alvalade como opção para o meio-campo, até que Marinho Peres o adaptou com sucesso a lateral-direito, posição na qual ajudou o Sporting a chegar às meias-finais da Taça UEFA em 1990/91.
Em 1991, Carlos Xavier transferiu-se com Oceano para a Real Sociedad, onde passou três temporadas a um belíssimo nível no campeonato espanhol. O craque regressou ao Sporting em 1994, numa fase mais madura da carreira, e contribuiu para a conquista daquela que foi a sua segunda Taça de Portugal e a terceira Supertaça, encerrando a carreira de futebolista em 1996.
Depois de pendurar as botas, Carlos Xavier manteve-se ligado ao futebol, ao representar Portugal e o Sporting no futebol de praia. Em 2009, assumiu a liderança da secção de futebol de praia do Clube e em 2012 voltou à competição, ajudando a equipa a alcançar o quarto lugar no Mundialito. Para além disso também teve presença regular na Sporting TV como comentador.
Craque que atuava entre os postes verdes e brancos representou o Clube de Alvalade ao longo de inacreditáveis 17 temporadas, com inúmeras belíssimas defesas
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João Azevedo nasceu no Barreiro a 10 de julho de 1915 e brilhou entre os postes ao serviço do Sporting. O guardião disputou 408 partidas oficiais pelo Clube de Alvalade, consolidando-se assim como um dos craques que envergou a camisola verde e branca em mais ocasiões. Em 17 temporadas no Sporting, o guarda-redes conquistou sete Campeonatos Nacionais, quatro Taças de Portugal, duas edições do Campeonato de Portugal e a Taça Império.
João Azevedo chegou a Alvalade na temporada 1935/36, após ter jogado no Barreirense e no Luso, com apenas 20 anos, inicialmente como terceira opção para a baliza verde e branca. Apesar da concorrência de Jaguaré e Artur Dyson, o craque afirmou-se rapidamente. A estreia pela equipa principal ocorreu em fevereiro de 1936, frente ao Boavista.
O guardião que passou 17 temporadas no Clube teve uma das suas atuações mais marcantes numa final do Campeonato de Lisboa, frente ao Benfica. Em novembro de 1946, com a clavícula fraturada, abandonou momentaneamente o jogo, mas acabou por regressar ao relvado. O Sporting venceu por 3-1 e João Azevedo foi elevado pelos colegas.
Noutra final memorável, mas desta vez da Taça de Portugal contra o Belenenses, João Azevedo sofreu uma lesão no pé, mas recusou abandonar o jogo. O craque continuou em campo, apoiado apenas na ponta do pé que estava bom, e sofreu apenas um golo. A exibição valeu mais um troféu ao Sporting.
Conhecido também por hábitos invulgares, João Azevedo fumava antes dos jogos como forma de aliviar a pressão. Este comportamento foi aceite por treinadores como Cândido de Oliveira, que compreendiam o lado psicológico do atleta. Esta faceta mais humana tornou-o mais carismático perante os adeptos Sportinguistas.
Em 1952, João Azevedo perdeu a titularidade para Carlos Gomes. Pediu para sair e jogar noutro clube, mas o Sporting recusou, preferindo continuar com o craque em Alvalade. Ainda tentou seguir como treinador de guarda-redes, mas não teve grande sucesso. Na verdade, acabou por regressar ao Barreiro e atuar ainda pelo Oriental, antes de se retirar dos relvados.
Para trás ficaram as conquistas de sete Campeonatos Nacionais, quatro Taças de Portugal, duas edições do Campeonato de Portugal e a Taça Império, o que se soma, ainda, aos 408 jogos de leão ao peito que tornam João Azevedo no quinto jogador com mais partidas oficiais pelo Sporting.
João Azevedo também representou Portugal em 19 ocasiões. Entre os jogos mais emblemáticos, destaca-se o empate diante da Alemanha fora de casa, onde foi apelidado de "Gato de Frankfurt". No entanto, também viveu momentos difíceis, como a derrota por 10-0 frente à Inglaterra. Após o futebol, foi taxista no Barreiro e motorista em Londres. Acabou por morrer a 3 de janeiro de 1991, aos 75 anos.