"Foi muito desvalorizado" - Craque do Sporting passou por momento difícil na formação

Morten Hjulmand, hoje uma das peças mais importantes do Sporting de Rúben Amorim – crucial na conquista do campeonato português na época passada – nem sempre convenceu. Nas camadas de formação, na Dinamarca, não se augurava grande futuro ao jogador que hoje é internacional pelo seu país.

Quem o disse foi Brian Riemer, novo selecionador da Dinamarca, e técnico que chegou a encontrar-se com Hjulmand nas camadas de formação do Copenhaga: “Na altura, o Hjulmand foi muito desvalorizado no futebol dinamarquês. Aos 14/15 anos, no Copenhaga achava-se que não iria haver futuro para ele na equipa. Foi-lhe dito que não iria fazer parte da equipa de sub-17 e foi-lhe dada luz verde para sair do clube. Era considerado demasiado baixo.”

O antigo treinador do capitão dos leões afirmou que, no entanto, a situação provou para demonstrar o carácter do jogador: “E aí começou a demonstrar o seu caráter, não aceitou a decisão, de ser um falhanço, apesar da sua tenra idade. Para outro jogador, seria normal aceitar e mudar de clube. O Hjulmand aceitou o papel que lhe deram, de jogar com uma equipa ainda mais jovem durante um certo período. Depois evoluiu, cresceu. Aí começou a demonstrar ser um grande líder no relvado. Vi logo isso no início, nos sub-19. Era um dos jogadores mais jovens, mas assumia já uma grande responsabilidade, era um dos líderes no campo”.

Riemer também foi treinador de Zeno Debast no Anderlecht. Confessou que Hjulmand lhe enviou uma mensagem no dia em que o central apontou um grande golo na Liga dos Campeões: “Posso dizer que o Hjulmand me enviou uma mensagem quando entraram no autocarro à noite. Ele disse ‘Brian, viste o golo do Debast? Nunca vi nada assim.’. Ele nunca marcou qualquer golo pelo Anderlecht, por isso quero perguntar-lhe: Porque é que nunca marcaste pelo Anderlecht, Zeno? Ver Debast marcar o seu primeiro golo e vê-lo jogar... Ele parecia uma criança. É incrível, não é? É disso que se trata o futebol.”

O novo selecionador da Dinamarca aponta mesmo o central belga do Sporting aos patamares mais altos do futebol mundial: “Não creio que a Serie A e a Bundesliga sejam adequadas para ele. Por isso, acho que os dois campeonatos onde o veria seriam Espanha ou Inglaterra. Debast não é um jogador que vá jogar numa equipa do meio da tabela. Debast só pode jogar em clubes importantes devido ao seu estilo de jogo”.