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Varandas quebra silêncio e Sporting reage a acusações ao Benfica: "Que os responsáveis sejam punidos"
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0A grande maioria dos Sócios dos clubes nem se dá ao trabalho de ler um Relatório e Contas das SAD gestoras das equipas de futebol que defendem com paixão em cada jogo. Por falta de tempo ou paciência, por puro desinteresse, ou porque não entendem as ‘metáforas’ contidas em algumas rúbricas. Depois revelam surpresa quando confrontados com notícias de dívidas astronómicas, necessidade de um pedido de PER (o Sporting esteve a semanas de recorrer a um em 12/13) ou mesmo processos de insolvência. Nos chamados grandes clubes, os adeptos normalmente aceitam como boas as mensagens que são passadas pelos administradores e ignoram que muitas das frases proferidas (ou escritas) têm uma grande carga propagandística, sob a qual se escondem verdades inconvenientes.
Na última semana vários sportinguistas escreveram e falaram sobre o ReC 19/20 da Sporting SAD. Excluindo um ou outro alucinado ou ignorante na interpretação dos números (como Sérgio Abrantes Mendes), a larga maioria dos textos publicados foi coincidente na leitura dos tópicos principais, bem como nos alertas assinalados. Por isso não vou aqui explicar rúbrica por rúbrica, antes demonstrar de forma muito resumida o porquê de o Sporting não ter dado qualquer passo ‘gigante’ (ideia utilizada por Varandas) rumo a um futuro melhor. Dizer, antes de mais, que assinalar o ‘maior volume de negócios da história da SAD’ seria muito positivo não se desse o caso de tal ser conseguido à custa dos resultados desportivos, afinal a atividade principal de uma SAD, porque chegar aos 175 milhões implicou a venda de Bruno Fernandes, Raphinha, Bas Dost, Thierry Correia, Félix Correia, Matheus Pereira, Domingos Duarte e Iuri Medeiros. Falamos principalmente de três jogadores titularíssimos, cuja ausência ajuda a explicar os desastrosos resultados da equipa, a qual não conquistou qualquer troféu e terminou a Liga na quarta posição, com 60 pontos! Creio que bastaria manter Bruno Fernandes até final do campeonato para garantir o terceiro lugar, mas nesse caso o exercício poderia terminar com um resultado negativo superior a 30 milhões de euros (se não fosse transferido antes de 30 de junho). Percebem?
Reparem: não foi a pandemia que fez com que o Sporting vendesse produtos e serviços (sem contar com jogadores) no valor de 68,5 milhões e assumisse custos num total de 107,4 milhões, ou seja, não foi pela COVID-19 que a SAD teve um desequilíbrio negativo em quase 39 milhões, entre receitas e despesas correntes. De forma séria podemos aceitar que sem pandemia a SAD encaixaria mais seis a sete milhões de euros, mas também teria mais 3,5 a quatro milhões de custos. Ok, o desequilíbrio estaria da ordem dos 35 ou 36 milhões de euros.
Por outro lado, aos proveitos extraordinários da venda de jogadores (106,9M) há a descontar os custos relacionados com essas transacções, como sejam as comissões (18,1M) mais as amortizações que são feitas aos custos do plantel e as respectivas imparidades [jogadores que custaram X, mas cujo valor é agora menor ou inexistente, por terem saído a custo zero, por exemplo] (22,7M). Logo, esse encaixe de 106,7 milhões na venda de jogadores traduz-se, isso sim, em 66,1 milhões de lucro. Portanto, aos 66,1M garantidos com receitas extraordinárias há a descontar os 38,9M negativos ocorrido nas receitas correntes. E então temos um resultado de exploração positivo em 27,2 milhões. Só que a estes a SAD ainda tem de subtrair os custos dos juros das dívidas bancárias e de factoring, que totalizaram 15,4M. É assim (juntamente com outros pequenos acertos financeiros) que o maior volume de negócios da história da SAD (175M) se traduz em apenas 12,5 milhões de resultado positivo!
E agora perguntam-me: mas o que tem tudo isto a ver com a perspectiva de um 20/21 e um 21/22 igualmente negros? Ora, os indicadores disponíveis mostram que o cenário em 20/21 ainda será pior. Porque, agora sim, devido à pandemia, a SAD não terá os 15 a 18 milhões de encaixe com a bilhética. Nem os cerca de 4,5 milhões de venda de merchandising. Estes números sofrerão forte redução. Mas tem de amortizar 17,6 milhões até maio de 2021 por conta do factoring realizado ao contrato com a NOS e tem dívidas a clubes pela aquisição de jogadores e treinador (a pagar até 30 de junho de 2021) no valor de 28,5 milhões. Ou seja, além dos gastos obrigatórios com pessoal (superior a 50 milhões de euros), existem estas duas faturas que totalizam 46 milhões de euros. Mas as despesas relacionadas com a atividade futebol são muitas mais. Mesmo que tudo seja reduzido ao máximo, há no mínimo mais 10 milhões de custos inevitáveis. Logo, a Sporting SAD terá responsabilidades perante funcionários e fornecedores superiores a 105 milhões, mas dificilmente conseguirá atingir ou superar os 60M em receitas correntes. Assim, neste momento a SAD terá a necessidade mínima de arrecadar 40 a 50 milhões em receitas extraordinárias (transação de jogadores), sendo que em termos de balanço de contas, a venda de Acuña mais o produto da venda de Matheus Pereira (20 milhões os dois juntos) não chegam sequer para tapar os custos já assumidos por Rúben Amorim (12,6), Pedro Gonçalves (6,5), Nuno Santos (3) e Feddal (3), os quais ultrapassam os 25 milhões de euros.
O que pode o Conselho de Administração fazer para lidar com este problema? 1 – Vender jogadores num valor mínimo de 50 milhões e, com isso, voltar a enfraquecer a equipa (porque os futebolistas colocados na lista de ‘dispensas’, todos juntos provavelmente nem 15 milhões garantirão caso sejam negociados), tal como fez em 19/20; 2 – Negociar um novo factoring sobre o contrato da NOS, o que seria totalmente contrário aos interesses do Sporting porque colocaria em causa a capacidade competitiva da equipa durante pelo menos mais três temporadas; 3 – Adiar a amortização dos 17,6 milhões de factoring para mais tarde, assumindo o pagamento de juros e, simultaneamente, aceitar que o exercício 20/21 terá resultados muito negativos, mas que tal será um mal necessário para dar à equipa todas as possibilidades de apurar-se para a Champions 21/22 e, depois, tapar boa parte do ‘buraco’ agora aberto com as receitas dessa prova. Esta opção seria tanto arriscada, quanto o será querer chegar à Champions delapidando ainda mais um plantel que já não é muito forte.
Este quadro, como se percebe, não reflete, em nada, o discurso ‘vencedor’ de Frederico Varandas. Porque na verdade esse quadro de otimismo só faz sentido na cabeça de garotos alucinados ou irresponsáveis, que recusam olhar a realidade de frente, como se no final do dia pudessem voltar a esconder-se atrás dos papás ou das mamãs, como faziam em pequenos após terem cometido algum disparate que prejudicasse terceiros.
Ah, falta explicar porque o cenário em nada melhora em 21/22: nessa época, além da devolução dos 26 milhões do Empréstimo Obrigacionista agendada para novembro (que será tentada através de um revolving, ou seja, a emissão de novas obrigações), há a amortizar entre maio e junho de 2022 um total de 63 milhões (!) entre empréstimo bancário e factoring. Uma vez mais: só é possível pagar toda esta dívida com a venda dos passes dos melhores jogadores. Infelizmente, o Sporting transformou-se neste buraco negro que faz desaparecer todo o dinheiro que dele se aproxima. Claro que Varandas e Zenha podem assobiar para o lado e deixar a ‘bomba’ nas mãos da administração que tomar posse em março de 2022…
SAD do emblema encarnado foi acusada pelo Ministério Público de vários crimes, entre os quais corrupção ativa e fraude fiscal
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0A Benfica SAD, Luís Filipe Vieira, Paulo Gonçalves e a SAD do Vitória de Setúbal estão a ser alvos de uma acusação do Ministério Público (MP) pelos crimes de corrupção ativa e fraude fiscal. A acusação do Ministério Público diz respeito ao designado caso dos emails. Neste contexto, recordam-se as palavras de Manuel Fernandes, eterno capitão do Sporting, acerca de antigas acusações de corrupção.
“Eu, como Sportinguista depois da fruta, depois do Primeiro-ministro depois dos padres, das missas, eu cada vez tenho mais orgulho de ser do Sporting, cada vez mais. Ganho pouco, ganho menos vezes, mas cada vez tenho mais orgulho de ser Sportinguista, podem ter a certeza disso”, declarou.
De acordo com o Record, o Ministério Público pede 900 mil euros ao Benfica por lucros ilícitos e mais de um milhão ao Vitória, pedindo também os afastamento de ambos os clubes das competições desportivas por um período de seis meses até 3 anos. Pede-se ainda o afastamento de Luís Filipe Vieira de qualquer atividade desportiva.
Recorde-se então que durante o ano de 2020 o clube sadino enfrentava várias dificuldades financeiras, tendo mesmo acabado por ser punido pela Comissão de Auditoria da Liga Portuguesa de Futebol Profissional com o afastamento das competições profissionais e a descida ao Campeonato de Portugal.
Importante realçar que entretanto, o Sporting já divulgou um comunicado oficial no qual, Frederico Varandas, Presidente do Clube, afirma que a estrutura leonina acompanhará de perto o caso, apelando à justiça:” Que os responsáveis sejam punidos e este tipo de comportamentos erradicados de vez do desporto nacional".
Confira aqui as declarações:
Presidente do Grupo Stromp comentou o julgamento de Luís Filipe Vieira, afirmando que as práticas cometidas colocam em causa o bom nome do futebol português
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0Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, vai a julgamento por ter alegadamente falsificado negócios e outras operações para retirar dinheiro dos cofres do clube. Também a SAD das águias foi acusada neste processo. Neste contexto, Carlos Barbosa da Cruz, presidente do Grupo Stromp, fundação que defende os interesses do Sporting, falou com acerca do tema, tecendo uma comparação com um outro caso emblemático.
“É fácil depreender que estamos perante uma bomba que se abate sobre a idoneidade do futebol profissional em Portugal, abalando os seus alicerces com uma intensidade só comparável ao pretérito Apito Dourado. Trata-se de um conjunto de suspeitas que versam sobre negócios simulados - alguns deles feitos de forma muito pouco sofisticada - entre as SAD do Benfica e do Setúbal, com vista a socorrer financeiramente esta última”, começou por dizer, em declarações ao jornal Record.
“O outro conjunto de suspeitas visa a contratação de jogadores tão anónimos como Willyan Barbosa, Marcelo Hermes, Luis Felipe Nascimento e Daniel dos Anjos, por preços acima do valor de mercado e utilizando intermediários constituídos para o efeito. Trata-se da acusação de maior gravidade até hoje deduzida em Portugal contra uma instituição desportiva de utilidade pública, indo ao ponto de ser pedida a exclusão das competições”, acrescentou o responsável.
“Do ponto de vista reputacional, o Benfica não sai nada bem, mesmo respeitando a presunção de inocência e estou a dar de barato as incógnitas da operação Saco Azul, que bem pode agravar as coisas. Amadeu Guerra abriu a parada jogando bem alto. Para além de decretar a 'segunda morte' de Luís Filipe Vieira, resta saber até onde este processo nos pode levar, ou seja, se teremos um resultado à italiana ou à portuguesa”, rematou.
O emblema verde e branco volta a entrar em campo esta sexta-feira, dia 18 de outubro, frente ao Portimonense, em jogo relativo à terceira eliminatória da Taça de Portugal. O encontro diante da turma liderada por Ricardo Pessoa tem início marcado para as 20h15, em Portimão.
Informação foi disponibilizada pelos leões junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários nesta terça-feira, dia 15 de outubro
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0Na última terça-feira, dia 15 de outubro, a Sporting SAD lançou um novo empréstimo obrigacionista, informaram os leões à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). No caso, a mesma terá o valor unitário de 5 euros, num montante de 30 milhões e uma taxa de 5,25%.
Segundo a informação divulgada, a SAD dos verdes e brancos, encabeçada por Frederico Varandas, irá aplicar a taxa de juro referida no decorrer dos próximos quatro anos, baseada na oferta "Sporting SAD 2024-2028", pode ler-se no comunicado.
No que toca a datas, esta oferta da SAD dos leões tem arranque marcado para a próxima sexta-feira, dia 18 de outubro, e vai integrar uma oferta pública de subscrição, assim como uma de troca de dívida, com a instituição leonina a ganhar a possibilidade de aumentar o valor desta mesma subscrição de 30M até 31 de outubro. De resto, a operação inclui, ainda, a subscrição de até 6 milhões de obrigações a oferta de troca para até 4 milhões de obrigações da Sporting SAD.
Vale lembrar que este empréstimo obrigacionista surge após a autorização concedida pelos acionistas na última Assembleia Geral destinada ao propósito. Na nota enviada à CMVM, são ainda descritos os objetivos desta oferta, cujos fundos adquiridos serão para o "financiamento da atividade corrente da Sporting SAD e reforço de liquidez" da SAD; ao passo que a oferta de troca tem como prioridade "permitir à Sporting SAD substituir a sua dívida com vencimento em 2024 por dívida com vencimento em 2028".
É de lembrar que esta é a segunda incursão da Sporting SAD no ano civil de 2024 no que diz respeito ao mercado da dívida, depois de a Direção de Frederico Varandas ter encaixado 50 milhões de euros em março passado, numa oferta com cerca de 4.250 investidores - novo recorde para os leões.
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