Sporting campeão luta para contrariar estatísticas da final da Taça de Portugal

Sporting e Benfica reencontram-se para disputar a final da Taça de Portugal, que acontece já no próximo domingo, dia 25 de maio, no Jamor, a grande catedral do futebol português. Por isso, faz sentido conhecer mais sobre a história da competição - que nem sempre teve o Estádio Nacional como palco da última partida.

Como surgiu a Taça de Portugal

A Taça de Portugal teve a sua primeira edição na época de 1938/1939, sucedendo ao antigo Campeonato de Portugal e mantendo o formato. Foi disputada no final da época e contava com apenas 15 clubes. A final foi no Campo das Salésias, com a Académica de Coimbra a vencer o Benfica por 4-3, levantando o primeiro troféu da história da competição, conhecido por ser uma pesada taça de prata caracterizada pelo estilo manuelino.

O torneio sempre reuniu clubes de todas as divisões, dando palco a confrontos surpreendentes. Entre 1950 e o início da década de 1960, equipas das antigas colónias africanas também chegaram a participar, tornando a prova brevemente intercontinental. Apesar de o Estádio Nacional ser, para muitos adeptos, o palco emblemático da final da Taça de Portugal, ao que parece não foi sempre assim.

Nem sempre foi no Jamor!

A primeira edição, vencida pela Académica de Coimbra frente ao Benfica, decorreu no antigo Campo das Salésias. Até 1946, este e o Campo do Lumiar acolheram as decisões da Taça, ano em que a final passou definitivamente para o recém-inaugurado Estádio Nacional, momento em que consolidou o estatuto de “catedral” do futebol português.

Algumas exceções aconteceram. Em 1961, o Estádio das Antas recebeu a final, a pedido do Porto, por ser disputada por duas equipas do Norte. Entre 1975 e 1977, a final realizou-se nos estádios dos vencedores da edição anterior, como foi o caso do Estádio José Alvalade e, novamente, o das Antas. Os últimos casos registaram-se em 2019/2020 e 2020/2021, que tiveram as finais disputadas no Estádio Cidade de Coimbra.

Títulos do Sporting na competição

O Sporting é um dos clubes mais titulados na Taça de Portugal, com 17 títulos conquistados. A última vitória foi na temporada 2018/2019, quando derrotou o Porto na final através das grandes penalidades. Desde então, os leões voltaram a marcar presença na final em 2023/2024, novamente frente aos azuis e brancos, mas foram derrotados por 2-1 após prolongamento.

Na época 2024/2025 o Sporting pode vencer o 18.º título desta competição frente ao Benfica, no jogo que será disputado no Jamor, no dia 25 de maio, às 17h15. Os comandados de Rui Borges já levantaram o título que deu direito ao bicampeonato e podem estar prestes a festejar a dobradinha nacional.

Com a aproximação da final da Taça de Portugal no Jamor - a qual os leões já venceram 17 vezes - que será protagonizada por Sporting e Benfica no próximo domingo, dia 25 de maio, importa recordar os técnicos que contam com mais conquistas deste troféu. Nesta edição, os treinadores dos dois conjuntos podem vencer a prova pela primeira vez, mas existem outros cinco no ativo com vários títulos. Confira, abaixo, essa lista:

1. Sérgio Conceição - O antigo treinador dos dragões é o mais titulado deste ranking, com 4 Taças de Portugal ao serviço do Porto. O técnico venceu as edições de 2019/20, 2021/22, 2022/23 e 2023/24. Sérgio Conceição esteve sete épocas de dragão ao peito e atualmente está no Milan, clube que se encontra no 9º lugar da tabela classificativa do campeonato italiano;
2. Jesualdo Ferreira - O treinador que já teve passagens pelo Porto, Benfica e o Sporting venceu as edições de 2008/09 e 2009/10 ao serviço dos dragões. Atualmente, com 78 anos, Jesualdo Ferreira está sem clube e o seu último trabalho foi no Zamalek, conjunto do Egito;
3. Paulo Bento - Antigo treinador da seleção também leva duas Taças de Portugal no currículo, ambas como líder técnico do Sporting. Levantou o troféu nas edições 2006/07 e 2007/08. Em 2024/2025 está desempregado e o seu último trabalho foi pela seleção nacional dos Emirados Árabes Unidos;
4. Fernando Santos - O responsável por liderar a seleção das quinas no campeonato europeu de 2016 conta com dois troféus da prova rainha pelo Porto. Em 1999/00 e 2000/01 conquistou os títulos de forma consecutiva, mas em 2024/25 encontra-se a treinar a seleção do Azerbeijão;
5. Rui Vitória - Com duas Taças de Portugal na carreira conquistadas por clubes diferentes, Vitória de Guimarães e Benfica, Rui Vitória encontra-se neste momento a treinar o Panathinaikos, clube da Grécia onde acabou a época 2024/25 na segunda posição.

A partida que reúne Sporting e Benfica no Jamor no próximo domingo, dia 25 de maio, conta com duas das equipas que têm mais participações na prova rainha, mas a verdade é que nem sempre foi assim. No dia 12 de julho de 1942, a final da Taça de Portugal não contou com nenhum dos três grandes. Os protagonistas foram Belenenses e Vitória de Guimarães e a vitória acabou no lado dos azuis do Restelo por 2-0.

Rodolfo Faroleiro, treinador do Belenenses, foi para campo com Salvador Jorge, José Simoes, António Feliciano, Serafim Neves, Francisco Gomes, Mariano Amaro, Elói da Silva, Artur Quaresma, José Pedro, Franklim Oliveira e Gilberto Vicente. No lado dos vimaranenses, o técnico Alberto Augusto avançou com Machado, Castelo, João, Lino, Zeferino, Arlindo, Laureta, José Maria, Miguel, João Ferraz e Alexandre.

Condições difíceis, mas segue para jogo!

A final da Taça de Portugal desta época foi disputada no Estádio do Lumiar, antiga casa do Sporting até à construção do José Alvalade, e apitada por Vieira da Costa, árbitro da Associação do Porto. Com tudo a postos, o árbitro dá o apito inicial na partida que seria histórica para o futebol português.

O jogo foi disputado em condições lastimáveis, com um piso de terra batida, que estava sujeito a fortes rajadas de vento que levantavam poeira, dificultando o controlo da bola e a visibilidade dos jogadores, por isso, poucas oportunidades foram criadas.

Os grandes momentos do jogo

Ainda assim, aos 40’, Artur Quaresma faz o primeiro golo da partida na sequência de um belíssimo cruzamento de Mariano Amaro pela direita. Bem posicionado, o jogador coloca o Belenenses em vantagem no jogo.

O segundo grande momento da partida acontece aos 46’, logo um minuto após o intervalo, Gilberto Vicente amplia o marcador e faz o 2-0 para a equipa do Restelo, depois de uma grande combinação entre o meio-campo dos azuis. O jogo decorre, mas sem golos, até que aos 90’, Vieira da Costa dá o apito final.

História a ser feita!

Esta vitória foi histórica porque, por um lado, ditou a primeira conquista da Taça de Portugal do Belenenses, após duas tentativas anteriores sem sucesso, mas por outro também foi fundamental para o Vitória de Guimarães, porque chegava pela primeira vez à final, um feito notável para o clube minhoto.