EMPRESTADO LEONINO ESTREIA-SE A MARCAR COM BIS (VÍDEO)

Desde que chegou a Inglaterra para liderar o Manchester United, a vida pessoal de Ruben Amorim tem despertado grande curiosidade, tanto em Portugal como no Reino Unido. O jornal britânico Mirror destacou recentemente uma história curiosa que envolve o treinador e um dos seus maiores arrependimentos, algo que ainda hoje é tema de brincadeiras no seio da sua família.

A carreira de Rúben Amorim no futebol começou cedo, mas sempre foi acompanhada por uma forte exigência familiar. Desde jovem, a mãe estabeleceu um compromisso inabalável com ele: poderia continuar a treinar e perseguir o sonho de ser jogador profissional, mas apenas com a condição de não abandonar os estudos. Esse acordo foi respeitado até aos 17 anos, quando Amorim assinou o seu primeiro contrato profissional e decidiu deixar os estudos, ficando pelo 11.º ano.

Numa entrevista ao Expresso, Amorim confessou que essa decisão lhe pesa até hoje. "Fiz um acordo com a minha mãe: tinha de continuar a estudar até que assinasse o meu contrato profissional, coisa que aconteceu aos 17 anos. Hoje, arrependo-me imenso. Se tivesse esperado uns meses, tinha feito os exames e concluído o 12.º ano", revelou. Esta reflexão, resgatada pelos meios de comunicação ingleses, ilustra um lado mais humano do técnico que hoje é conhecido pela sua competência e sucesso no desporto.

A formação académica é, aliás, um tema recorrente nas dinâmicas familiares de Amorim. Enquanto o treinador não terminou o ensino secundário, a sua mulher prosseguiu os estudos e tornou-se engenheira eletrotécnica, um feito que frequentemente dá azo a brincadeiras e provocações entre o casal. "A minha mulher é engenheira eletrotécnica e atira-me isso à cara todos os dias", contou, de forma bem-humorada. A cumplicidade entre os dois reflete-se também na forma como lidam com essas diferenças de percurso.

Muito antes de imaginar que viria a ser treinador de um dos maiores clubes do mundo, Ruben Amorim já mostrava a ambição que o caracterizou como jogador e agora como técnico. Embora carregue este arrependimento, a sua trajetória evidencia que o sucesso não depende apenas de um diploma, mas também da paixão, disciplina e persistência. Hoje, ao liderar o Manchester United, Amorim vive o sonho de qualquer profissional do futebol, ao mesmo tempo que se mantém fiel aos princípios que o moldaram.

Ruben Amorim deixou o Sporting a 11 de novembro, para rumar ao Manchester United, a troco de mais de 10 milhões de euros. O treinador português - que já se tornou tendência em Inglaterra - vai realizar a primeira partida no banco dos Red Devils e, na conferência de imprensa de antevisão ao jogo, que será frente ao Ipswich, fez alguns comentários em relação ao trabalho que tem em mãos, com o Sporting à mistura.

"É um clube maior que do que eu esperava. Há muitos departamentos. É muito diferente. O Sporting é um grande clube, mas em Portugal. O Man United é global. Há tanto por fazer, não só treinar a equipa. Tenho muito para fazer, muitas reuniões, mas também muita ajuda. Sinto-me em casa", começou por dizer o técnico de 29 anos, fazendo uma comparação com o Clube verde e branco.

"Sou um pouco sonhador e acredito em mim. Também acredito no clube, temos a mesma mentalidade, isso pode ajudar. Também acredito nos jogadores. Sei que vocês não, mas eu sim. Temos muito espaço para crescer. Quero treinar novas coisas, acham que não é possível, eu acho que sim. Vamos ver no fim", atirou Amorim, que é já o décimo treinador em Old Trafford depois da saída de Sir Alex Ferguson, entre treinadores principais e interinos.

"Temos de melhorar em muitas áreas. No entendimento do jogo, é uma forma diferente de jogar e estamos a mudar a meio da época. Temos de melhorar em termos físicos. E é isso", continuou o treinador português, abordando os aspetos em que a equipa tem de melhorar.

 "Não sei quanto tempo vai demorar, sei que temos de ganhar no Manchester United. Não vou dizer que precisamos de muito tempo, claro que precisamos, porque é uma grande liga e temos de melhorar muito para ganhar. Temos de ganhar jogos, para ganharmos tempo, para ganharmos títulos", concluiu Ruben Amorim.

João Pereira, o novo treinador do Sporting, é uma figura conhecida por um temperamento forte dentro de campo. Embora seja descrito por muitos como alguém com "um coração de ouro", ninguém nega que tem uma aversão a perder, mesmo "a feijões". Cresceu no Casal Ventoso, um bairro problemático de Lisboa, mas sempre se esforçou para fazer os pais, Adelino e Fernanda, sentirem orgulho. Hoje, tenta proporcionar-lhes uma vida melhor, após terem perdido uma filha precocemente.

Aos 40 anos, João Pereira assume a responsabilidade de treinar o Sporting, ocupando o lugar deixado por Ruben Amorim. Os colegas de profissão afirmam que a idade lhe trouxe "calma e sabedoria", qualidades que, por vezes, lhe faltaram fora do campo. Sempre muito competitivo, o novo treinador nunca se contentou com a derrota e demonstrava sempre uma enorme emoção, especialmente quando sentia que a justiça não estava do seu lado.

A carreira de João Pereira começou cedo, aos nove anos, quando entrou para as camadas jovens do Benfica, o seu clube de coração. A sua paixão pelo futebol ajudou-o a manter o foco, mesmo vivendo no Casal Ventoso, um bairro difícil. "Cresci a dois passos do lugar onde nasceu João Pereira", escreveu Luís Osório, recordando as dificuldades do bairro e a luta pela sobrevivência, que não desviaram o foco do jogador. João sabia que "tinha de tirar boas notas para continuar a jogar", e nunca desiludiu os seus pais, mantendo uma excelente relação com eles.

João Pereira manteve uma grande amizade com Ruben Amorim. Mais tarde, quando a carreira de jogador do próprio João chegou ao fim, foi Amorim quem o aconselhou a assumir o cargo de treinador no Sporting. "O João Pereira fora de campo é um paz de alma, dentro de campo é um mete nojo", disse Rúben Amorim, referindo-se à sua personalidade contraditória. Fora de campo, João é descrito como calmo e afável, mas no jogo, a sua intensidade e agressividade eram notáveis.

Essa personalidade explosiva de João Pereira também se refletiu em episódios controversos ao longo da carreira. Um dos momentos mais marcantes aconteceu em 2021, quando foi expulso num jogo contra o Tondela e reagiu com palavras duras para com os árbitros, dizendo-lhes "Vão para o c..., vão se f...!". Embora tenha sido suspenso e multado, a sua atitude fora de campo era completamente diferente. "Fora de campo, ele era uma pessoa demasiado exigente, com ele próprio e com os colegas", contou Domingos Paciência. Apesar da sua explosividade, João Pereira sempre foi muito estimado pelos colegas, que lhe atribuem "um coração de ouro" e reconhecem a sua lealdade à família e aos valores que defende.