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0Tirar pontos ao Sporting é, nos dias que correm, o sonho das equipas da Liga que não têm por ambição lutar pelo título ou lugares da Liga dos Campeões. Fazer escorregar o líder garante estatuto de notícia da semana e, por isso, é natural que exista um imenso pelotão de equipas a lutar para conquistar esse destaque na Comunicação Social.
Só que jornada após jornada o Sporting consegue ser competente e destruir o desejo dos opositores. Claro que a cada semana as dificuldades aumentam. Por isso esteve perto o empate em Tondela, como já estivera frente ao Santa Clara (ou, se recuarmos mais um pouco, em Barcelos). Tais dificuldades dão ainda mais brilho ao percurso leonino, de tal forma que este sonho, até ao momento, apenas bafejou dois concorrentes (para FC Porto, Benfica ou Sp. Braga empatar ou ganhar ao Sporting é visto como normal e não como feito extraordinário, embora este ano...). E, diga-se, sem grande prejuízo para os Leões.
A 5 de dezembro, num jogo muito polémico, o Famalicão (hoje na penúltima posição) travou o líder num empate 2-2. As consequências não foram dramáticas, afinal o Sporting ficou com 2 pontos de vantagem sobre Benfica, 4 sobre FC Porto e 5 sobre o Sp. Braga. O empate caseiro (1-1) cedido perante o Rio Ave, mês e meio depois, foi também ele inócuo, uma vez que a vantagem para FC Porto e Benfica ficou nos 4 pontos e para o Sp. Braga cifrou-se em 9 pontos.
Agora que entramos no último terço da Liga com vantagem de 10 pontos sobre FC Porto, 11 sobre Sp. Braga e 13 sobre Benfica, vale a pena lembrar estes dados porque uma equipa que em dois terços de prova cede apenas 8 pontos, dificilmente perderá isso ou mais em 11 desafios (a não ser que ocorra algo de muito extraordinário, como lesões e castigos e catadupa, o que não é provável), para mais quando já nem tem de jogar com o concorrente mais próximo.
Nos vários fóruns de sportinguistas a que vou dando atenção, noto uma certa preocupação perante o facto de ainda termos de ir a Braga e à Luz. Ok, verdade, são dois jogos de elevado grau de dificuldade, onde de forma natural se perdem pontos. Acontece que, por exemplo, antes do Sp. Braga-Sporting realiza-se um Sp. Braga-Benfica. Logo aí, e desde que o Sporting continue a fazer bem o seu trabalho, no final da próxima jornada algum destes adversários (ou os dois) estará ainda mais atrasado em relação ao líder. E antes do Benfica-Sporting ainda há um Benfica-FC Porto, logo a equação volta a repetir-se.
No último terço de campeonato um líder com tal avanço não perde o título. Note-se que nos últimos 10 anos, apenas em duas ocasiões o primeiro classificado foi incapaz de segurar a posição na reta final. Mas o FC Porto de 18/19 entrou nesta fase apenas um ponto à frente do Benfica; e o Sporting 15/16 também só tinha 3 pontos à maior sobre o 2º que era o Benfica.
No ano de estreia no Chelsea, algures no mês de fevereiro, creio, José Mourinho disse numa conferência de imprensa que ia ser campeão e até apontou os dias. Era na jornada x ou na jornada y, sublinhou. Não foi um exercício de arrogância. Limitou-se a olhar para a vantagem que tinha, aos adversários que faltava defrontar e fez as contas. Acertou em cheio na previsão. Rúben Amorim, como bem sabemos, não é dado a esses jogos mentais. Prefere um discurso menos agressivo, mais respeitoso, se quiserem. Mas se ele dissesse que o Sporting vai entrar na Luz já como campeão, logo sem precisar dos pontos do dérbi, eu não lhe levava a mal. Porque na minha previsão é isso mesmo que vai acontecer.