Tito Arantes Fontes 'rasga' rivais do Sporting: "Benfica anda de braço dado com eles..."

Há 80 anos, a 25 de fevereiro de 1945, o Sporting não deu hipóteses ao Salgueiros e venceu por 8-2 no Stadium de Lisboa, também conhecido como o Estádio de Lisboa ou o Estádio do Lumiar, em jogo a contar para a 14.ª jornada do campeonato nacional da I Divisão, na época 1944/45. A equipa lisboeta confirmou o seu favoritismo e alargou para 11 jogos consecutivos a marcar, numa tarde inspirada de Fernando Peyroteo, autor de cinco golos.

A partida começou a um ritmo frenético, com Peyroteo a abrir o marcador logo no primeiro minuto. O Salgueiros reagiu rapidamente e empatou com golo de Mário Silva aos 3 minutos. No entanto, a resposta leonina não tardou, Albano, através da marcação de uma grande penalidade aos 9 minutos, colocou novamente os leões em vantagem. Poucos minutos depois, António Marques ampliou para 3-1, assinando o seu 15.º golo na época.

A avalanche ofensiva dos leões continuou, com Peyroteo a bisar aos 22 minutos. Aos 30, Albano voltou a fazer balançar as redes adversárias e Peyroteo assinou o seu terceiro golo da partida apenas dois minutos depois, elevando a contagem para 6-1. O Salgueiros ainda reduziu antes do intervalo, com Mascote a marcar aos 43 minutos, mas a diferença no marcador já era significativa.

Na segunda parte, o Sporting manteve o domínio e Peyroteo voltou a fazer estragos. O avançado marcou o seu quarto golo aos 48 minutos e completou a manita aos 68, atingindo assim os 27 golos na temporada. Sem resposta do Salgueiros, o resultado ficou fechado em 8-2, numa exibição de gala dos homens de Joaquim Ferreira.

Com esta vitória, o Sporting consolidou a terceira posição na tabela classificativa, somando agora 20 pontos. O Salgueiros, por sua vez, manteve-se na 10.ª posição, com apenas três pontos. Na próxima jornada, os leões deslocam-se a Guimarães para defrontar o Vitória, enquanto a equipa portuense recebe a Académica de Coimbra.

Carlos Miguel Mondim Saleiro nasceu a 25 de fevereiro de 1986, celebra 39 anos esta terça-feira, e ficou para a história como o primeiro bebé-proveta de Portugal. No momento do seu nascimento, o seu pai já antecipava o futuro: “Vai ser Sócio do Sporting e da Juventude Leonina”, disse à RTP. O destino cumpriu-se e o jovem avançado não só foi Sócio, como se tornou um dos talentos da formação leonina.

Cresceu no Lumiar, bem perto do Estádio José Alvalade, e o futebol surgiu na sua vida por acaso. Ainda criança, foi levado por um amigo a um treino de captação do Sporting, mas, inicialmente, não ficou. Anos depois, o mesmo amigo insistiu para que voltasse e acabou por aceitar. Dessa vez, ficou nas camadas jovens dos leões e nunca mais largou a camisola verde e branca.

Na Academia de Alcochete, Carlos Saleiro destacou-se como goleador. Fez parte da geração de ouro que conquistou o Campeonato da Europa de Sub-17 em 2003, ao lado de jogadores como João Moutinho e Miguel Veloso. Esse feito valeu-lhe o Prémio Stromp na categoria “Especial Europeu”. Em 2004/05, sagrou-se campeão nacional de juniores sob o comando de Paulo Bento, demonstrando desde cedo a sua veia goleadora e inteligência dentro de campo.

A transição para o futebol sénior levou-o a rodar por vários clubes. Emprestado pelo Sporting, passou pelo Olivais e Moscavide, Fátima, Vitória de Setúbal e Académica, sempre à procura de um espaço para afirmar-se. Foi na Académica, em 2008/09, que teve um bom final de temporada, o que lhe valeu o regresso ao plantel principal dos leões na época seguinte. Com Paulo Bento e, mais tarde, Carlos Carvalhal, jogou com regularidade, mas sem se afirmar como titular indiscutível.

Em 2011, após não ser incluído nos planos de Domingos Paciência, rescindiu contrato com o Sporting e transferiu-se para o Servette, da Suíça. Ao longo da sua passagem pelos leões, Carlos Saleiro realizou 70 jogos oficiais e marcou 7 golos pela equipa principal. Depois de uma temporada no estrangeiro, regressou a Portugal para jogar novamente na Académica, mas sem grande sucesso. A sua carreira levou-o ainda ao Oriental e, mais tarde, ao Port Vale, em Inglaterra, onde permaneceu apenas seis semanas, antes mesmo de pendurar as chuteiras.

Além do talento dentro das quatro linhas, Saleiro sempre foi um apaixonado pelo futebol. Tanto que, mesmo nas fases mais difíceis da sua carreira, nunca pensou em afastar-se do desporto-rei. Durante os anos de formação, já tinha deixado claro o seu desejo de continuar ligado ao futebol, eventualmente como treinador, e atualmente trabalha como agente de jogadores. Ainda assim, e quando consegue encontrar algum tempo, vai deixando algumas dicas ao Sporting.

O Sporting entrou em campo no passado domingo, dia 23 de fevereiro, em desafio que terminou empatado com o AVS. O jogo ainda está a dar que falar, muito por culpa das decisões de arbitragem que foram tomadas. Marco Ferreiro, antigo árbitro, e especialista do jornal 'Record', aproveitou o espaço de opinião no Record na Hora, no NOW, para abordar os erros de Fábio Veríssimo, árbitro principal, e de Manuel Oliveira, VAR da partida.

"Sim, é pertinente o segundo amarelo, acho que o próprio jogador tem noção. Já tinha sido perdoado um vermelho direto, e depois tem uma entrada destas. E aqui há dois erros: há o primeiro erro do Fábio Veríssimo: verifica que a primeira disputa de bola já é no limite, e depois o Diomande, na tentativa de recuperar a bola, acaba por ter ali uma entrada impetuosa e a pisar o adversário. Um erro do Fábio Veríssimo, que está bem colocado, mas não assinala nada", começou por explicar.

Prosseguiu: "E depois há outro erro, que é a entrada do VAR. Todos nós já percebemos que este tipo de situações são cartão amarelo, não há cartões vermelhos por pisões no pé. Isto é um exemplo normal de entrada negligente, que merece cartão amarelo. O Manuel Oliveira não tem , perante o protocolo, autorização para intervir em situações de amarelos. E isto confirmou-se com a decisão final do Fábio Veríssimo", deixando, então, duras críticas à dupla de arbitragem.

Manteve esta ideia, de seguida: "Dois erros, um do Fábio Veríssimo, outro do Manuel Oliveira, mas que na verdade vêm defender a verdade desportiva, porque o Diomande devia ter sido expulso. Mas abre-se um precedente perigoso, porque em todas as situações de segundo amarelo, todos os treinadores e equipas vai ter legitimidade para pedir intervenção do VAR. O conselho de arbitragem tem de punir Manuel Oliveira, porque não pode violar o protocolo desta forma".

Por último, partilhou o que, na sua opinião, seria um castigo justo para o VAR da partida: "Em situações destas, que é gravíssimo, o Manuel Oliveira não tem condições, não fez o que está estipulado, e tem de dar lugar a outro, na minha opinião", rematou Marco Ferreira.